Uma princesa, uma arqueira, um nerd e um paladino entram numa taberna.

Capítulo XVI

Já se passou uma semana desde a missão em Lichenbury, os gêmeos também atualizaram seus equipamentos, os dois compraram armaduras e escudos de qualidade superior que restringem menos os movimentos e armas novas, o irmão comprou uma lança ciclone (pesquise m48 cyclone spear para mais detalhes) e a irmã estava com o arco flamejante já mencionado.
Depois de um bom café de manhã e de aturar toda a melosidade de começo de namoro de Marco e Jackie, o grupo está procurando algo de bom no quadro de missões, Star parece ter achado alguma coisa.

- Gente, olha isso aqui. "Resgatar um tesouro de família que afundou num navio, poções para respirar sob a água não inclusas". O que vocês acham?

Dipper da uma olhada no panfleto e responde sua companheira.

- Olha, primeiramente essa recompensa é meio fraca, considerando que a gente iria mergulhar num mar de tubarões, que ninguém do nosso grupo conseguiria lutar descentemente embaixo d'agua, que dificilmente a Mabel iria conseguir domar um tubarão e tudo isso se a gente conseguisse chegar lá embaixo.

- Nossa! Foi mal kk.

- De boa.

De repente as pupilas de Marco dilatam, ele deve ter achado algo bom.

- Gente! Se liguem nessa aqui, depois de amanhã um comboio blindado vai partir para o porto leste pra buscar a princesa Pacífica e a equipe de diplomatas que acabaram de voltar de uma missão na Ásia, o comboio vai sair de madrugada com previsão de chegar lá meio dia e estar de volta de noite e o rei quer um grupo de aventureiros jovens dentro da carruagem com a princesa pra reforçar a segurança e talvez pra entreter a garota.

Mabel não parece ter gostado da ideia.
- Ahhhh é sério que a gente vai ter que ficar mais de 8 horas na presença daquela metida da Pacífica? Quanto vamos receber por esse feito heroico?
- Se tudo ocorrer como planejando vamos receber 10k, se acontecer alguma coisa, um atentado ou algo do tipo e nós entregarmos ela inteira receberemos o dobro. Responde o paladino.

Dipper parece suspeitar que algo está errado.

- Como se 6 cavaleiros e 8 arqueiros não fossem suficientes, será que rei suspeita que alguém vai tentar alguma coisa?
Star adorou a ideia de ter outra princesa pra conversar, os gêmeos aceitam relutantes.

- Pines, pelo jeito que vocês falaram dela, vocês conhecem a Pacifica de onde?

Dipper iria responder, mas Mabel foi mais rápida.

- Teve um baile ano passado, para a alta sociedade, eu e meu irmão, como protegidos dos chefes da maior guilda da cidade tivemos o privilegio de ir, disseram que os jovens iram ter uma chance de dançar com a princesa, um garoto inocente, chamou ela pra dançar, na humildade, e ela humilhou o garoto só porque ele era um quarto orc, mas na hora de falar com o povo é sempre um discursinho de igualdade e da importância de cada cidadão blá blá blá, enfim, a hipocrisia, e ainda digo mais... - a garota muda seu tom de voz e agora está praticamente sussurrando - ...a família real inteira é assim, baseada na política de dizer uma coisa e fazer outra, a Pacífica é só mais um elo nessa corrente horrível.
Dois dias passam voando e lá estão eles às 3 da madrugada em frente ao castelo do rei quando exatamente na hora marcada o portão se abre e o comboio se revela, duas carruagens blindadas puxadas por 4 cavalos cada, com suas rodas enormes e 4 arqueiros fortemente armados no teto de cada uma, elas são escoltadas por 6 cavaleiros armados com lanças, escudos e arcos, tanto os condutores e os guardas são elfos e todos eles incluindo os cavalos usam armaduras leves.
Os aventureiros embarcam na carruagem de trás e o comboio segue viagem. Mabel, que não consegue ficar quieta com os amigos, puxa o assunto.
- E aí Star? Isso é familiar pra você?
- Ok não vou mentir, me lembra um pouco de Mewni sim, mas lá a gente não é tão paranoico e nossos servos são bem mais carismáticos.

Marco entra na conversa, seguido por Dipper, Mabel e Star respectivamente.
- Eles são elfos, você esperava o que? Sem ofensas galera.
- Imagina! Sou obrigado a concordar, não existe raça mais metida do que os altos elfos.
- Dip tem razão.
- Nossa, se dois meio-elfos tem essa idéia dos altos elfos quem sou pra discordar.
Depois de quase 10 horas o comboio chega ao destino, o navio que trás a princesa e os diplomatas já está à vista, enquanto ele manobra a atraca no porto os integrantes da escolta aproveitam para almoçar e se arrumar pra receber os representantes da coroa.
A primeira a desembarcar é a princesa. Pacífica é uma elfa linda, longos cabelos loiros, pele clara e um corpo de uma deusa grega, seus olhos azuis parecem ter um universo dentro deles, a garota está usando um quimono roxo com estampa de flores de cerejeira, provavelmente uma lembrancinha da Ásia.
Todos fazem uma leve reverência, e um guarda dá um passo à frente e anuncia.
- Bem vinda de volta ao país milady, infelizmente vosso pai não pode estar presente, mas ele enviou esse grupo de aventureiros para te fazer companhia e te proteger durante a viagem.

O rosto da garota muda completamente, sua expressão de felicidade por estar de volta e rever sua família é rapidamente substituída por uma de desapontamento.
- É sério? Ahh eu já devia saber, afinal ele é o rei e deve estar ocupado com coisas mais importantes do que a própria filha. Enfim! Vamos andando, quanto mais cedo partimos mais cedo chegaremos!
A garota passa pelos quatro aventureiros e rapidamente os olha de cima a baixo, principalmente pra Dipper e Star. Os 5 sobem na carruagem de trás e aguardam a equipe de 6 diplomatas desembarcar do navio e entrar no outro carro.

Em pouco tempo, o comboio já está em movimento. Após poucos minutos, Dipper, sabendo que sua missão ali não era só de segurança, tenta puxar um assunto.

- Então, Vossa Alteza, há algo do qual gostaria de conversar sobre?

- Não sei, acho que não, e você? Tem alguma sugestão? Diz a princesa com um tom desafiador.

- Bom, já que me permite,estou interessado em saber sobre sua viagem, a não ser é claro que seja um segredo de estado.
- Hahaha! Quem me dera dessa viagem ser interessante assim! A gente foi pra estabelecer tratados de comércio com Banzai e Kung-li, as duas principais nações da Ásia, mas o que nós não sabíamosé que os dois países se odeiam de uma forma que não tá escrita, e por conta disso a missão atrasou uns 2 meses. Tudo que eu mais quero agora é chegar logo em casa e encontrar com meus pais.
Mabel, profissionalmente, pergunta sobre a vestimenta exótica da princesa para manter a conversa fluindo, isso acaba despertando a curiosidade de Star sobre a cultura desses países e dessa forma o assunto segue naturalmente.
Eles vão conversando por mais ou menos 20 minutos. Neste momento o comboio está numa estrada paralela a um declive, a vegetação do lugar é composta basicamente de árvores de grande porte.
Um silêncio reina por um breve momento até que obarulho ensurdecedor de uma explosão invade o lugar. Outras 5 ou 6 explosõessão ouvidas e sentidas de dentro do veículo, a carruagem chacoalha de um lado pro outro, Pacífica tenta falar com algum guarda de lado de fora mas recebecomo resposta um grito de dor quando chuva de flechas flamejantes acerta o comboio, Dipper puxa a garota pra longe da janela salvando ela de uma flechada no rosto.
Antes que qualquer um possa pensar em fazer alguma coisa, uma última explosão acerta a carruagem por baixo e ela capota várias vezes enquanto cai no desfiladeiro até parar dentro de um rio.