Capítulo 13

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Jimin.

Quando a Rainha disse que me daria uma casinha confortável, pensei que fosse uma casa mais simples, mas a casa é enorme, ainda por cima mobiliada com requinte, só foi preciso tirar os tecidos que cobriam os móveis que parecem nunca ter sido usados, limpar cada cômodo tirando a poeira e trocar as cortinas e os lençóis. O que mais me encantou foi o lindo jardim que há na frente, onde eu posso me sentar na mesinha de chá que há na varanda e ficar apreciando as flores ou nos dias frios ler um livro ao lado da janela de onde também é possível ver o jardim.

A decoração da casa me lembra muito a do meu quarto no castelo, tudo muito branco, bem iluminado, as cortinas em tecidos leves, também na cor branca. Talvez seja por causa da história do cisne que o pai do Rei criou sobre mim, uma linda história, porém, com o final diferente do esperado por ele.

Quando eu comentei com minha amiga Yerin sobre o tamanho da casa, ela com toda a simplicidade do mundo me explicou que por se tratar da residência de um Conde, a casa teria que ser de acordo com o meu título.

Sim, agora sou o Conde Park, nem em sonho imaginava fazer parte da nobreza, não diante da vida que levava na casa dos meus tios. Hoje felizmente estou livre. É tão boa a sensação de liberdade, saber que finalmente sou dono da minha vida e das minhas escolhas, me trás um certo alento, mesmo tendo a real noção do quê isso significa, mesmo que uma pontinha de dor persista em me lembrar a razão de estar aqui. Sei que preciso seguir em frente, só de estar vivendo de forma digna, acima do que era esperado por mim para o meu futuro, já me sinto vitorioso.

Aproveitando o tempo fresco, no meio de uma tarde de início de estação, estou cuidando das rosas vermelhas, minhas preferidas, porém o barulho de uma carruagem se aproximando me desperta dos pensamentos, me fazendo focar minha visão ao longe, tentando adivinhar quem pode estar vindo. Só consigo reconhecer a carruagem real, provavelmente Ângelo me trazendo alguma notícia de sua busca pelo imóvel perfeito para minha alfaiataria.

Retiro minhas luvas e as deixo sobre o banco de pedra e aguardo quem quer que seja descer da carruagem que acabou de parar de frente para meu portão.

A porta da carruagem é aberta pelo cocheiro e pela reverência que faz ao abrir, noto não se tratar do Ângelo, e sim o Rei Jeon que acaba de descer, carregando em seus braços um buquê enorme e em uma das mãos uma caixa média, aveludada, na cor vermelha.

— Vossa Majestade! — inclino meu corpo em uma reverência — A que devo a honra de sua ilustre visita?

— Não seja tão formal — percebo um sorriso contido em seus lábios, porém continuo o olhando sem entusiasmo — Eu vim lhe trazer um presente, posso entrar?

— Me desculpe a falta de educação, por favor, entre! — me afasto e com meu braço lhe indico o caminho seguindo seus passos em direção a casa — Sinta-se à vontade, irei lhe servir um chá.

Após vê-lo sentar-se no sofá, faço novamente uma reverência e deixa o cômodo indo em direção a cozinha, onde ao chegar fecho meus olhos respirando fundo, buscando calma.

— Aconteceu alguma coisa, Jimin? — me assusto ao ouvir a voz da Yerin — Você está pálido... Quem chegou?

— O Rei Jeon está na sala! — digo tentando disfarçar meu nervosismo — Eu vim preparar um chá para ele.

— Deixe que eu mesma preparo e levo pra vocês em instantes — Yerin retira a chaleira das minhas mãos e me empurra de volta — Vá fazer sala para o Rei, tenho certeza de que há um bom motivo para ele ter vindo.

Neste momento não consigo discernir o que sinto; se é raiva, curiosidade, ou alegria por vê-lo, está uma a bagunça tão grande aqui dentro. Lá estou eu novamente sendo um cachorrinho carente, só por vê-lo e já fico abanando o rabo, mesmo depois de tudo que ele fez. Com esse pensamento minha lucidez retorna, provavelmente ele veio em busca de algo como a Rainha afirmou que aconteceria.

𝕮𝖆𝖙𝖎𝖛𝖆-𝖒𝖊 (𝔍𝔦𝔨𝔬𝔬𝔨)Onde histórias criam vida. Descubra agora