Paro o carro em frente a biblioteca e respiro fundo jogando a bituca de cigarro no chão pela janela. Assim que entro no local sinto braços enormes em volta de mim e retribuo sem pensar duas vezes.
— Porra, só Deus sabe o que quanto eu senti sua falta — Dylan diz abafado e nos soltamos. — Estou no meu horário de almoço, vem.
Sigo ele até a cozinha pequena que tem na biblioteca e me sento em sua frente.
— Estava com saudades — sorrio. — Minha vida está uma bagunça!
— Ainda está morando com aquele amigo das antigas? — faço cara de interrogação, mas logo me lembro da mentira que mencionei.
— Ah, sim. Dividimos as contas agora — eu sorrio vitoriosa e quando ele percebe o que eu quero dizer caímos na gargalhada.
— Você está trabalhando? Meu Deus, Mel. Isso é, incrível, fantástico!
— Meu emprego é parecido com o seu, sou atendente de livraria...
Assim começamos uma longa conversa, acho que passou das 15 horas. Contei tudo a Dylan, exatamente tudo, diria que ele está quase me implorando para casar com Timothée. Mesmo eu estando com Cole. Me despeço dele com um abraço apertado, preciso voltar para casa.
— Antes de você ir, preciso te contar. Lucy fugiu — abro a boca chocada e ele concorda. — Pois é, ela pegou o boy dela e saiu do estado. A casa está abandonada, se quer saber.
— Aquela vaca — resmungo. — Tem certeza que não tem ninguém na casa?
— Sim, eles saíram a algumas semanas. Nenhum tipo de ser vivo se encontra lá, Mel. Você pode voltar!
Eu posso voltar? Eu posso voltar!
— É, claro — coço a cabeça incomodada. — Enfim, verei o que vou fazer. Eu te amo, Dylan, beijos.
Entro no meu carro e dirigo até minha antiga casa. Ela é enorme, gigante. Como Lucy pode fazer isso? Bato na porta, mas ela abre sozinha. A casa está completamente abandonada, sem nada, nem ninguém. Tento acender a luz, mas não a nem energia. Vou até a cozinha, lembro-me de ter visto meu pai cair bêbado aqui, e na sala, no banheiro...
Pego meu celular e disco número da Lucy.
— Sua vaca, por que caralhos deixou a casa? — grito assim que ela atende. Ela ri, está barulho.
— Preguiça de pagar a conta.
— Ela está abandonada!
— Querida, isso não é problema meu. A casa está está seu nome.
Franzo as sobrancelhas e me apoio na pia.
— Não, você me disse que estava no seu nome, eu vi os papéis.
— Era tudo mentira — ela ri, escuto vozes no fundo. — Estou em uma balada ótima aqui no Japão, tchau enteada.
Assim ela desliga o telefone. Puta merda, eu tenho uma casa. Uma casa gigante e vazia.
Olho em volta, não consigo acreditar nisso ainda. Saio da casa super irritada, fui totalmente engana. Vou até a casa do Fez e bato em sua porta.
— Melinda, você aqui — ele me deixa entrar e eu tiro o casaco e me jogo no sofá.
— É Melanie — rio. — Cadê as meninas?
— Não sei — ele olha para o chão como se estivesse tentando lembrar. Seu raciocínio é muito lento quando está em uso de drogas. — Cassie está com o namorado.
— Estou precisando de algo que me relaxe, coloque qualquer coisa — aponto para meu braço e ele ri concordando comigo, ele se levanta e vai até sua mala.
— O que aconteceu?
— Descobri que eu tenho uma casa gigante aqui, mas minha vida está ótima em Hell's Kitchen, não sei o que fazer — coloco as mãos na cabeça. — Está confuso, desde que vim morar com a porra do meu pai.
— Seu pai não morreu algumas semanas?
— 10 semanas. Quero dizer, quando me mudei para cá, com 14 anos — ele concorda e se senta do meu lado.
— O braço — concordo lhe entregando meu braço esquerdo.
— Agora que ele morreu, minha vida tem andado corretamente — continuo e sinto uma agulha sendo injetada na pele com calma, apoio minha cabeça no sofá. Um líquido se espalha dentro do meu corpo me fazendo arrepiar. — Que merda é essa?
— É melhor não saber — eu concordo e ele me dá um baseado. — O que vai fazer agora?
Dou uma tragada e o entrego de volta.
— Não sei — rio, sentindo o efeito da droga em meu corpo. Fico parada no sofá por minutos que nem posso contar.
Nada.
Nada se passa em minha mente. Me levanto rindo e vou cambaleando até o som, ligo o mesmo. Começo a dançar em sincronia da música que não conheço. Fez vem até mim e dança comigo.
— Mel, tu tá ligada que é como uma irmã pra mim, né? — rio e beijo sua bochecha. — Eu gosto de verdade, de televisão.
Rio, rimos juntos, na verdade.
— Eu gosto mesmo de morangos — comento dançando. Pego o baseado de sua mão e inspiro.
— Eu realmente amo essa merda — ele aponta pro baseado e eu rio mais ainda.
— Eu acho que estou apaixonada pelo meu amigo.
— Você vai contar pra ele? — ele ri segurando minha cintura, balançando de acordo com a música.
— Não sei, eu estou com o Cole, esqueceu?
— Mas é fácil de terminar.
— Eu tenho medo do Timothée só querer transar e me expulsar de casa — comendo rindo. — Não é patético? Estou apaixonada pelo Timothée Chalamet!
— Você devia falar para ele — Fez ri me girando. — Ele merece saber que você é apaixonada por ele.
— Eu gosto do Cole — reviro os olhos.
— Se você diz — ele ri e eu me deito no chão. — O que está fazendo?
— Está gelada — rio acariciando o chão. — Vem, Fez.
Ele se deita ao meu lado e sinto um sono pesado invadir meus olhos.
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one more night, 𝘁𝗶𝗺𝗼𝘁𝗵𝗲𝗲 𝗰𝗵𝗮𝗹𝗮𝗺𝗲𝘁
Fanfictionmelanie foi expulsa de casa e precisa de um lugar para passar a noite. por ironia do destino ela acha uma casa que está tendo uma festa. futuramente, melanie e timothée se tornam mais próximos do que deviam. entretanto, o amor será suficiente para f...