017. falling love

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Paro o carro em frente a biblioteca e respiro fundo jogando a bituca de cigarro no chão pela janela

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Paro o carro em frente a biblioteca e respiro fundo jogando a bituca de cigarro no chão pela janela. Assim que entro no local sinto braços enormes em volta de mim e retribuo sem pensar duas vezes.

— Porra, só Deus sabe o que quanto eu senti sua falta — Dylan diz abafado e nos soltamos. — Estou no meu horário de almoço, vem.

Sigo ele até a cozinha pequena que tem na biblioteca e me sento em sua frente.

— Estava com saudades — sorrio. — Minha vida está uma bagunça!

— Ainda está morando com aquele amigo das antigas? — faço cara de interrogação, mas logo me lembro da mentira que mencionei.

— Ah, sim. Dividimos as contas agora — eu sorrio vitoriosa e quando ele percebe o que eu quero dizer caímos na gargalhada.

— Você está trabalhando? Meu Deus, Mel. Isso é, incrível, fantástico!

— Meu emprego é parecido com o seu, sou atendente de livraria...

Assim começamos uma longa conversa, acho que passou das 15 horas. Contei tudo a Dylan, exatamente tudo, diria que ele está quase me implorando para casar com Timothée. Mesmo eu estando com Cole. Me despeço dele com um abraço apertado, preciso voltar para casa.

— Antes de você ir, preciso te contar. Lucy fugiu — abro a boca chocada e ele concorda. — Pois é, ela pegou o boy dela e saiu do estado. A casa está abandonada, se quer saber.

— Aquela vaca — resmungo. — Tem certeza que não tem ninguém na casa?

— Sim, eles saíram a algumas semanas. Nenhum tipo de ser vivo se encontra lá, Mel. Você pode voltar!

Eu posso voltar? Eu posso voltar!

— É, claro — coço a cabeça incomodada. — Enfim, verei o que vou fazer. Eu te amo, Dylan, beijos.

Entro no meu carro e dirigo até minha antiga casa. Ela é enorme, gigante. Como Lucy pode fazer isso? Bato na porta, mas ela abre sozinha. A casa está completamente abandonada, sem nada, nem ninguém. Tento acender a luz, mas não a nem energia. Vou até a cozinha, lembro-me de ter visto meu pai cair bêbado aqui, e na sala, no banheiro...

Pego meu celular e disco número da Lucy.

— Sua vaca, por que caralhos deixou a casa? — grito assim que ela atende. Ela ri, está barulho.

— Preguiça de pagar a conta.

— Ela está abandonada!

— Querida, isso não é problema meu. A casa está está seu nome.

Franzo as sobrancelhas e me apoio na pia.

— Não, você me disse que estava no seu nome, eu vi os papéis.

— Era tudo mentira — ela ri, escuto vozes no fundo. — Estou em uma balada ótima aqui no Japão, tchau enteada.

Assim ela desliga o telefone. Puta merda, eu tenho uma casa. Uma casa gigante e vazia.

Olho em volta, não consigo acreditar nisso ainda. Saio da casa super irritada, fui totalmente engana. Vou até a casa do Fez e bato em sua porta.

— Melinda, você aqui — ele me deixa entrar e eu tiro o casaco e me jogo no sofá.

— É Melanie — rio. — Cadê as meninas?

— Não sei — ele olha para o chão como se estivesse tentando lembrar. Seu raciocínio é muito lento quando está em uso de drogas. — Cassie está com o namorado.

— Estou precisando de algo que me relaxe, coloque qualquer coisa — aponto para meu braço e ele ri concordando comigo, ele se levanta e vai até sua mala.

— O que aconteceu?

— Descobri que eu tenho uma casa gigante aqui, mas minha vida está ótima em Hell's Kitchen, não sei o que fazer — coloco as mãos na cabeça. — Está confuso, desde que vim morar com a porra do meu pai.

— Seu pai não morreu algumas semanas?

— 10 semanas. Quero dizer, quando me mudei para cá, com 14 anos — ele concorda e se senta do meu lado.

— O braço — concordo lhe entregando meu braço esquerdo.

— Agora que ele morreu, minha vida tem andado corretamente — continuo e sinto uma agulha sendo injetada na pele com calma, apoio minha cabeça no sofá. Um líquido se espalha dentro do meu corpo me fazendo arrepiar. — Que merda é essa?

— É melhor não saber — eu concordo e ele me dá um baseado. — O que vai fazer agora?

Dou uma tragada e o entrego de volta.

— Não sei — rio, sentindo o efeito da droga em meu corpo. Fico parada no sofá por minutos que nem posso contar.

Nada.

Nada se passa em minha mente. Me levanto rindo e vou cambaleando até o som, ligo o mesmo. Começo a dançar em sincronia da música que não conheço. Fez vem até mim e dança comigo.

— Mel, tu tá ligada que é como uma irmã pra mim, né? — rio e beijo sua bochecha. — Eu gosto de verdade, de televisão.

Rio, rimos juntos, na verdade.

— Eu gosto mesmo de morangos — comento dançando. Pego o baseado de sua mão e inspiro.

— Eu realmente amo essa merda — ele aponta pro baseado e eu rio mais ainda.

— Eu acho que estou apaixonada pelo meu amigo.

— Você vai contar pra ele? — ele ri segurando minha cintura, balançando de acordo com a música.

— Não sei, eu estou com o Cole, esqueceu?

— Mas é fácil de terminar.

— Eu tenho medo do Timothée só querer transar e me expulsar de casa — comendo rindo. — Não é patético? Estou apaixonada pelo Timothée Chalamet!

— Você devia falar para ele — Fez ri me girando. — Ele merece saber que você é apaixonada por ele.

— Eu gosto do Cole — reviro os olhos.

— Se você diz — ele ri e eu me deito no chão. — O que está fazendo?

— Está gelada — rio acariciando o chão. — Vem, Fez.

Ele se deita ao meu lado e sinto um sono pesado invadir meus olhos.

one more night, 𝘁𝗶𝗺𝗼𝘁𝗵𝗲𝗲 𝗰𝗵𝗮𝗹𝗮𝗺𝗲𝘁Onde histórias criam vida. Descubra agora