Natasha observa a tarde ensolarada através dos vidros da janela da sala de sua casa, havia curativos nas palmas de suas mãos, e marcas nos pés, mas ela estava bem, o medico da emergência que a atendeu na madrugada frisou que não passara de um susto e todos os machucados eram de certa forma superficiais, não atingira nenhuma veia ou artéria importante, e pomada cicatrizante seria mais que suficiente para resolver.
Desde que saíra do hospital pela manhã, ela evitara falar com os pais, e quase não comeu, o suficiente para a irmã deixá-la em paz e parar de insistir que se alimentasse. Outra pessoa que ela evitava era Anton, o noivo havia a visitado no hospital, mas ela fingiu estar dormindo para não ter que conversar, pois não queria falar do casamento e marcar outra data, não o faria até saber de seus filhos, e não pretendia tomar nenhuma atitude perante o matrimonio antes de ter resolvido a sua vida como mãe dos filhos que foram tomados dela da forma mais mesquinha.- Você não comeu quase nada. - Olga faz a observação enquanto oferece uma taça de suco estendida em direção a ela.
- Eu não sinto fome, obrigada.
Natasha a responde rudemente, evitara falar com a governanta também, sentia-se traída por ela, Olga sabia de tudo á quanto tempo? Como escondeu dela a informação mais importante de sua vida? Como permitiu que seguissem a enganando daquela forma quando vira o seu sofrimento, foi uma das pessoas a quem ela recorria em seus momentos de angustia, ela lhe acalentou por tanto tempo sabendo a verdade e permitira que ela vivesse no escuro e sofresse.
- Você sabe o motivo de tudo isso?
- Não querida, eu não sei. - Olga responde sentando a frente dela no pequeno sofá que servia como baú na base da janela.
- Há quanto tempo sabe disso?
Natasha questiona curiosamente e finalmente encara a senhora, notando-a envergonhada e a escuta suspirar.
- Uns dois anos talvez, eu ouvi uma conversa.
- Obrigada por ser sincera, uma pena que é tarde.
Ela responde acidamente e vira o rosto com uma expressão de magoa, e a senhora percebe que é o momento em que ela silenciosamente pede que ela saia, e a deixe sozinha. Enquanto observa o passar do tempo através do relógio na parede, e a mudança na vista através da janela, pressionando os machucados nas mãos através das ataduras e a dor que sentia ajudava a permanecer desperta e ligada, a modo que aguardava por qualquer noticia sobre seus filhos, quando chegara do hospital tentou fazer sua própria pesquisa, mas perdera a coragem, pensou em pesquisar em redes sociais, mas acabara travada e com ânsia de vomito, pois não sabia o que poderia ver ou esperar ao começar.
Anton surge para conversar com ela, mas Natasha opta por seguir fingindo não escutar, para em seu canto seu falar nada ou reagir a presença do noivo, ainda estava irritada com todo mundo, e não sabia em quem confiar, precisava conversar com ele e entender até que ponto de toda essa história ele sabia, mas não o faria naquele momento, seus pensamentos giravam em torno dos filhos, queria desesperadamente saber quem eram, e como estavam, queria saber como eles eram e com quem se pareciam, se os reconheceria de alguma forma e como conseguiria chegar até eles.
Queria saber os detalhes da aparência deles, como seriam as personalidades deles e o que ela havia perdido nos últimos cinco anos. Mas seu peito doía e pesava profundamente com a idéia de que algo possa ter ocorrido, seu coração havia se enchido de esperança, e o medo que este sentimento fosse destruído fazia seu estomago revirar.
Durante a madrugada no hospital e as ultimas horas desde que se recuperou do susto, ela pegou-se a pensar no que havia perdido, foram cinco aniversários, as primeiras palavras ditas, os primeiros passos, perdera a chance de estar com eles e colocá-los em seu colo, ouvir os risos e o choro para acalentar, perdera o primeiro dia de aula e qualquer outro marco importante que eles experimentaram pela primeira vez nos últimos cinco anos, enquanto ela chorava a morte deles, enganada e vivendo uma vida de mentira.
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Broken - Romanogers 🔞
FanfictionO Fim de um relacionamento deixa marcas, seja uma amizade ou um amor, positivamente há aquelas memórias que até um aroma familiar pode despertar no ser humano, e por uma breve fração de tempo há aquela sensação, e o desejo de reviver aquele momento...