Capítulo XLIV

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Depois de os elfos já terem ido "dormir", Marco julga ter pensado em algo digno de quebrar o silêncio.
- Eu sei que a princesa disse que só queria ouvir um "a" se fosse uma reconciliação...
- E com orelhas daquele tamanho ela ouve mesmo.
- Cala a boca Star. Diz Dipper num tom insanamente calmo. - Marco, continua por favor.
- Então, não é uma reconciliação e sim um conselho, Mabel...
- Sou eu.
- Eu acho que conheço aquela garota um pouco melhor do que você e tenho propriedade pra falar, inclusive seu irmão deve concordar comigo, eu sou um paladino eu tenho uma certa vocação pra perceber quando alguém é do mal, ou simplesmente é sinônimo de encrenca, e a Jackie deve ser a garota mais problemática e encrenqueira que eu já vi na vida.
- Ela tem uma áurea... densa, pra não dizer coisa pior. Complementa Dipper.
- Sim mano, e quando tu vai lutar com ela é pior ainda, tu se sente fraco e tals, por isso que ela parece lutar tão bem, mas na verdade é tudo na base da energia negativa, então, se eu fosse te dar um conselho, sai dessa, eu saí e não me arrependo
- Pra você é fácil falar, consegue a garota que quiser.
- Tá bom tá bom tá bom, maninha, Marco, vamo dormir agora até porque nunca se sabe o dia de amanhã.
Depois do papo, todos dormem até que rápido.

Dois dias depois, no começo da tarde bem longe dali, numa clareira na floresta, na beira de um alto barranco que leva a uma linda praia isolada pelos dois lados e com um pequeno navio viking ancorado na areia, quatro aventureiros se aproximam do que parece ser uma torre de observação, talvez um farol, porém muito fortificado.
- Não parece estar tão escondido. Comenta Robbie.
- Os aventureiros só começaram a procurar a pouco tempo e eles tem a margem de Ontlens inteira pra procurar. Responde Gimble. - Eu tive sorte de conseguir a informação rápido e achar um pequeno e bom grupo pra me acompanhar. O halfling fala com naturalidade, o papel de um bardo é motivar e animar os companheiros, e os mais experientes nem precisam de magia pra isso.
O grupo veio a cavalo, pagaram extra para embarcar os animais no navio mas valeu a pena, evitaram de caminhar da guilda até o porto e depois do porto até o destino final.
Jackie veio com seu equipamento normal, sua grande Zweihander nas costas, seu arco curto composto, um machado com traseira de martelo e umas seis adagas escondidas na sua armadura leve de malha de aço. Gideon também veio sem nada demais, uma jaqueta de couro azul, sua besta leve e sua bolsa de componentes mágicos que ele usa em suas magias, Gimble usa uma armadura vermelha de couro reforçada e muito bonita e trouxe seu velho alaúde. Robbie veio como se sente mais confortável, vestido inteiramente de preto, com seu peitoral de aço preto, capacete e bracelete direito do mesmo metal e cor, além de uma calça e botas de couro reforçado, uma maça estrela e uma adaga presa na cintura e uma capa que pende sobre seus ombros puxada mais para o lado esquerdo, escondendo a ausência do braço. Quanto aos mortos vivos ele trouxe uma tropa de seis esqueletos, três de linha de frente e três a distância, um deles é o Alfhar, um grande guerreiro meio-orc especialista em barreira de escudos e lanças, outro é se chama Jazze, um elfo arqueiro muito experiente e de precisão assustadora, os outros quatro eram pessoas comuns que agora seguem os passos de Alfhar e Jazze.
O primeiro desafio depois de achar o lugar foi destrancar a porta, a fechadura, que foi projetada para cofres, só abriria com a combinação certa de movimento das alavancas e da chave nas duas aberturas.
Gimble sabe os movimentos e a ordem, mas não sabe em qual alavanca eles correspondem. Com metade da informação, Gideon consegue usar sua previsão para descobrir o resto da combinação.
Depois de dois minutos de trabalho o gnomo descobre o código: subir a primeira alavanca, subir a segunda, descer a primeira, um buraco de fechadura aparece no espaço que a primeira se moveu, girar a chave meia volta para a esquerda, subir a terceira alavanca e mais um buraco aparece, botar a chave de cabeça pra baixo girar duas vezes para a direita e finalmente a porta está destrancada.
Sabendo do perigo, Robbie manda um de seus arqueiros abrir uma das duas enormes portas de madeira reforçada com aço.
O esqueleto abre a porta direita o suficiente pra uma pessoa magra passar e nada acontece, ele abre mais a porta e se arrepende imediatamente, um pequeno objeto brilhante vermelho sai voando de dentro e explode dizimando completamente o pobre morto vivo. Todos escapam, menos Gideon que ainda foi pego pela onda de choque. Após duas poções de cura ele está novo em folha.
Ao entrar eles se deparam com uma cozinha completa e sala de estar muito bem decoradas com bastante mármore branco e com alguns quadros extremamente realistas nas paredes, uma grande mesa de jantar ou de reuniões no lado esquerdo e uma escultura que serve de pilastra no centro, essa escultura tem um olho esquerdo brilhante que aponta para a porta e representa um homem musculoso e cabeludo com uma camisa rasgada e uma calça comprida segurando uma bola enorme acima da cabeça, além de duas alavancas atrás das portas, talvez para desativar as armadilhas.
No canto direito há uma escada que sobe em espiral seguindo a parede. Gimble, a voz da experiência, percebe desgaste no degraus, no primeiro o desgaste está no lado direito, no segundo no esquerdo e por aí vai. O bardo orienta a todos começarem a subir a escada com o pé direito.
Após terminar de subir as escadas eles chegam ao primeiro corredor uma porta de cada lado, um depósito? Quarto de hóspedes? As únicas certezas são as duas alavancas do lado de cada porta, logo provavelmente tem uma armadilha no corredor, no final dele a direita tem mais uma escada e na parede em frente um quadro de um palhaço com a mão atrás da orelha, como se estivesse se esforçando para ouvir quem passar pelo corredor.
Depois de discutir um pouco eles decidem jogar uma garrafa de vidro com algumas moedinhas de bronze nela para fazer barulho e acionar a possível armadilha, dito e feito, o quadro abre como uma porta pra baixo e nove pistolas descem num movimento parecido e disparam no corredor.
Todos estavam atrás da parede e se safaram.
No próximo andar, um cenário idêntico exceto pelo fato do quadro ser de um palhaço com os dedos imitando pernas na frente do rosto.
Robbie manda um de seus esqueletos de linha de frente atravessar o corredor batendo a ponta da lança no chão na frente dele, duas vezes ele achou pontos de pressão mas conseguiu tirar a lança antes de realmente ativa-los e também achou dois armadilhas de piso falso, tudo ia bem até a lança atingir um fio invisível e três espadas, aparentemente envenenadas saírem de cada parede lateral em um trajeto que forma um semicírculo visto de cima com centro na parede e cobrindo quase o corredor inteiro na área de efeito, por sorte, muita sorte o esqueleto sobrevive, Robbie usa uma magia de causar ferimentos nele, que tem o efeito contrário e cura seus ferimentos.
Depois de se recuperar ele continua o processo até o final do corredor, os aventureiros seguem os passos e todos atravessam.

Uma princesa, uma arqueira, um nerd e um paladino entram numa taberna.Onde histórias criam vida. Descubra agora