CAPÍTULO SETE

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ATENÇÃO: o seu voto é importante, então deixe sua estrelinha quando chegar ao fim, por favor.
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Já dentro do quarto levo a mão ao coração sentindo o sorriso sumir aos poucos dos lábios, Roger é um bom amigo e uma ótima companhia, mas não foi capaz de camuflar a angústia que se instala em meu peito, é pior, muito pior do que o sentia ainda em Londres. 

Ainda escorada na porta ouço meu celular apitar sinalizando uma mensagem, em seguida outra e outra, e mais uma.

Franzo o cenho estranhando, me endireito e caminho pelo quarto procurando pelo aparelho que agora se mantém quieto. Descarto a sacada porque nela não pisei hoje, mas tiro as almofadas de cima das poltronas, mas não o encontro aqui, procuro em cima da cama, por de baixo dos lençóis e travesseiros, em cima das mesas de cabeceira, na penteadeira, vou até o banheiro procurando-o ali, mas nada.

O toque volta a chamar a atenção, agora é uma ligação, saio do banheiro e vou para a única parte do quarto que ainda não procurei, o closet.

Eu o encontro repousando por cima de uma pilha de camisetas dobradas na prateleira, leio o nome no visor e assim que o reconheço, atendo.

*Boa noite doutor, tudo bem? - pergunto com meu coração levemente acelerado.

Nunca se sabe quais podem ser as notícias. 

*Boa noite, Sophia. - suspira. - Preciso que venha ao hospital. - avisa

*Aconteceu alguma coisa? - pergunto tentando manter a calma - Doutor, meus pais...

*Se acalme, não é nada muito urgente. - afirma e eu assinto. 

*Tudo bem doutor, eu estou à caminho. - falo e ele concorda.

Desligo a chamada e corro até a bolsa que uso quando saio, não me preocupo em mudar a roupa, está bom desse jeito.

Sinto meu coração pesado e ansioso, tem como chegar ao hospital em segundos?

Volto para porta e assim que abro dou de cara com largos ombros revestidos por uma camiseta social branca, os dois primeiros botões abertos e para fora da calça azul. 

Subo meu olhar para a mão fechada em punho no ar, e só então olho pro rosto de Adam, o maxilar travado como se me ver fosse como enfiar mil agulhas em seu corpo, os lábios vermelhos estão franzidos em uma linha reta e os olhos não demonstram emoção alguma.

Dou um passo para trás surpresa com sua presença, as esmeraldas em forma de olhos me observam.

- Em que posso ajudar, alteza? - pergunto desviando meus olhos para o quadro atrás dele quando o silêncio se torna insuportável.

Ele permanece sem dizer uma palavra e eu suspiro incomodada.

- Olha, eu sinto muito que tenha que passar por isso... - falo verdadeira, mas me calo com a lufada de ar que ele solta.

O hálito quente bate em meu rosto e me faz olhá-lo novamente.

- Tá se desculpando pelo que exatamente? - questiona com a voz baixa e grossa.

- Por... - hesito.

Por que ele mexe tanto comigo?

- Por invadir a sua casa e atormentar seus dias. - digo e ele solta um riso fraco olhando pro teto do meu quarto depois para as portas da sacada.

- Você não precisou estar aqui para atormentar meus dias. - afirma e pisco seguidas vezes com sua resposta.

Abro e fecho a boca algumas vezes para lhe dizer alguma coisa, mas nada sai.

O Diário de uma Garota sem MemóriaOnde histórias criam vida. Descubra agora