Capítulo 13.

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Era uma madrugada extremamente longa e silenciosa, meio contraditório já que Hermione era a pessoa mais alarmada que eu conhecia, talvez o trabalho de parto tivesse deixado-a cansada. Aurora dormia feito pedra, o que eu estranhava já que o que era mais ouvido sobre a maternidade era que bebês não dormiam à noite. A poltrona do quarto era confortável para passar a noite, iríamos revezar entre eu, Will e Hermínia, até as princesas receberem alta para podermos estabelecer horários e como vai ficar a ajuda com a bebê. Talvez não seja tão difícil já que agora Will morava com ela, mas me sinto na obrigação em passar uns dias lá no meu antigo apartamento, toda ajuda é bem-vinda.

Está acordada? — Artur.
— Sim, e entediada. — Chloe.
— Se estivesse aqui estaríamos matando o seu tédio. — Artur.
— Uma pena, não estou. — Chloe.
— Já sabe que horas vai voltar? O seu irmão estava me contando sobre os seus podres. — Artur.
— Vocês dois juntos são uma ameaça à minha dignidade. — Chloe.
— Não me respondeu, que horas vai voltar? — Artur.
— Pela manhã, quando eu trocar de turno com o Will. — Chloe.
— Estava pensando em levar o Caio até o bar. Logo, logo ele estará dentro dos negócios. — Artur.
— Essa hora, Artur? Vai dormir. — Chloe.
— Perdi o sono desde que fomos até o hospital, estou bebendo. Tyler também está aqui. — Artur.
— Três irresponsáveis. — Chloe.
— Só vou apresentar o lugar ao seu irmão, não se preocupe. — Artur.
— Não estou preocupada. Boa noite, beijos, Arturzinho. — Chloe
— Beijos? Só isso? — Artur.
— Coloca a comida da Jade. — Chloe.
— O meu irmão já fez o favor de me lembrar, afinal, ele é o pai dela e de todos. — Artur.
— Hum? — Chloe.
— Ele se preocupa com a cachorra e com a bebê como se fosse a filha. — Artur.
— Certíssimo! — Chloe.
— Sonso! — Artur.

Seria seguro deixar Tyler bebendo com Artur e o meu irmão? Eu não estava nada preocupada com o delírio do meu ex achando que era o pai de um bebê que não está mais aqui, mas agora estou receosa de que isso seja dito em alguma conversa e as coisas desandem, já encontrei problemas demais. Gostaria tanto que Hope fosse um recomeço feliz, mas isso não pode partir do tempo e das outras pessoas, precisa partir de mim, acho que já estou cansada de deixar a vida me levar, esperar o que vai acontecer e ser tomada pelo comodismo, eu não tenho um diploma à toa, não é mesmo? Sonhos foram feitos para serem realizados, acho que está mais do que na hora de sair da mansão de Benedith Evans e viver um pouco por conta própria.

— Ainda está acordada? — perguntou Hermione, com voz de sono e levantando com o cabelo completamente bagunçado, ela estava destruída com aquela bata hospitalar.

— Não consegui grudar o olho, Hermi. — falei, sorrindo de canto e me levantando, caminhei até a sua direção e a ajudei a sair da cama.

— Os meus peitos doem tanto, estou me sentindo uma vaca leiteira, vazando leite infinito. — resmungou, checou a filha no berço e me olhou. — Ela é um sonho inimaginável.

— E pensar que você surtou com esse sonho. — dei risada e acariciei o rosto gordinho de Aurora.

— Você vai dizer que não surtaria? — perguntou, com a sobrancelha arqueada. — É uma droga ela parecer comigo, queria ao menos um traço para saber quem é o pai.

— E isso faz diferença? — perguntei. — Amiga, não queira um atraso em sua vida, vamos nos virar muito bem.

— Tenho medo de mais tarde ela querer saber ou perguntar sobre. — suspirou.

— Não vai, Hermi. A vida dela vai ser uma mãezona, uma super avó e tios protetores que farão de tudo, ela não vai exigir saber de uma figura paterna porque vai crescer cercada de amor e essa ausência não vai fazer falta alguma. — esbocei um sorriso que fizesse a minha amiga se sentir confortável e menos preocupada com o pai desconhecido.

Meu Amado VizinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora