Sarah é dona de uma livraria em Brasília. Seu caminho muda drasticamente quando a famosa atriz Juliette Freire aparece em sua loja em uma tarde de primavera. Um encontro incidental envolvendo suco de laranja dá início a uma história de amor.
Fanf...
Observei a fumaça subir da minha xícara de café, mas minha mente estava bem longe dali. Mais precisamente, num dos dias mais doidos da minha vida como foi o dia anterior.
Se eu vociferasse tudo que aconteceu, não ficaria surpresa se dessem risada da minha cara e dissessem que eu tava delirando, porque às vezes eu sentia como se tivesse mesmo experimentado um delírio.
Só que, ao mesmo tempo que me sentia daquela forma, eu não conseguia esquecer dos lábios de Juliette junto dos meus. O gosto dela era maravilhoso e caso eu tivesse a oportunidade de experimentá-lo novamente, não pensaria duas vezes. Os flertes não haviam sido coisa da minha cabeça, e eu estava feliz por isso.
Não sei direito o que deu em mim ontem, ainda era tudo muito confuso, mas eu sei que eu não me arrependia de nada. De fato, parando pra pensar, convidar uma pessoa que não me conhecia e eu não conhecia - pelo menos não pessoalmente - para vir até minha casa podia soar como loucura. Se minha mãe soubesse disso, com certeza ela me daria uns tapas. Mas quando eu vi Juliette imunda na minha frente por algo que, de certa forma, foi minha culpa, eu só conseguia pensar em remediar aquilo. Obviamente que a sequência de fatos que se desenrolaram após o incidente não fora prevista e muito menos calculada, mas agora eu estava na minha mesa da cozinha tomando café da manhã naquele sábado ensolarado, sustentando um sorriso idiota que tinha um único porquê.
Juliette estava em minha cabeça. Seu beijo, seu cheiro e o seu toque.
Fechei os olhos brevemente. Não podia ficar pensando muito naquilo porque, por mais que eu quisesse muito, não tinha como ir atrás dela. Não sabia onde ela estava e muito menos o número dela.
A não ser que... Uma mensagem não faça mal.
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O que eu estava fazendo? É óbvio que ela não veria aquilo em meio a tantas outras milhões de DM's que ela deve receber todos os dias. Imediatamente fechei o app e bloqueei a tela do celular novamente. Escutei um barulho no corredor e logo Gilberto aparecia na cozinha. Bisteca foi até meu amigo, cheirou seus pés, recebeu o carinho desejado atrás das orelhas e seguiu para seu pote de ração recém colocado.
