Capítulo XV - Mais uma morte

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          Algum tempo passou e quando dei por mim já estava no quarto da Ray.

         E ouvi-a dizer - "Já é de manhã? Ou apenas viestes mais cedo."

         Só sei que corri na direção dela e que a abracei.

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          Um abraço? Mas o que se passa com ele, parece que ele não me vê há anos.... Estou confusa.... Será que se passou alguma coisa? Vou lhe perguntar.

           - "Uhm... Matt não entendi porque o abraço, está tudo bem?"

          Ele soltou-me logo em seguida e começou a gaguejar e a ficar com as orelhinhas vermelhas, hahah que fofinho.

           - "Aii... u-uh-uhm de-desculpa eu não sabia, apenas parece que fiquei imenso tempo sem te ver, desculpa não quis que ficasses desconfortável."

          - "Matt calma não faz mal, na verdade estava a precisar de um abraço, mas uhm.... eu na verdade agora preciso ir tomar banho e uhm.... vou te deixar aí um pouco à espera que eu preciso mesmo de um bem longo, preciso de pôr os pensamentos em dia, espero que não te importes.

          - "Não princesa vai lá, demora o tempo que precisares, também vou ver algum vídeo ou algo assim, posso usar o teu portátil para isso?

          - "Sim usa o que quiseres, aah espera." Ele não pode ver o que andei a pesquisar nem pode saber destas coisas. Tenho que apagar o histórico, tenho que apagar tudo, mas guardo os links para poder ler os artigos novamente depois.

          - "Ah, sim claro, algo que eu não possa ver?"

          - "N-não apenas tirar as coisas das aulas, para não estar a sobrecarregar e para não te atrapalhar com as notificações e as abas todas abertas." Aii meu Deus, pai amado, Jesus Cristo, que eu ainda vou morrer de nervos aqui.

          - "Okay, agradeço essa preocupação, mas não era preciso Ray, vai lá tomar o teu banho." Ele olhou para mim com um pequeno sorriso. Tão fofo, ele não me trataria mal se soubesse que ando a pesquisar estás coisas. Ahh, mas não posso fazer estas coisas que doideira.

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          Usar o portátil era só uma desculpa. Apenas quero um tempinho para pensar. Sentei-me na cama dela. E apenas fui relembrando o que o meu pai me disse e o que aconteceu no caminho de volta.

 *Flashback*

          Vinha a andar calmamente a pensar em tudo o que ouvi do meu pai, mas porque esta mistura entre um humano e um ser mítico causa tanto transtorno no mundo espiritual, eu realmente não entendo nada disto.

          Enquanto estava distraído nos meus pensamentos vejo um clarão vindo do céu, olhei com mais atenção, era um anjo, o que estas criaturas vieram fazer aqui em baixo. Olhei para um homem que estava a uns 500 metros de mim, parecia morto ou estava desmaiado, não dava para entender bem. O anjo vinha em direção ao senhor. Aquele anjo vai possuir o corpo, será que vão começar a andar à minha procura? Talvez já descobriram onde ando. Eu tenho que fazer alguma coisa.

         Caminhei em direção ao homem, fiquei atrás da parede de um prédio e assisti ao anjo a entrar no corpo, logo em seguida mato aquele homem, com apenas um golpe na garganta. Utilizei uma arma, uma faca digamos assim mais especificamente uma faca própria, que foi feita de prepósito no inferno pelos demónios para matar os anjos. E apenas disse:

          - "Vocês não vão conseguir apanhar-me e fiquem longe da minha princesa." E após isto tudo fiquei a ver o anjo, o mesmo estava a tentar sair do corpo e em questão de segundos ele desaparece em meio a cinzas brancas.

          Os anjos por serem criaturas poderosas e puras, as suas cinzas não possuem uma cor escura e sombria, mas sim uma cor que simboliza a paz e a pureza, a mesma cor que reveste as suas vestimentas e asas.

          Marquei a parede com a minha inicial M, usando o sangue do homem, para continuar a despistar os policiais e para não acharem que isto tenha sido algo sobrenatural. Logo em seguida saí dali. Fui caminhando de forma devagar de volta até à escola.

          Em questões de minutos após tudo acontecer ouvi o meu pai a me chamar, encostei-me a uma parede e fechei os olhos para estar mais concentrado.

          - "Sim pai, o que houve?"

          - "O que é que fizestes tive o homem de branco e os seus anjos aqui no inferno a dizer que algum de nós matou um anjo, ele disse que o mesmo estava em direção a terra em uma missão. Explica-me já as coisas."

          - "Sim pai fui eu, ao voltar para "casa" passei por uma rua e consegui ver o anjo a entrar num corpo humano, eu acho que eles já sabem que estou por aqui e vieram atrás de mim. Desculpa se causei problemas, mas não sabia o que fazer e agora para proteger também a Rachel eu não pensei em mais nada, apenas agi."

          - "Então fizestes bem mantêm-te atento a tudo o que se passa, se pressentires mais alguma coisa desse tipo, antes de agires fala comigo e filho, se as coisas começarem a ficar mais graves tempos que contar a Rachel, para ela também poder-se defender e ajudar-te."

          - "Mas pai eu não a quero envolver nisto tudo, ela não merece passar por essa pressão toda."

          - "Eu sei filho e quero que a mantenhas fora disto enquanto conseguimos dar conta da situação, mas se ficar feio, temos que a envolver."

          - "Sim pai entendo, vou voltar para a escola, falamos depois."

          - "Ainda bem filho, então vai lá descansado e apenas fica em segurança um abraço."

          Quando dei por mim vi a Ray a sair já toda aconchegada vestida com o pijama, que fofa. Eu não disse isto... Eu nem pensei nada, vocês é que querem que eu diga estas coisas, eu não falei nada!!

          - "Matt... Está tudo bem contigo? Pareces um pouco triste, cabisbaixo... aconteceu alguma coisa enquanto estavas com o teu pai? A Rachel perguntou.

          - "O que? Ah, bem uhm sim foi um pouco tenso, enfim assuntos de família haha..." Ri mas estava nervoso.

          - "Mas está tudo bem com vocês? Aconteceu algo grave?

          - "Ah não nada disso, apenas ele está um pouco chateado por não o visitar mais vezes."

          - "Então, mas não o visitas porquê? Tens tanto tempo livre, não estudas, pelo menos andas por aqui, mas não estudas cá. Não sei se trabalhas e também não tenho nada a ver com isso, mas se tens algum tempo deverias sim ir visitá-lo."

          - "Bom eu minto ao meu pai... Eu digo que estudo aqui, mas não cheguei a ser aceite na universidade, eu disse que fui para não o desapontar. E então apenas não o quero ver com tanta frequência, porque custa-me a mentir-lhe." Sim Matt no entanto estás a mentir na mesma, só que à Rachel... Olhei-lhe nos olhos e na minha mente eu disse: "Desculpa Ray."

          - "Desculpa pelo que?"

O Boneco do Quarto 666Onde histórias criam vida. Descubra agora