Amor e subversão

15

Afrodite.

Estamos nos alimentando de acordo com o que meu tio cozinha e nos serve, sinceramente eu tenho fome o dia todo, mas ele nos mantem ocupados fazendo exercícios, e dançando, ele acabou comprando alguns equipamentos de academia e uma esteira e treina junto conosco, além da gente o ajudar com o jardim que na minha opinião eles parecem gostar, mas eu não gosto de sujar minhas mãos de terra como eles então tento ao máximo fugir dessa atividade, ando muito preocupada com Lily, pois estou a dois dias sem comunicação com ela.

— O que você tem gatinha?

— Ah tio, Lily está incomunicável.

— O que houve com ela? — Perguntou Jordan preocupado.

— Eu não sei e isso está me deixando preocupada.

— Já tentou ligar?

— Já mas ela está sem internet.

Meu tio revirou os olhos.

— Ligar normal, não existe apenas a opção só da internet vocês sabem disso né?!

— Pior tio, como não me dei conta! — Peguei o telefone e começou a chamar.

— Está chamando? — Perguntou Jordan e eu assenti.

*Alô?! — Lily, sou eu Dite. *Por Deus Dite como é bom ouvir sua voz. —Eu digo o mesmo, o que aconteceu pra você não me responder mais? *Nossa internet foi cortada — Estão precisando de alguma coisa? * Não se preocupe Dite não é nada que esteja ao seu alcance. — Me conte, somos amigas. — Ela suspirou e a voz saiu embargada. * Minha mãe perdeu o emprego. . . — Deus. * Talvez consigamos ficar aqui até o próximo mês antes de sermos despejados e. . . tá tão difícil viver com eles Dite, tem horas que eu quero morrer. — Não diga isso por favor. . . — Comecei a chorar e Jordan me olhou enquanto meu tio lavava a louça.

— Deixe-me falar com ela?

— Amiga, Jordan quer falar com você tudo bem? * Ele está com você? Vocês se beijaram? Estão namorando? — Não Lily, nada disso. * Droga eu queria pelo menos uma notícia boa. — Posso passar pra ele? * Pode!

Cobri o telefone e cochichei no ouvido de Jordan rapidamente.

— Ela e a família vão ser despejados no próximo mês, a mãe perdeu o emprego.

Jordan assentiu e pegou o telefone.

— Oi Lily posso saber por que ficou tantos dias incomunicável. . . Eu sei que não te ligo, mas tenho notícias suas todos os dias pela Dite. . . não, não Lily, por favor pare de enrolar e me explique o que está acontecendo?. . . Eu posso te ajudar. . . me escuta, Lily, faz o favor e me escuta. . . Não, eu não vou sair daqui, mas eu tenho minha casa, enquanto isso não passar ela vai estar lá vazia e vocês estão precisando, pega a minha camionete e a chave da minha casa e leva tua família pra lá até tudo passar e depois podemos conversa, ou eu posso alugar algo no centro e quando sua mãe retornar ao emprego dela vocês me pagam um aluguel justo. . . Eu sei o que estou fazendo, por favor não seja cabeça dura, aceite minha proposta. . . isso fala com ela, minha camionete está na casa da Dite, você vem até aqui e eu dou um jeito de te dar a chave sem você se contaminar. . . Isso, estarei aguardando você.

— Acha que ela está sem comida? — Perguntei.

— Acho que se não estão em breve estarão, eu tenho um dinheiro guardado e quando o dinheiro do seguro sair eu a ajudo mais, mas por enquanto acho que consigo fazer uma compra pela internet e mandar entregar lá.

—Eu também posso ajudá-la, tenho dinheiro pra isso e acho que podemos por algumas coisas no seu carro pra ela levar.

— Boa ideia!

Três horas mais tarde Lily estava na frente de casa e eu tinha enchido a camionete de Jordan com produtos de higiene que meu tio tinha comprado de caixas pra mim e também colocamos alimentos não perecíveis e algumas guloseimas. Eu comecei a chorar quando a vi, mas não podíamos nos tocar. Através da janela do segundo andar Jordan jogou pra ela as chaves.

— Passei álcool! — Disse ele. — Tem coisas na camionete pra vocês e pode ficar com ela pra quando precisar.

— Eu queria muito te abraçar Jordan, nunca vou ter como te agradecer e a você também Afrodite.

— Eu também queria te abraçar e Deus eu queria muito que você ficasse aqui conosco até tudo acabar.

— Espero que passe logo.

— Todos nós esperamos Lily. — Disse Jordan. — Pode usar meu computador antigo, só vai precisar ter paciência com ele, tudo que está lá vocês podem usar ou doar o que não serve, podem arrumar a casa do jeito de vocês.

— Obrigada mais uma vez! — Disse ela juntando as mãos.

— Merece Lily!

Abrimos a garagem com o controle e ela entrou esperamos ela sair pra fechar, da camionete ela abriu a janela e nos gritou.

— Jordan você sempre vai estar no meu coração e uma das melhores coisas que você já fez por mim foi ter me ensinado a dirigir. — Sorriu ela.

— E você dirige melhor do que eu! — Brincou ele. — A senha da internet lá de casa está numa folha aí dentro dessa caixa, tem algumas dicas sobre a casa caso precise e por favor assim que chegar nos ligue.

— Pode deixar.

Sorrindo ela se foi e eu abracei Jordan, ele pareceu hesitante, mas logo retribuiu.

— Obrigado J. você é um cara incrível.

— Você que é incrível! — Disse ele ofegante.

— Bom, acho que tá na hora dos nossos exercícios!

— Sim vamos!

Encontramos meu tio no quintal com um sorriso enorme ao ver as plantas crescendo. Cada folha nova era uma vitória, e quando as flores vieram ele e Jordan vibravam e passavam horas admirando tudo. Eu entrei de cabeça no mundo da ficção, eu comprava livros pra mim e mandava outro para Lily que me ligava pra gente surtar juntas com as histórias, eu e Jordan mandávamos todos os meses comida e produtos de higiene pra ela e isso me fazia mais feliz do que comer.

. . .