Brian
Jordan parecendo perdido no próprio pensamento. Assumi a responsabilidade de tudo sem nem pensar duas vezes. O coloquei no carro e fomos assinar as papeladas para o enterro. J passava as mãos nos antebraços.
— J? — Ele não me ouviu, ao estacionar peguei sua mão. — Jordan?
— Sim? — Sua voz saiu rouca.
— Eu vou te ajudar, não se preocupe.
Depois de fazer tudo o que precisava pra liberar o corpo o levei em sua casa. Enquanto ele tomava banho eu observava a casa, não parecia muito aconchegante, a cozinha era a parte mais bem arrumada da casa, a sala só tinha um sofá e a televisão em cima de um pequeno rack, nenhum quadro, nenhum porta retrato, a casa era vazia e fria. Ouvi algo quebrando no quarto dele e corri pra ajudar.
— Jordan? — Ele está chorando com um terno na mão. — J?
— Não tenho nem uma roupa descente que me sirva pro velório. . . mas ele também não . . . merece. . . — Derrotado jogou o terno em cima de uma escrivaninha.
Cheguei mais perto dele com o coração apertado por não poder fazer muita coisa, segurei seus ombros.
— J. . . foi um acidente.
— Não foi. . . — Jordan cobriu o rosto com as duas mãos e eu o abracei enquanto ele derramava suas lágrimas.
— Independente do que ele fez. . . ele te amava.
— Então por que me deixou?
— Eu. . . Eu não tenho uma resposta, mas eu estou aqui, estou com você!
— Obrigado. . . eu. . . Céus, preciso me recompor estou sendo um fardo pra você. . .
— Ei, somos amigos, você não é um fardo coisa nenhuma, vamos, vou ajudar você!
. . .
Avisei Dite e ela avisou Lily e mandei buscá-las pro velório que não tinha ninguém além de mim e Jordan que ficou muito corado quando elas chegaram. Lily foi a primeira a abraçá-lo.
— Dan. . .
— Estou só Lily! — Sussurrou ele e olhei pra minha gatinha que deixou uma lagrima correr. — Eu sou tão horrível assim? Todos que amo tendem a me deixar.
— Isso não é verdade, estou aqui, mesmo você me enxotando pra fora da sua vida, estou aqui.
— Porque é teimosa! — Sorriu ele se afastando e limpou as lágrimas.
— Talvez eu te ame! — J revirou os olhos se recompondo.
— Oi?! — Sussurrou Dite.
— Oi. . . Não precisava ter vindo. . .
— Se quiser posso ir embora!
— Não! — Ele segurou a mão dela e eu quase dei um gritinho de empolgação. — Me desculpe, me desculpe por tudo, eu afasto todo mundo. . . — Jordan suspirou. — Eu só estava tentando te proteger.
— Eu sei, mas não preciso que me protejam.
— Desculpe!
— Posso te dar um abraço? — Perguntou ela hesitando. Jordan assentiu e a abraçou.
Deuses eu vou ajudar esses dois custe o que custar.
. . .
Jordan
Estou em um momento que tudo o que eu queria era que um buraco se abrisse e eu caísse dentro dele e morresse.
— Nem sei porque estamos aqui! — Falei sem pensar.
— Estamos aqui por você J! — Disse Brian ao meu lado.
— Podemos ir embora? — Perguntei. — Eu não sei como funciona esse tipo de coisa.
— Podemos sim! — Brian se levantou. — Espere aqui, vou falar com o responsável e depois vamos embora.
— Obrigado!
Como posso ser tão inútil? E Brian como ele pode estar me ajudando tanto, devo muito a ele. Não demorou muito e eu estava no carro dele. Com Lily e Afrodite no banco de trás. Eu não sei onde minha cabeça estava, mas de certo não estava no lugar, pois quando percebi eu estava em frente à casa de Brian.
— Vem, hoje você é nosso hospede!
— Eu preciso ir pra casa. . .
— Não precisa não, vem!
Brian desceu e abriu a porta pra mim, Afrodite e Lily já estavam na casa, desci me sentindo um trapo humano. Brian passou um braço por meus ombros e me guiou pra dentro da casa, aconchegante era o que a definia, tinha cheiro de lar, cores alegres, detalhes em tudo. Brian fez janta eu nem sei o que comi, mas comi e então ele me levou a um quarto de hospedes, Lençóis sedosos e cheirosos, cobertores macios. Isso é um lar de verdade e o invejo por isso, não, não sei se sinto isso, apenas penso que eu nunca poderia dar algo assim a Afrodite ou a qualquer outra garota. Fechei os olhos respirando o perfume das cobertas, achei que eu não fosse conseguir dormir, mas foi alguns piscares de olhos e o sono me agraciou.
. . .
Pela manhã desci a escada e vejo Brian tomando café com a cabeça enfiada no ipad.
— Bom dia! — Falei rouco.
— Oh, J. Como você está?
— Melhor, preciso ir pra casa e. . .
— Primeiro sente aqui, vou preparar alguma coisa pra você comer.
— Não precisa se incomodar.
— Não é incomodo, vamos, sente-se!
O obedeci com um suspiro de frustração. Ele me deu as costas e começou a fazer alguma coisa no fogão.
— E as garotas?
— Foram pra aula, achei melhor não chamar você.
— Por?
— Duvido que você fosse ir pra aula hoje.
— É eu realmente não tenho cabeça pra isso.
— Eu sei. — Ele se virou com um prato cheio de panquecas com Blue Berry e calda por cima ele me sorriu. — Aqui, vai precisar de açúcar hoje.
— Eu nem sei mais do que preciso, desculpe, eu não quero ser um chato.
— Sei que vai ser difícil pra você, mas estou aqui te estendendo a mão e J. espero de todo o meu coração que você a aceite.
Eu estendi a mesa sob a mesa em sua direção e seu sorriso se agradou quando ele pegou minha mão.
— Sinto como se você fosse um presente! — Comentei.
— Que bom, fico feliz com isso.
. . .
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Amor e subversão
RomancePra muitos o amor é subversão, é raro a pessoa que não tenha que quebrar regras para poder amar livremente. Amar a si ou a qualquer outro, aliás amar a si é um dos maiores desafios, é preciso coragem... não... a palavra é ''subversão'' Regras fora...