Capítulo dezoito

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Celular Sarah

Celular Sarah

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POV Juliette

Assim que adentrei o elevador do prédio onde ficava o escritório da minha assessoria, pude respirar aliviada. Coloquei meus óculos escuros no topo da cabeça e encostei a cabeça no espelho atrás de mim, fechando os olhos por alguns segundos e tentando normalizar as batidas do meu coração. Fazia um calor infernal no Rio de Janeiro e eu só tive tempo de passar em casa pra deixar minhas malas e tomar um banho correndo pra tirar o cheiro de avião do corpo, no minuto seguinte já estava sendo arrastada para o escritório na Gávea.

Giu estava ao meu lado, assim como Rodrigo, e eles dois foram minhas barreiras contra o mar de imprensa que havíamos nos deparado na entrada. A equipe de segurança do edifício comercial felizmente conseguiu conter todos os jornalistas, mas foi como se todos aqueles olhos sobre mim fossem juízes prestes a darem a minha sentença. Eu me senti miúda diante de tudo aquilo, meu coração parecia que ia saltar do meu peito e um frio na boca do estômago me fazia querer vomitar. Eu não havia comido nada praticamente, só tinha água e amendoim no meu organismo, apesar da insistência de Giu que eu tomasse café da manhã. Eu não conseguia, ainda sentia tudo embrulhado dentro de mim, parecia que tinha um turbilhão de coisas se misturando que dificultava até respirar direito.

Eu só queria gritar. Gritar para que me deixassem em paz, que eu não tinha feito nada de errado, que a única pessoa que eles deveriam estar julgando era a pessoa culpada por expor minha privacidade. Mas como sempre, não era isso que acontecia. Numa sociedade extremamente machista e preconceituosa, se questiona o porquê uma mulher tira fotos assim, e não o porquê de se vazar algo que não lhes diz respeito. Os dedos estavam todos apontados para mim como a culpada. "Ah, porque se ela não tivesse tirado as fotos, isso não estaria acontecendo". Patético. Triste. Um argumento sem a menor preocupação ou cuidado de que tem um ser humano recebendo essa enxurrada de julgamentos. Uma coisa que as pessoas precisavam enxergar era que eu havia sido vítima disso tudo, e a culpa NUNCA é da vítima.

Primavera - SarietteOnde histórias criam vida. Descubra agora