Quando tudo der errado, segure o meu coração e não o deixe ir

802 81 39
                                    

- Você continua lindo. - Mew murmura, seus dedos acariciando suavemente o cabelo de Gulf.

-Você continua velho. - O dois sorriem. 

Mew desce os dedos para a bochecha que se mostrou avermelhada pelo elogio, junto aos esforços de minutos atrás. 

-Como vai com a terapeuta? Houve alguma mudança? 

Gulf movimenta-se de modo que pudesse estar mais próximo do corpo de Mew, sua perna entrelaça com a dele. 

-Não. Tomo remédios para ansiedade. Você me ferrou, ok? 

-Desculpas. - Mew se aproxima, beijando a testa de Gulf. -Não foi a minha intenção. 

-Me beija que eu te perdoo por dez minutos. 

Mew sorri e faz exatamente como o pedido. O beijo que começou calmo, apenas toques de línguas sem progresso, terminou com o corpo de Gulf em cima de Mew. Provando-o mais uma vez. 

-Já são quase cinco da manhã! - Mew murmura assim que Gulf deixa a sua boca para sugar o lóbulo de sua orelha. -Esqueceu que sou velho?

-Mas eu ainda não terminei com você. - Gulf se afasta, mantendo sua cabeça acima da de Mew. -Ainda não. 

Mew lê a incerteza nos olhos do garoto. O envolvendo com os seus braços, o que era a melhor sensação da sua vida e ele estava extasiado por poder tê-lo em seus braços por um tempo, ele faz o que se passou pela sua cabeça. 

-Algumas horas a mais, que tal? 

Gulf sorri satisfeito. 

- Ok. 

E, assim, Mew volta a embalar o corpo do mais novo contra o seu. 

°°°

- Você não deveria voltar para casa? As suas férias acabam quando? - Gulf suspira entre a massagem no pé que recebia de Mew. 

-Acabam hoje. - Gulf arregala os olhos, sentando-se rapidamente. 

- Hoje? Então, você volta amanha? 

Mew acena. 

Três semanas haviam se passado. Acabou que os dois estenderam a despedida. Gulf mantéu em mente que o fim chegaria, mas havia muita coisa entre eles para serem apenas deixadas de lado. E Gulf sentiu-se meio viciado em ter sexo com Mew. Parecia impossível apenas deixa-lo ir enquanto ainda sentisse essa necessidade fisiológica. Embora no fundo ele soubesse que não se resumia a isso. 

Visto que Mew também colaborou, algo que era para ser uma única noite perdurou no hotel onde Mew havia feito reserva e era ali que eles se encontravam e se reconheciam, se re-amavam sem definições de suas ações, que involuntárias, falavam mais alto. Nenhum dos dois se enganam, gostavam de sair juntos e de se conhecerem mais uma vez. Gulf teve que ser sincero com Saul sobre a presença de Mew, sua ação magoou o rapaz, mas o outro já esperava. 

Mew adorava fazer Gulf rir, o mais novo se mostrava mais disposto e livre, não havia dúvidas em suas movimentações e decisões. Assim como Gulf gostava quando Mew o fazia rir, ou o levava para comer comidas ruins. Virou um passatempo dos dois dentre as semanas que passaram juntos. Gulf compartilhou mais de suas dores com Mew, esse soube escutar e os dois ainda trilhavam esse caminho mais reteso. Afinal, marcas não se curem, estariam sempre presentes, compondo a constelação da memória.  

Estavam indo bem apenas fingindo que aquele momento não chegaria ao fim. 

-Foi bom enquanto durou. Você me deu um fim muito mais descente. - Mew aperta o pé de Gulf um pouco mais forte que o usual, o que faz o menino rir. 

Quando tudo der errado, segure o meu coração (Reeditando)Onde histórias criam vida. Descubra agora