Capítulo 22

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Jimin.

Enquanto Isadora está de cabeça baixa contando sua história, eu olho para Yerin que entende meu pedido e faz um gesto para os guardas que vão buscar os outros convidados.

— Ao ver que era o Rei Jeon ao lado dos guardas, fiquei assustada achando que eu havia sido denunciada por prostituição — Isadora me olha brevemente e eu faço um gesto para que ela continue — Mas o guarda que me conhecia me disse o motivo dele estar ali, me deixando bastante aliviada, mas eu não poderia fazer nada com ele tendo uma outra pessoa me esperando, então pedi licença alegando que iria me arrumar melhor para ele, e o deixei na sala após os guardas nos deixarem a sós.

Peço que Yerin a sirva com um pouco mais de chá.

— Ao chegar no quarto, eu pedi que o homem deixasse a casa pela janela, pois o Rei estava esperando na sala — Isadora continua após tomar um gole do chá — No entanto, ele se recusou a sair, dizendo que era para eu apagar a luz que ele ficaria escondido num canto atrás das cortinas e me pediu...

Sua fala é Interrompida ao ver a família Park entrando na sala, e os dois se olham. Arthur demonstra surpresa, mas logo muda seu semblante para medo, enquanto Isadora demonstra raiva ao vê-lo, deixando bem claro que há uma relação entre o que ela estava falando com o recém chegado.

— Essa é a família Park! — finjo não notar suas reações — Park Arthur, Park Sarah e Park Helena, filha do casal, que até ontem, eu pensava serem meus únicos familiares. Entretanto, minha conversa com eles dependerá do que você me disser então, por favor continue.

Isadora fica em silêncio olhando para o Arthur que abaixa a cabeça.

— Arthur era o homem que estava em sua casa quando o Jeon esteve lá, isso já está claro pra mim — ele me olha assustado depois volta seu olhar para Isadora num pedido silencioso para que ela não confirme minhas suspeitas — Qual foi o pedido dele, pode continuar, pois eu já sei exatamente o que aconteceu entre o Jeon e você, só estou aqui lhe dando a oportunidade de me contar a verdade, caso contrário, já estariam todos mortos pelo que fizeram.

— O Park Arthur era meu cliente mais assíduo, naquela noite eu havia contado a ele sobre a gravidez, que pelas minhas contas poderia ser filho dele — Isadora abaixa a cabeça e sua voz fica embargada — Eu não tive coragem de me deitar com o Rei por sua pureza, pois ao me ver tirar minha blusa ele cobriu o rosto e virou de costas, parecendo um filhotinho assustado, então eu notei que ele nunca havia se deitado com ninguém, então eu só o toquei, até que ele estivesse satisfeito, logo após ele foi embora.

Isadora pega o lenço que Yerin lhe entrega, e me olha por algum tempo.

— Assim que o Rei deixou minha casa, Arthur deixou seu esconderijo furioso comigo por eu não ter feito nada que justificasse uma gravidez, e eu lhe expliquei o motivo — Isadora olha para Arthur e sua fisionomia demonstra toda sua raiva — Ao ouvir minha explicação ele sugeriu que eu esperasse alguns dias e fosse ao castelo e falasse que o filho que eu estava esperando era do Jeon, que eu exigisse que o Rei se casasse comigo. Se eu conseguisse convencê-lo ao casamento estaria fazendo um grande favor para nós dois, pra mim que moraria no castelo e teria uma vida muito melhor, que seria a Rainha de Artemísia, e ele continuaria tendo uma pessoa que lhe era muito importante em sua vida, caso contrário, ele mataria o bebê, e depois a mim...

Isadora para um pouco, por não conseguir segurar o choro.

— Conforme a barriga foi crescendo e eu não conseguia convencer o Rei de se casar comigo e segundo o Arthur, o Conde de Astúrias começou a fazer visitas periódicas em sua casa, ele parecia muito assustado sempre que nos encontrávamos as escondidas, até que faltando apenas dois meses para o bebê nascer, ele me agrediu, mas sua agressão era somente na área da barriga, que ficava encoberta pelas roupas, me fazendo entrar em trabalho de parto no meio do mato — um soluço escapa de sua garganta e Isadora entra em um choro compulsivo —  Eu mal conseguia andar, fui quase que me rastejando, até encontrar um dos guardas que me levou às pressas de volta ao castelo, onde meu bebê nasceu morto. Depois desse dia eu fiquei com muito medo dele, e não saía mais do castelo, independente dos recados que ele mandava algum empregado do castelo me entregar, por isso, eu comecei a pressionar o Rei para que se casasse comigo. Quando ele pediu que eu fosse embora, eu tive medo do Arthur me matar, e inventei toda aquela história de que meus pais não me aceitariam de volta...

𝕮𝖆𝖙𝖎𝖛𝖆-𝖒𝖊 (𝔍𝔦𝔨𝔬𝔬𝔨)Onde histórias criam vida. Descubra agora