Capítulo doze

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POV Narrador

Sarah fechou a expressão na hora ao avistar um homem alto, forte e sorridente surgir atrás de Juliette na porta. Ele intercalou seu olhar entre as duas mulheres antes de colocar as mãos sobre os ombros da atriz, que parecia nervosa.

— Olá. Você quem é? — ele se dirigiu à Sarah de forma educada.

— Essa é-

— Serviço de quarto! — Sarah interrompeu a morena, que a encarou unindo as sobrancelhas em confusão — A senhorita Freire chamou e vim ver o que deseja.

A atriz abaixou a cabeça, sem graça, enquanto Sarah mantinha a expressão séria.

— Ah, sim. Perfeito. — ele sorriu e entrou novamente no quarto, sendo seguido pelas duas — Eu estava mesmo com fome. Acabei de chegar de viagem e resolvi fazer essa surpresa pra Ju.

Sarah assentiu e deu um sorriso sem emoção. Ela olhou para Juliette brevemente e a morena parecia não saber onde se enfiar.

— Claro, como quiser, senhor...?

— Arcrebiano Araújo. — estendeu a mão e apertou a de Sarah em um cumprimento.

— Claro, senhor Araújo. — deu um aperto mais forte que o necessário na mão dele — O que desejam?

Juliette continuava calada, sem saber o que dizer ou fazer com aquela situação extremamente desconfortável. Não esperava que Bil fosse aparecer assim, nem mesmo sua equipe sabia disso. O modelo havia tomado aquela decisão com a própria assessoria e pegou um avião até Brasília sem avisar à morena. Juliette estava chateada e confusa, ela e Bil não tinham um relacionamento sério a ponto de coisas como essa acontecerem, mas aparentemente apenas ela estava ciente disso. Bil, ao seu lado, era só sorrisos.

Bil fez o seu pedido e Sarah fingiu memorizar, mas sua vontade era de sair correndo dali sem olhar para trás. Era óbvio o que estava acontecendo ali, e ela se viu chateada de repente. Ela e Juliette não tinham nada sério, mas mesmo assim não pode evitar a mágoa e o sentimento de ciúme que começava a corroer seu interior. Nem mesmo Sarah esperava sentir aquilo, mas ele veio e se alastrava por seu peito.

Tudo piorou quando, ao terminar de dizer o que queria, Bil sorriu para Juliette e a puxou pela cintura delicadamente, unindo seus lábios em um selinho antes de perguntar a ela o que iria pedir. Sarah sentiu o estômago embrulhar e se aproximou da porta. Juliette sorriu sem jeito para Bil e o afastou, pedindo silenciosamente que parasse. Normalmente ela teria aceitado o beijo e até retribuído, mas aquela não era uma situação normal e ter Sarah ali tornava tudo ainda mais desconfortável.

Teria uma conversa séria com o modelo assim que estivessem a sós.

Bil entrou no banheiro e Juliette se aproximou de Sarah de forma rápida.

— Me desculpa, Sarah. Eu não sabia que ele estaria aqui.

— Ei, tá tudo bem. — a loira engoliu em seco tentando disfarçar o gosto amargo que surgiu em sua língua — Ele é seu namorado? — não conseguiu evitar a pergunta, mesmo que temesse a resposta.

— É... Complicado. — Juliette coçou a cabeça — Mas não somos namorados.

Sarah assentiu, compreendendo tudo. Juliette estava nervosa, sem jeito, ela conhecia os sinais de alguém que estava enrolando para dizer a verdade.

— Bom, eu vou indo então. — disse finalmente, abrindo a porta do quarto. Não tinha mais o que fazer ali.

— Sarah, não...

— Tá tudo bem, Juliette. De verdade. — tentou sorrir — Aproveite a... Sua surpresa. Não quero atrapalhar. Vou pra casa, uma boa noite pra você.

Primavera - SarietteOnde histórias criam vida. Descubra agora