Capítulo 4

10.3K 1.5K 283
                                    

Jimin.

Após todos nós comermos o lanche reforçado, voltamos aos nossos lugares. Enquanto isso o Rei está lendo os papéis que lhe fora entregue no início da reunião.

Ao levantar novamente o olhar e perceber que todos já estão satisfeitos, o Rei começa a chamar os jovens.

Cada um que é chamado, fica de pé diante do Rei que começa as perguntas, e conforme as respostas ele anota algo nas folhas sobre a mesa, ao terminar a pessoa é mandada de volta ao seu lugar.

Confesso que estou assustado e ao mesmo tempo ansioso para chegar minha vez, é um misto de sentimentos um tanto confusos, que eu tenho que lutar internamente para não ficar me movimentando na cadeira.

- Park Helena! - o Rei chama minha prima e ela vai para frente do palco e faz uma reverência - Percebi que temos dois jovens da mesma família, por isso deixei os dois por último.

Helena não responde, afinal não foi uma pergunta.

- Me fale um pouco sobre você! - o Rei apoia os braços sobre a mesa enquanto a observa.

- Tenho dezoito anos, sou filha única da família Park... - o Rei tomba a cabeça para o lado parecendo confuso e volta a olhar para o papel sobre a mesa - Sou apaixonada por literatura, e dança...

- Srta. Park, obrigado, pode voltar ao seu lugar - Helena fica confusa por sua entrevista ter sido interrompida - Pode ocupar o lugar Park Jimin!

Ao estar na presença do Rei, faço uma reverência e após fico de frente para ele, sem focar meus olhos nos seus.

- Aqui na sua ficha consta que você reside com a família Park, a informação é verdadeira? - o Rei questiona e eu levanto meu olhar para ele - Me fale mais sobre isso...

- Sim, Vossa Majestade - respondo - Desde a morte dos meus pais eu vivo com os meus tios e minha prima.

- Eu gostaria de saber quais são suas habilidades, meu jovem... - o Rei olha para algo atrás de mim e volta a olhar para mim - O que gosta de fazer nas horas vagas, para se distrair ou se divertir?

- Quando eu morava com meus pais, eu gostava de escrever poemas, tocar piano, ler romances - brinco com meus dedos enquanto falo - Minha mãe me instruiu muito bem, me ensinou muito sobre etiqueta, a ser um bom anfitrião, cozinhar e servir a mesa, bordados, costuras, pinturas em tela... Coisas que normalmente os jovens precisam aprender. Meu pai me ensinou a jogar xadrez e a tocar piano.

- Quanto tempo faz que seus pais morreram? - o Rei questiona me olhando nos olhos.

- Pouco mais de três anos Vossa Majestade! - abaixo minha cabeça.

- E nos últimos três anos, o que tem feito para se distrair ou se divertir? - o Rei se levanta e senta na borda do palco ficando um pouco mais próximo - Ou o que tem feito durante o tempo que vive com a família Park?

- Eu não tenho tempo para diversões ou distrações, pois sou o responsável pela cozinha da casa - digo num tom baixo - Desde que fui morar com meus tios não faço outra coisa além de servi-los, mas não estou me queixando, sou muito grato por tudo que eles fazem por mim.

- Qual o tipo de relação você tem com sua prima? - o Rei torna a olhar além de mim - E o que seus tios têm feito por você?

- Não somos amigos, nem mesmo próximos - digo ainda de cabeça baixa com vergonha de olhar nos olhos do Rei - Meus tios me acolheram, me dão um teto e o alimento, eles poderia simplesmente ter me colocado num orfanato, já que não é obrigação deles me sustentar.

- E quem fez tal afirmação? - levanto meu olhar brevemente encontrando as orbes negras do Rei - A lei é clara quando diz que na falta dos pais é obrigação do parente mais próximo zelar pela segurança, alimentação e cuidados do órfão, devem lhe tratar da mesma forma que trata seus próprios filhos.

𝕮𝖆𝖙𝖎𝖛𝖆-𝖒𝖊 (𝔍𝔦𝔨𝔬𝔬𝔨)Onde histórias criam vida. Descubra agora