023. one more night

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Estou sentada perto do guarda roupa de Timothée, só preciso abrir a gaveta

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Estou sentada perto do guarda roupa de Timothée, só preciso abrir a gaveta...

— Quanto tempo falta? — pergunto, após alguns minutos. Escuto os gritos de Timothée e Cook, e realmente é assustador.

— E eu que sei? — ele ri. Minhas mãos estão presas nas minhas costas. Sobem lentamente para o puxador da gaveta pequena.

— Pode pelo menos soltar minhas mãos? Poxa, está doendo meus pulsos e preciso coçar a cabeça.

— Não é problema meu isso. Já está acabando, deixa de drama.

Suspiro derrotada, eu nunca toquei em uma arma. Imagina atirar de costas? Rio da minha imaginação boba. Me deito no chão olhando para o teto. Tenho vontade de perguntar o por que, quem são eles, mas fico quieta. Talvez tenha de passado uns 20 minutos, escuto gritos, socos e mais gritos, silêncio. JJ se levanta da cama e me segura, escuto um tiro, um tiro. Fecho os olhos e me tremo aflita. Merda, merda, merda.

JJ ri, ele abre a porta e eu corro pra sala. Ele está bem, super bem. Eu acho que esteja. Timothée me olha de cima a baixo, como se estivesse conferindo se eu estou bem também, o sofá está rasgado, a porta está quebrada, a uma cadeira despedaçada, uma bala perdida na parede. Céus, eu não posso viver assim. Fecho os olhos amargurada. O homem atrás de mim solta meus pulsos.

— Foi bom fazer negócios com você, Chalamet.

— É, a gente se vê — Cook finaliza. Ele olha para mim, e ambos saem de casa. Eu ainda estou parada, tremendo, e suando, muito, no corredor.

Não sinto minhas pernas, então eu caio, eu me sento no chão com pressa e encosto minhas costas na parede recuperando o ar que me falta. Escuto a voz de Timothée, mas não consigo entender. Capto palavras como "me desculpa" "é tudo culpa minha"

Coloco minhas mãos na cabeça irritada, limpo minhas lágrimas e levanto apressada. Ando até meu quarto rapidamente. Abro uma mala e meu guarda roupa.

— O que está fazendo, Mel? — ele pergunta baixo.

— Indo embora dessa porra, você é louco! Não posso passar por isso de novo — alego nervosa, colocando minhas roupas na mala. Minhas mãos estão tremendo. — Droga — grito pra mim mesma. — Pare de tremer. — Timothée aparece atrás de mim tirando as roupas da mala e segura minhas mãos, me acalmando.

— Você está machucada? — nego com a cabeça. — Eles fizeram algo com você? — nego novamente.

— E com você?

— Meti o soco naquele filho da puta — ele ri, mas eu fico seria. Eu sempre rio.

— Eu tenho que sair daqui, Timmy — me afasto passando a mão no cabelo. — Duas armas na minha cabeça. Duas.

Mel, eu sei... Isso não vai acontecer de novo, eu prometo ; ele chega perto e eu ando do outro lado do quarto.

— Eu tô assustada pra caralho! — grito desperada. — Tinha uma arma na minha cabeça, Timothée! A culpa é sua — chego mais perto, irritada, aponto o dedo para seu peito. — A culpa é sua, sua.

— Melanie, eles já foram.

— E se eles voltarem? Eles vão voltar! — me viro com a minha mala. — Você estava certo, não devia ter aceitado morar com um estranho. Devia ter vazado desde o dia que vi sua arma.

— Não é bem assim...

— É sim! Porra, você é um traficante de merda que não sustenta seu trabalho — eu me viro irritada e empurro ele. — Agora eles veem aqui ameaçar explodir a minha cabeça com a arma? Aonde você estava?

Ele fica quieto. Estou tão próxima dele que sinto sua respiração pesada.

— Como deixou isso foi acontecer? — sinto as minhas lágrimas voltarem. — Eu não posso... Não posso continuar aqui — saio do quarto e vou até a cozinha pegando uma garrafa de água.

— Por que você não descansa? Amanhã nós conversamos.

— Não, estou estou saindo dessa merda — saio da cozinha e ele me segue. Ele me barra no corredor, me prendendo contra a parede. — Me solta! Vai apontar uma arma na minha cabeça também?

Ele morde os lábios, agora eu vejo a diferença de olhares, ele está furioso. Ele vai gritar.

Mas que porra, Melanie? — ele grita. — Eu nunca faria isso. Não seja cuzona.

— Como eu vou saber? Você tem uma arma!

— Eu já te disse o por que — ele grita ao alto, que eu fico em silêncio por alguns segundos. — Porra, Melanie! Você não entende? Esse é meu trabalho. Eu uso armas e drogas.

— Você devia ter me dito antes — bato em seu peito furiosa. — Devia ter me dito antes.

Ele segura meus pulsos firme.

— Você escolheu ficar aqui!

— Você é louco, Timothée! Ah meu Deus, eu não acredito que me meti nessa merda — quase arranco os fios do meu cabelo. - Eu te odeio.

Parece que essa foi a gota da água pra ele. Timothée imediatamente me prende contra a parede.

— Foda-se! Eu não ligo que porra você está pensando — ele grita no meu ouvido e eu fecho os olhos assustada. — Mas pare de gritar. Me xinga, faz a porra que você quiser, mas não coloque a culpa em mim. Você escolher morar comigo. Você! — ele aponta o dedo em meu peito forte.

Apavorada.

Ele fica quieto. Ele apoia a cabeça na parede, em minha frente. Sua respiração bate em meu ombro, ele segura minha cintura.

— Me deixa sair — cochicho. — Eu estou com medo.

— Eu vou te proteger de tudo, Melanie. Eu prometo, mas não vai embora — ele diz tão baixo quanto eu. — Eu prometo te proteger mais que a minha vida, mas eu preciso de você.

Eu coloco minhas mãos em seu peito.

— Melanie, você pode escolher ficar ou ir. Mas eu estou aqui... — suas mãos passam pelas minhas costas. — Eu vou sempre estar aqui, você é uma das pessoas mais importantes para mim, no mundo.

Ele finalmente tira o rosto da parede, e ele encara. Ele acaricia meu rosto por longos segundos, e seu dedo para em meus lábios. Minha respiração está ofegante, eu sinto isso. Eu não devia, mas selo nossos lábios. Por longos segundos, nossas línguas se encaixam em perfeita sincronia.

Sua mão aperta minha cintura e a minha vai direto em seus cabelos. É um beijo quente, raivoso, cheio de emoções e desejo, não era eu que estava aguardando isso. Sua mão vai até uma de minhas coxas, ele ama minhas coxas.

— Só mais uma noite — falo entre o beijo abafada.

one more night, 𝘁𝗶𝗺𝗼𝘁𝗵𝗲𝗲 𝗰𝗵𝗮𝗹𝗮𝗺𝗲𝘁Onde histórias criam vida. Descubra agora