— Acho que agora podemos deitar e descansar em paz, não é? — falou, logo em seguida retirou o relógio, a carteira do bolso e a roupa ensanguentada.
— Artur, o seu irmão está na UTI, você levou um tiro, o seu pai está morto e o meu irmão o matou! — falei, passei a mão em minha testa e o encarei, ele ia até o banheiro com tanta tranquilidade que eu não conseguia entendê-lo.
— Isso não significa que você não tenha que descansar nunca mais. Chloe, querida... — deu meia volta e se aproximou de mim, segurou os meus ombros e olhou no fundo dos meus olhos. — Vai ficar tudo bem, eu prometo. Alguma vez eu já menti para você? Alguma vez eu deixei de consertar as coisas?
— Nada vai apagar a tarde de ontem da minha memória, Artur. — suspirei.
— Mas vamos superar isso, juntos. Veja só! O Tyler está vivo! — ele abriu um largo sorriso.
— É, depois de quase morrer, nem sabemos se ele vai escapar. — cruzei os braços e engoli seco, desviei o olhar para a mala no chão do hotel.
— Você pode por favor, parar de pensar negativo? Ele fez aquilo para nos salvar, foi uma escolha dele, então... você não precisa se sentir culpada.
— Eu me sinto culpada por te convencer a vir para Nova York.
— Eu também escolhi isso, meu bem. — seus lábios se aproximaram e tocaram a minha testa. — Você precisa de um banho e de uma boa noite de sono. Eu até faço massagem em seus pés se isso te ajudar.
— O Caio foi para a casa dos meus pais. — suspirei. — Acho que devemos fazer o mesmo. Ficar longe daqui.
— Nós estamos no melhor hotel. No meu hotel. Há seguranças por toda parte, estamos cercados de pessoas, estamos seguros. — de uma vez por todas ele se afastou e entrou no banheiro.
— Acho que... só precisamos esfriar a cabeça depois dessa bagunça. Longe daqui. — me aproximei e me encostei na porta, enquanto o observava tirar a roupa.
— Agora você me entende, não é? — falou, logo se virou e sorriu de canto. — Entende por que eu não queria voltar?
[...]
Despertei com a Jade latindo em cima de mim, olhei ao redor e vi a pequena tigela de ração vazia. Tentei tirar o peso do braço de Artur que estava sob o meu corpo nu, e a minha cabeça estava tão cheia e confusa que eu nem sequer lembro se transamos ou não. Me levantei e vesti o roupão que por algum acaso estava jogado sob uma poltrona ao lado da cama e coloquei a bolinha de pêlos no chão, que continuava a latir sem parar, fui depressa colocar a sua comida.
— Shhh, Jade! — ma agachei e ela subiu em meu colo. — A mamãe já colocou a sua comida, pode ficar quieta? Você vai acordar o seu... o Artur.
— Ela já me acordou. — resmungou com a voz abafada pelos travesseiros e se revirou na cama.
— Está vendo? Você o acordou, e ele é chato dormindo bem, quem dirá dormindo mal. — tornei a colocar ela no chão, mas a mesma insistia em me acompanhar e eu resolvi ignorá-la. Acho que se Vitor visse eu fazendo isso ele me repreenderia, pegaria ela nos braços e mimaria como se fosse o seu único dever no mundo.
Olhei o celular que estava jogado em um móvel qualquer do quarto luxuoso, haviam diversas chamadas não atendidas, incluía da minha mãe e da secretária do médico responsável por Vitor, e o celular de Artur ao lado chamava no silencioso com o mesmo número do hospital. O meu coração acelerou e eu só conseguia imaginar o pior.
— Alô? — atendi e esperei uma resposta, não a melhor.
— Bom dia. Gostaria de falar com o senhor... Artur Evans!
— É do hospital, não é? É sobre o Vit... quer dizer, sobre o Tyler? É a Chloe, Chloe Cooper, vocês me ligaram mais cedo e eu não pude atender. — falei, agoniada.
— Sim. Bom dia, Chloe. Só liguei para avisar que, o doutor Robert já autorizou visitas ao Tyler, uma pessoa por vez, das dez da manhã às doze.
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Meu Amado Vizinho
Storie d'amore• Livro 3 • Continuação de "Meu Inesquecível Vizinho" +18 Recomeçar depois de todo o cenário horrendo de morte seria uma tarefa difícil para todos os envolvidos naquela tarde. Mas apesar e depois de tudo, Chloe e Artur estavam juntos, finalmente. D...