Capítulo XLI

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Uma semana depois dos acontecimentos do último capítulo...

A guilda estava tranquila e quase vazia, ainda era de manhã, uma boa parte dos aventureiros estavam ajudando pessoas que foram prejudicadas pela chuva que assolou a cidade durante os últimos três dias. Mas como Jackie, Robbie e Gideon não curtem fazer caridade, os três estavam descansando e se recuperando da última missão, que foi um fracasso, no final das contas era uma armadilha de uma gangue de ladrões.
Jackie e Gideon conversam no bar enquanto Robbie está deitado encima do balcão da recepção, paquerando a Wendy como se os dois já não tivessem acordado um do lado do outro essa manhã.
- Amor, sai daí porra, você vai me fazer ser demitida.
- Porque? Não tem ninguém aqui.
- Sai logo, se não vou te morder.
- Mais fácil você prometer que se eu sair a gente se morde mais tarde, hein? Que tal?
- Você é um imbecil sabia?
Do outro lado do salão o papo era um pouquinho mais produtivo.
- A gente precisa arrumar uma grana pra comprar umas coisinhas melhores, não acha? Sugere Gideon.
- Verdade eu tô real precisando de uma armadura nova ou dar uma melhorada nessa aqui mesmo sei lá. Diz Jackie.
O papo não fluía, ninguém tava no clima pra nada. Até que chegou um bardo, com boas novas.
- Com licença companheiros, eu tentei mas não pude evitar de ouvir, estão precisando de equipamentos melhores?
- Que foi Gimble, largou de vez a vida de bardo e virou vendedor?
- Eu ainda tenho muito a oferecer como bardo, senhorita...?
- Jackie, e esse é o Gideon e o Robbie é aquele sequelado passando vergonha ali.
Ao ouvir seu nome, Robbie se aproxima pra entender do que se trata.
- Apresentações feitas então vamos logo ao que interessa, onde ou o que vamos invadir para pegar o que queremos? Pergunta Gideon num tom confiante.
- Tá com pressa baixinho? Pergunta Gimble, que tem mais ou menos a mesma altura do Gideon. - Bom, mas o lugar é a torre de Marbrelanc, falecido elfo arquimago, especialista em fabricar itens mágicos, morreu recentemente aos seiscentos e doze anos. Apenas sua esposa, uma elfa enfermeira lindíssima na flor de seus duzentos e alguma coisa anos sabe a localização da torre e tem a chave.
- Tu dormiu com ela, descobriu o lugar e pegou a chave?
- Tu para de usar adivinhação em mim garoto.
- Eu não usei e você sabe disso, você teria percebido antes de eu terminar o feitiço.
- Tá mas, que garantia a gente tem que os itens ainda estão lá? Pergunta Robbie.
- A garantia de que eu implantei uma memória na mente da viúva que ela já mandou uma esquipe recuperar os itens e deu a chave a eles.
- Sendo que na verdade ela não fez nada disso e também vai explicar o porquê ela não está com a chave, excelente jogada Gimble. O bardo responde ao elogio de Gideon com um gesto de cabeça.
- O lugar é longe daqui? Pergunta Jackie.
- Cinco horas de barco, mas vamos ter que esperar, essa chuvinha que a gente viu não é nada comparado a tempestade monumental a sudeste daqui.
- Sério?? Então, digamos que se alguém tivesse zarpado para outro continente a uma semana..?
- Eles iriam estar passando por muita dificuldade agora. Responde Gimble em tom sério
Jackie e Gideon ficaram pálidos, Robbie não tem afeto com ninguém naquele comboio mas a dor de um de seus parceiros é sua também.
O bardo, a espadachim, o necromante e o feiticeiro se juntam em oração aos amigos no mar, tanto o bardo quanto a espadachim não são religiosos, por isso rezaram a "quem quiser ouvir", depois disso os quatro combinam de se encontrar no mesmo lugar em dois dias para partir em direção à torre.

Enquanto isso, a milhares de quilômetros dali...
- Isso não é justo. Reclama Mabel, sentada no chão, se esforçando pra sua voz ser ouvida por cima do barulho ensurdecedor da tempestade monumental que castiga o comboio há dois dias. - É a primeira vez que eu ando de barco e isso acontece. Mabel fica emburrada, quase chorando enquanto aperta Waddles com força, o valente javali está mais calmo que qualquer um naquele quarto que não parava de sacolejar
Dipper está ao lado de sua irmã tentando acalma-la, Marco está rodando em círculos indo e voltando do centro do quarto até a porta do closet, Star está sentada na beliche ao lado de Cabeçaponei sentada no chão e por último, Pacífica sentada na cama de casal, todos sem armadura ou qualquer equipamento, apenas roupas casuais.
O quarto inteiro balança violentamente quando uma onda colossal atinge o estibordo do navio, Marco que estava de pé cai no chão, instantes depois da queda um clarão e um barulho igualmente colossais assustam cada alma vida daquele comboio.
Mabel dá um grito de susto e logo depois Dipper faz a tenebrosa pergunta.
- Será que atingiu o mastro?
- Sihhhhiu, escuta. Pede Pacífica
"Pelas flechas de Corellon essa foi perto!" Grita um tripulante.
- Mas como? Os raios procuram o lugar mais alto pra... Dipper não termina sua frase já imaginando a resposta da pergunta.
- As ondas são mais altas que o mastro. Pacifica responde em tom sério.
- MAIS ALTAS QUE O MASTRO??? Mabel e Marco se espantam ao mesmo tempo.
- O Rosário foi projetado pra aguentar essas ondas, a gente tá seguro aqui.
- Pelo raio de Heironeous onde eu fui me meter?
- Chega!! Cabeça pônei já está farta disso. - O cara ali vai furar o chão de tanto andar em círculos, ela tá chorando igual uma criança, pra afastar os pensamentos negativos e nos divertirmos um pouco, que tal um verdade ou desafio??
Por incrível que pareça, rodos concordam, até porque não tinha nada que eles poderiam fazer pra melhorar a situação, então só restava se distrair e esperar o melhor. Cabeça oferece a garrafa de rum que eles tinham pegado a quase uma hora atrás e só tomaram uns dois ou três goles até agora.
- Se eu beber isso eu não fico mais em pé, não tô conseguindo direito nem sóbrio.
- Se eu sentir o cheiro disso aí eu vomito.
Respondem Marco e Mabel respectivamente.
Star é a única que toma um gole.
- Pelo chifre de Celestia vocês são muito frescos! Diz Cabeçapônei antes de virar uma fodendo garrafa de rum quase inteira. - Ahhhh como eu ADORO SER UM PÔNEI! Vão precisar de o triplo disso pra me deixar levemente alterada kkkk.
- Boa sorte pra gente tentar rodar isso aí com o barco balançando desse jeito.
Pacifica tinha um ponto, um bom ponto. Mas Dipper não iria deixar barato, ele pegou um virote da sua besta e uma adaga, usou o punho da adaga como martelo e com cuidado furou a lateral da garrafa bem no meio, depois martelou o mesmo virote no chão e encaixou, uma roleta fixa improvisada.
- Ótimo!! Quem começa?

Uma princesa, uma arqueira, um nerd e um paladino entram numa taberna.Onde histórias criam vida. Descubra agora