Capítulo IV - Primeira morte? (Parte 2)

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          No caminho para o quarto do Ryan, cruzei-me com a minha princesa. Conversamos um pouco no corredor, mas consegui escapar dela. Por que ela veio atras de mim? A pequena não pode descobrir o que vou fazer com o Ryan. Fiquei invisível, abri a porta do quarto dele e entrei. Hm, que pena... O colega dele ainda está aqui. Ambos olharam para a porta a abrir e fechar sozinha, coitados, entraram em choque. Fiquei um bom tempo à espera, até que o outro parvalhão saísse para ir ter com a namorada. Finalmente a sós com este idiota. 

          Consegui agarrá-lo e amarrá-lo à cadeira que estava no quarto.

          — "Quem esta ai? Rachel, se és tu de novo, se viestes aqui para me assustares outra vez, vou acabar com a tua vida!" - gritou ele.

          Apertei-lhe o pescoço com uma certa força e lancei um feitiço de inversão, voltei a ficar visível. Soltei um sorriso de lado e  respondi calmamente:

          — "Vais acabar com a vida dela, é? Como, se estas aqui preso agora? Antes de sequer chegares perto dela, acabo eu com a tua via miserável."

          — "Mas... Quem és tu? Não estudas aqui, pois não? Solta-me já ou vais arrepender-te! Não sabes quem sou. O meu pai é o presidente da câmera. Se me fizeres mal, ele vai arruinar a tua vida! Vais preso por te meteres com o filho dele!" - tentou ameaçar-me, mas a sua voz fraquejava

          Comecei a rir.

          — "O teu pai vai ficar sem o seu querido filho, porque vais morrer aqui mesmo, neste quarto, sozinho e sem ninguém para te salvar."

          Segurei-lhe firmemente para que não pudesse mexer-se e puxei-lhe a língua para fora. Cortei-a com um único golpe de faca. Depois, provoquei-lhe pequenos cortes nas orelhas e arranquei-lhe o brinco com força. Furei-lhe a orelha e disse:

          — "Isto é por falares o que não deves e por tratares mal quem nunca te fez nada. Ainda vou cortar-te a cara, para que nunca mais te aches melhor ou mais bonito do que qualquer pessoa aqui em Harvard, porque, na verdade, só és um monte de esterco."

          Com um corte rápido, fiz.lhe um sorriso macabro nas bochechas. Em seguida, fui provocando mais ferimentos no corpo, deixando-o esvair-se em sangue lentamente. Antes de ele acabar por morrer, comecei a cortar-lhe os dedos das mãos e dos pés, juntando-os com a língua para enviar tudo como um presente ao pai dele. Vou escrever um bilhete a informar o senhor presidente que o seu filho era um monte de lixo que tratava mal os outros alunos, insinuando que não eram bons o suficiente para estar nesta universidade. Talvez o filho seja igual ao pai, um ladrão e nojento. O ditado "Quem sai aos seus não degenera" encaixa perfeitamente aqui.

          Antes de sair, deixei a minha marca registrada: um "M" gravado no peito do Ryan. Agora , ele morrerá lentamente, mas já desfiz o feitiço que abafava o som do quarto. Se alguém entrar agora e gritar de susto, todos ouvirão. Ahhh... sabe tão bem matar e nunca ser apanhado.

          Voltei ao meu quarto e reparei que a minha pequena ainda não estava lá. Aproveitei para tomar um bom banho e mudei de roupa. Limpei qualquer vestígio que pudesse incriminá-la e escondi a caixa com os "presentes" que amanhã vou enviar ao querido papá do Ryan. Usei os meus poderes para garantir que ninguém encontrasse a caixa. Por fim, voltei à minha posição de boneco antes que ela voltasse. Estou ansioso pelo dia em que ela começará a falar comigo, será que ela irá cuidar de mim?

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Continuação: Perspetiva da Rachel         

          Depois da minha conversa com a diretora, caminhei um pouco pelos corredores. Aproveitei a desculpa de que tive uma reunião com ela para andar mais um pouco antes de voltar ao quarto. Precisava deste tempo para pensar. Será que o boneco é realmente vivo? Ou será algo maligno que matou aquela menina? Muitas questões passavam pela minha mente, e já não sei o que pensar sobre este lugar. E quem era aquele rapaz que vi? Não me lembro de vê-lo nas aulas ou nos intervalos. Como ele sabia o meu nome? E aquela voz... que voz incrível.

          Os meus pensamentos foram interrompidos por alguém a gritar desesperadamente pela diretora. Credo, o que se passa? É quase meia-noite! A escola inteira vai acordar com este barulho. Segui em direção ao som e encontrei uma multidão à porta de um quarto. Encontrei lá já uma multidão à porta. Cheguei perto de alguém e perguntei o que estava a acontecer. Disseram-me que aquele era o quarto do Ryan e que havia um corpo lá dentro. Comecei a respirar mais rápido. Meu Deus, o que está a acontecer aqui?

          Vi o colega do Ryan encostado à parede, a chorar. Perguntei o que se passava. 

          — "Até parece que não sabes, vaca! Fostes tu que fizestes isto ao Ryan. Vou tornar a tua vida num inferno, filha da mãe!" - gritou ele

          - "E do pai se não era coxa. Para tua informação, estive com a diretora, Okay? O que aconteceu mesmo?" - perguntei, ainda sem entender nada.

         — "O corpo morto ali dentro é o Ryan. Alguém o matou. E mesmo que tenhas estado com a diretora, podias ter feito isso antes ou depois."

          Entrei em pânico. Sim, ele foi um tremendo idiota, mas nunca desejaria a morte de ninguém . Talvez alguém tenha-se vingado dele po algo que ele fez a outras pessoas. Pobre rapaz, credo nem sei porque estou a sentir pena.

          Alguns alunos comentavam que foi algum dos bonecos. Outros diziam que foi uma vingança de algum aluno ou por causa do pai dele. O que será que o pai dele fez? Antes que as conversas continuassem, a diretora chegou e avisou que já tinha chamado a polícia. Mandou-nos ir para os quartos. Mas quem vai conseguir dormir depois disto? Eu, com certeza, não.

          Obedeci e fui para o meu quarto. Ao entrar, reparei que o boneco estava lá no lugar de sempre, com o olhar fixo na cama. Só que, desta vez, ele usava uma roupa diferente. Quem trocou a roupa dele? Ontem e esta manhã estava vestido de outra maneira. Quem será que faz isso? A diretora? Alguma funcionária? Sinceramente, não quero nem saber. O que aconteceu à pouco foi horrível, e preciso tentar descansar.

          Nem tomei banho, apenas vesti o pijama, ativei o despertador no telemóvel e deitei-me. Demorei horas a adormecer. Amanhã vou precisar de quilos de maquilhagem para esconder as olheiras.

O Boneco do Quarto 666Onde histórias criam vida. Descubra agora