𝕮𝖆𝖙𝖎𝖛𝖆-𝖒𝖊 (𝔍𝔦𝔨𝔬𝔬𝔨)

Capítulo 12

Flashback on.

Jimin.

Mesmo que eu frequentasse o castelo quando era mais novo, eu não conhecia a Rainha, por ela já estar casada na época, cuidando dos filhos, tanto que o Rei Jeon não é tão mais velho que o Príncipe Jacob e a Princesa Jennie tem minha idade. Levando em conta que eu não ia para o castelo com tanta frequência.

Não nego que tive um certo receio quando Yerin me avisou da reunião com ela. Já durante o café da manhã a Rainha foi tão carinhosa comigo, me deixando à vontade.

— Que tal ao invés de irmos para o escritório, darmos uma volta pelo jardim enquanto conversamos? — ela se levanta após terminar seu café e eu a acompanho — Eu acho que se sentirá bem melhor diante de toda a beleza que há no jardim, mesmo sabendo que do seu quarto você consegue apreciar o lugar, mas olhar de perto é melhor ainda.

A Rainha segura em meu braço e assim iniciamos a caminhada lenta até o grande jardim, noto que ali teremos mais privacidade para conversarmos.

— Tenho ouvido aqui e ali que você quase não sai do quarto e quando sai é para se ocupar com alguma coisa, que está sempre ajudando alguém nas dependências do castelo — sua voz é suave ao falar comigo — Você é tão jovem e ao mesmo tempo tão responsável, eu admiro muito isso em você.

— Obrigado, meus pais mesmo fazendo parte da nobreza me ensinaram a servir — digo tímido pelo elogio — Agora eu entendo que fui educado para estar ao lado do Rei...

Nos sentamos num dos bancos de frente para o grande lago.

— Você sabia que o quarto que você está foi feito especialmente para você? — olho para a Rainha e nego com a cabeça — Que a vista para o lago tem um propósito?

— Qual? — indago curioso.

— Para que todos os dias você possa apreciar a vida dos cisnes — ela aponta para um casal de cisnes nadando juntos — Você sabia que os cisnes são monogâmicos, e que escolhem seus companheiros aos dois ou três anos de idade e vivem juntos durante toda suas vidas?

— Não, apesar de achar lindo nunca estudei muito sobre eles — continuo observando a beleza das aves — E qual a razão para eu observar os cisnes?

— Meus pais sempre te amaram como um filho, adoravam quando você era trazido para cá — a Rainha sorri ao lembrar dos pais — Eles diziam que sua alegria era contagiante, que amava a bagunça que você fazia. Os empregados correndo atrás de você enquanto você gargalhava, e eles acabavam rindo, mas era uma bagunça saudável... Mas algo chamou a atenção do meu pai, ao notar o jeitinho afetuoso com que você olhava para meu irmão, e isso aos quatro anos de idade, na mesma época em que seus pais descobriram que você fazia parte do grupo rosa, por isso meu pai te comparou a um cisne, por estar claro que você já havia escolhido seu parceiro.

— Para uma relação dar certo os dois precisam se escolher mutuamente, pois o amor unilateral só traz sofrimento — suspiro e permaneço observando o bailar dos cisnes sobre as águas —  Ficou evidente sua escolha ao colocar a Isadora dentro do castelo. O acordo feito por nossos pais não garante  reciprocidade, pois um papel assinado não fabrica sentimentos.

— Concordo plenamente com você! — sinto um carinho em meu ombro me passando conforto — E sentimento é o que não falta em você...

Não respondo, continuo olhando para o lago.

— Eu percebi todo seu sentimento durante a discussão na reunião — eu suspiro porém continuo em silêncio — Diante de todas as suas palavras, eu senti sua mágoa, sua dor, sua decepção ao ouvi-lo confirmar aquilo que você já sabia, pois antes mesmo de sair da festa você já havia confirmado suas suspeitas.