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— Sean, nã-não é . . . — Tentei explicar antes de Brian precisar fazer isso.

— Eí, faça me o favor né?! Eu não via a hora de vocês se assumirem!

— Você não. . . tem problemas que eu seja. . .

— Sério Brian? — Ele colocou uma pasta em cima da mesa dele. — Somos amigos a quanto tempo?

— 20 anos!

— E faz 20 anos que eu sei que você é gay e mesmo eu sendo hetero me incomoda o fato de você nunca ter dado em cima de mim, não me acha bonito ou o quê? — Brincou Sean rindo. — Deixe de ser auto preconceituoso Brian, todos aqui já sabiam sua opção sexual então faça o favor de não esconder o que sente por Jordan, porque todos nós torcíamos por vocês!

— Como? — Perguntei.

— Nós vemos o brilho em seus olhos Jordan, quando olha para Brian seu rosto ganha cor e seus olhos ficam meigos, fora que Brian não consegue deixar de tocar em você quando está por perto.

— Nossa! — Brian passou as duas mãos pelo cabelo. — Vai contar aos outros?

— Obvio que vou, precisamos comemorar o relacionamento de vocês!

— Podem escolher o lugar eu pago! — Sorriu Brian e eu o olhei. — Mas no final de semana, está semana vai ser meia pesada pra nós, encontraram os corpos da minha irmã e meu cunhado, ainda tenho que contar a Afrodite.

— Meus sentimentos meu amigo, vamos esperar tudo passar então e comemoramos. — Ele abraçou Brian. — Todos nós te adoramos e sempre torcemos por você meu amigo e saber que você não está mais só nos deixará muito feliz.

— Obrigado!

Sean saiu e eu fiquei o encarando, Brian segurou minha mão. 

— Está tudo bem J.

— Mesmo? 

— Hurum! Eu. . . acho que exagerei com medo das coisas mudarem e desculpe J. acho que fui um idiota com você!

—  Não meu amor, não fale assim. 

—  Eu não posso esconder o homem que amo de mais ninguém, assim que o funeral da minha irmã acabar vou contar aos meus pais e seja o que Deus quiser. Tenho você e Afrodite, não ficarei só se me regeitarem. 

—  Não quero que se sinta precionado a isso, todos aqui são seus amigos, podem esconder. . . Espere. —  Olhei em seus olhos. —  Você disse que me ama de um jeito diferente? 

A emoção tomando conta de mim porque até agora eu não tinha ouvido dele as palavrinhas magicas. 

—  Eu te amo J! —  Sorriu ele passando os braços por meu pescoço. —  Meu J. 

Sorri o beijando feliz. Seu estomago roncou e peguei sua mão e o conduzi pra fora da sala. Brian não hesitou em momento algum, passamos por todos os funcionários, amigos e sócios dele que sorriam e pulavam empolgados e felizes ao nos ver. . .

. . . 

Afrodite

Estou tão feliz com meu relacionamento com Lily, nós nos damos tão bem, e estamos ansiosas para morarmos juntas, se eu não soubesse que meu tio ficaria só talvez eu não estivesse tão feliz, mas Jordan não o deixaria só e isso deixa meu peito mais leva. Dentro de um mês vamos para um apartamento que meus avós me deram, vou fazer o jantar para contar a meu tio sobre o apê que ganhei e talvez apresentar Lily como minha namorada. Ela chegou cedo e eu corri pra porta e a abri com muito entusiasmo e ela sorriu largo pulando em meu colo e me beijando. Fomos pra cozinha preparar o jantar e meu tio chegou com J.

— Que bom que chegaram cedo. . . o que aconteceu? — Meu tio estava triste.

— Precisamos conversar! — Ele segurou minhas mãos e me levou até a banqueta na beira da bancada.

— Os encontraram não foi? — Meu tio assentiu deixando lagrimas correr e eu as limpei. — Está tudo bem, eu já esperava por isso.

— Vamos receber as cinzas deles na quinta-feira.

— Quero levá-los pro mar. — Declarei. — Eu posso parecer fria, mas na verdade nunca tive esperanças de que eles estivessem vivos, já vivi o luto e agora só preciso que eles fiquem em paz.

— Sim, você está certa. Já faz tanto tempo.

— Como sabem que eram eles?

— Uma expedição em busca de um helicóptero que caiu na região encontrou. . . bom, tiveram que fazer teste de DNA.

— Imaginei, é tempo demais pra ter sobrado alguma coisa pra identificar.

— Sim!

— Vamos comer, eu e Lily fizemos o jantar e eu queria que fosse um momento feliz, mas se for um momento de paz também fico grata.

E assim aconteceu, jantamos em paz e conversamos sobre a faculdade e o apê novo, talvez tenha sido por isso que meus avós tenham me dado a apê, uma pequena felicidade em troca de um sofrimento, ou eles tenham apenas tentado apaziguar.

— Dite? — Chamou-me Lily deitada ao meu lado na minha cama.

— Humm?

— Você está mesmo bem com tudo isso?

— Sim estou, depois do primeiro ano coloquei uma pedra em meu luto, agora tudo o que eu quero é viver, viver e ser feliz. — A olhei. — De preferência com você!

Lily sorriu e me beijou.

. . .

Depois da cerimônia pros meus pais meu tio segurou a mão de Jordan pra saírem da capela e meu avô virou um cara horripilante, ele disse tantas atrocidades a meu tio que eu fui obrigada a interferir para que ele não o machucasse mais, assumi que sou lésbica e meu avô perdeu o ultimo filho e a única neta por ser tão preconceituoso, não derramei nenhuma lagrima por eles e não deixei que ficassem com a urna dos meus pais, no final de semana fomos a uma praia que minha mãe costumava ir com meu tio quando novos e lá nós dois despejamos suas cinzas. O tempo não é sentido quando estamos ao lado de quem amamos, a formatura de Lily chegou e no dia eu a pedi em noivado, nos casaríamos depois que eu me formasse. Jordan se formou em administração e ajuda meu tio na clínica. Lily arranjou um emprego no próprio laboratório da universidade onde estão pesquisando a cura para o câncer de mama. Nós duas começamos a planejar um futuro juntas com uma linda família por vir no futuro já que meu tio e Jordan resolveram adotar um casal lindo de 3 e 5 anos, os dois irmãos e eu queria aquela felicidade pra mim também.  

Amor e subversãoOnde histórias criam vida. Descubra agora