Brian.
Passei o início da manhã em reunião com meus colegas preparando um cronograma pros dois se tornarem o rei e a rainha do baile, todos ficaram empolgados como se fosse um desafio. Acho que isso vai ser emocionante pra todos nós.
Toc toc
— Licença?
— J?! — Falei feliz ao vê-lo. — Entre.
— Trouxe um café pra você, soube que você gosta, e queria te mostrar um cronograma que eu fiz pra organizar . . . — Gente como ele é fofo, suas bochechas coradas ressaltavam as poucas sardas que tinha perto do nariz. — Então o que acha?
— Ah, sim, claro J está perfeito. — Falei voltando a olhar o cronograma que ele fez. Peguei o papel na minha gaveta com a proposta do programa e o entreguei. — Aqui nossa proposta.
J pegou o papel e sentou na cadeira a minha frente.
— Isso é muita coisa, eu não tenho dinheiro pra pagar e. . .
— Onde fala alguma coisa de pagar algo? — Falei puxando o papel de volta.
— E por que fariam isso de graça? — Perguntou desconfiado.
— Bom, isso aqui será um experimento, um desafio na verdade, pra todos aqui dentro e pra você, se der certo deixaria de ser um experimento e passará a ser um programa oferecido pela nossa empresa.
— E eu só tenho que tirar algumas fotos do antes e depois?
— Isso!
— E eu vou ficar sarado como você?
— Só se você quiser! — Me levantei e sentei na ponta da mesa de frente pra ele. — Já imaginou você podendo dar nos dedos de todos que fazem bullying com você? Esfregar na cara dos idiotas que é possível mudar o corpo, mas não a língua deles?
Os lindos olhos verdes brilharam com esperança.
— E se eu falhar. . .
— Por que falharia com tudo sendo feito com acompanhamento?
Ele desviou o olhar.
— J não se esqueça que sou seu amigo em primeiro lugar.
— A comida pra mim é uma droga!
— Eu sei!
— Não, não sabe. — Disse ele irritadiço. J era um livro aberto.
— Eu sei sim, tenho Afrodite em casa com o mesmo problema que você, acha que já não percebi que ela entrou até em abstinência quando passou a comer o mesmo que eu?
Ele pareceu envergonhado e eu parei coloquei as mãos em seus ombros e ele levantou aquelas sobrancelhas amarelas pra mim.
— Eu sei que você precisa de ajuda e eu estou estendendo a mão, não vai ser fácil? Não, não vai, mas eu vou estar lá quando você precisar.
— Promete? — Sussurrou.
— Prometo!
Por alguma razão Jordan acreditou em mim e eu queria que ele confiasse em mim. Segurei o contato visual e lhe disse.
— Se você precisar, quando achar que não vai conseguir vai pegar o telefone e eu vou sair me espatifando de onde for pra te puxar de volta.
Seus olhos encheram de lagrimas, mas ele segurou de alguma forma e eu não resisti e o abracei, Jordan hesitou, mas retribuiu no fim.
❤❤❤❤❤❤
Jordan
Meu coração de alguma forma acreditou nele. Eu quero mais do que tudo aquilo que ele falou e eu preciso disso. Cheguei em casa e meu pai chegou logo em seguida sobreo graças a Deus.
— Oi filho.
— Oi, foi procurar emprego?
— É . . .
— Pela sua cara não conseguiu. — Comentei indo preparar a janta.
— Não! — Meu pai sentou à bancada e esfregou o rosto com as mãos. — Mas se algo me acontecer eu fiz um seguro de vida pra você.
— Pai estamos sem dinheiro pra investir nessas coisas que só . . .
— Não se preocupe eu já paguei alguns meses adiantado, ainda temos uns meses com a poupança que tenho.
— Arranjei um emprego.
Ele levantou um olhar triste pra mim.
— Filho. . .
— Não se preocupe não vou deixar de estudar.
— Eu só fiz merda pra você, não o mereço como filho, você não merece um pai de merda como eu. — Ele levantou dali e fui atrás dele.
— Pai, não é isso, pai, onde vai?
— Preciso espairecer! — Disse ele pegando as chaves do carro dele e saindo.
Ele vai beber isso sim. Merda. Se um dia eu encontrar minha mãe vai ser pra saber o porquê dela ter feito isso conosco. Que ódio. Joguei a alface que estava na minha mão no chão e pisei em cima de raiva. Subi pro meu quarto e me joguei chorando. Eu ainda não comecei o programa então posso comer pela última vez, uma despedida disso tudo. Desci pegando as chaves do carro e assim como meu pai foi pro vício dele eu fui pro meu. Dirigi pensando no caminho o que eu ia comer enquanto chorava por aquela falta de tudo. Enquanto eu não estivesse com um hambúrguer gorduroso na minha boca eu não me sentiria bem. Meu telefone tocou, atendi sem ver quem era e quando me dei conta eu tinha fungado e a porra da minha voz saiu falha.
— Quem é?
*J?
— Bri-Brian?
* O que houve?
— Nada, em que posso te ajudar?
Tentei respirar devagar, aliviando a minha voz.
*Liguei pra saber se tá afim de sair comigo pra jantar, temos que combinar algumas coisas.
— Afrodite vai ir?
*Ah, não, ela vai passar a noite com a amiga dela aqui em casa e eu não tenho nada pra fazer no meio de duas garotas.
— Tá. . . tá bem.
*Onde te pego?
#Bob burguer faça seu pedido?
Porra, não me dei conta que já estava na fila do drivetrue.
*Jordan . . .
— Eu. . . eu só vim me despedir. — Porra agora sim não segurei mais a voz. — Me Desculpa Brian eu . . .
* Seguinte, compra tudo o que você ia comprar e pede o mesmo pra mim.
— É o quê?
*Isso mesmo que você ouviu.
— Eu. . .
*Eu pago, me encontra no escritório.
Ele desligou o telefone e eu fiz o pedido, pedi o dobro de tudo que eu ia pedir, na verdade eu ia pedir bem mais do que isso, mas não quero passar vergonha na frente dele. Tomei um milkshake no caminho pra lá acalmando o choro e apaziguando a dor com ele. Apenas o carro dele estava na frente da clínica ele abriu a porta pra mim quando me viu com os braços cheios de pacotes.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Amor e subversão
Любовные романыPra muitos o amor é subversão, é raro a pessoa que não tenha que quebrar regras para poder amar livremente. Amar a si ou a qualquer outro, aliás amar a si é um dos maiores desafios, é preciso coragem... não... a palavra é ''subversão'' Regras fora...