O amor cura tudo

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  - Então, doutor, como ela está?

- A Dália não engoliu água, mas tudo aponta para um afogamento. A reação do corpo dela foi de aversão, ela parece ter hidrofobia, não sei se já notaram. Mas segundo os exames, tudo está normal, porém não posso dizer o mesmo do seu estado mental. É aconselhável não a expor à água abundante, que causem risco de afogamento, ela pode se lembrar do acontecido e sua condição poderá piorar. É estranho que sua imunidade esteja tão baixa apenas pela exposição ao rio, então é melhor tomarem muito cuidado – o homem mais velho explicou e todos concordaram, aflitos com o estado da líder - Ela já está acordada, logo poderá voltar para casa, mas lembrem-se de ficarem atentos, as recordações podem vir do subconsciente, podendo causar a sensação de que ela está afogando, o que é realmente perigoso. Se a crise perdurar é de extrema necessidade trazê-la para cá.

- Doutor, por favor, deixe-me vê-la?

- Eu não poderia deixar, mas ela mesma pediu para te ver. O soro está ajudando na recuperação das forças, mas ela ainda está fraca, então não a deixe se esforçar demais. Siga-me, vou te mostrar o quarto – Eros olhou os mais novos, que assentiram. Assim, ele seguiu o médico pelo corredor branco, parando na terceira porta do mesmo, que foi aberta pelo senhor de idade. Ficou extremamente aliviado ao ver a namorada sorrindo, encostada na cama inclinada.

- Que susto você me deu, amor..! – o mais velho sentou ao lado da humana, na cama, segurando sua mão livre do soro e percebendo que ela realmente ainda não tinha muita força. Sua vontade era de abraçá-la até não conseguir mais, mas Dália estava tão frágil que tinha medo de machucá-la.

- Des...culpa... Não queria te preocupar...

- Por que fez isso? Por que não chamou ajuda? – Eros perguntou em desespero, pois tinha certeza de que ela não hesitou em salvar a criança dentro do rio, era a Dália afinal, e sabia que todos estavam longe dela.

- Não tinha... tempo, amor... Ele ia afogar... Nem a mãe dele... eu consegui ver de onde eu estava... – ela falava pausadamente, com dificuldade, sentia como se realmente tivesse se afogado.

- Podia ter desmaiado lá dentro..! – a voz de Eros era alta, mas seu semblante denunciava que não estava bravo, e sim muito preocupado, aflito – Eu... Tantas coisas ruins poderiam ter acontecido e mesmo assim...!

- Mas não... aconteceu, Eros... – a mais nova fez um pouco de força e pousou sua mão na bochecha do amado, que a segurou delicadamente para que ela não se esforçasse demais – Está... chorando. É a primeira vez que... te vejo chorar.

- Você estava gelada e sua respiração muito fraca. Não me respondia, ficava com os olhos fechados e... imóvel. Sabe o q-quanto eu tive medo de... t-te perder? – a voz falhava quando se lembrava do pavor que tinha passado antes da ambulância chegar. Não podia sequer imaginar não ter mais a humana nos braços agora que a tinha encontrado – Nunca mais faça isso. Promete pra mim? Promete que não vai mais se prejudicar assim, princesa? Eu te amo tanto...!

- Eu também... te amo, meu anjo. Eu prometo, ok? Não chore... Estou aqui, não é? – Dália falou, fracamente e encostou, devagar, sua cabeça no ombro do semideus, sentindo-se culpada por deixá-lo naquele estado e não poder abraçá-lo adequadamente. Eros fez isso por si, se ajeitando no pequeno espaço e puxando a namorada delicadamente para deitar em seu peito, tomando cuidado com a agulha do soro.

- Descanse, meu amor, ainda não está apta para falar demais. Podemos conversar com calma quando estiver em casa – o ser alado fungou, se acalmando, e beijou os fios castanho-claro da menor, sentindo o cheirinho bom de morango que tanto amava.

- Os meninos... estão bem? E o... garotinho? Meu pai... ele já sabe? - a voz ia falhando à medida que ela falava e Eros a repreendeu, mas respondeu.

- Eles estão bem. A mãe dele agradeceu inúmeras vezes e ainda pediu desculpa por causar essa situação, ela também ficou assustada com o seu estado. Seu pai já sabe sim e estava muito preocupado, mas depois que o médico disse a sua condição ele se acalmou e todos foram descansar em casa.

- E você?

- Ficarei aqui essa noite.

- Já anoiteceu? – ela perguntou, pois não conseguia ver a janela sem forçar demais o corpo.

- Sim, você dormiu quase a tarde toda depois que chegou.

- Mesmo assim estou... cansada. Deve estar também, né? – o mais velho assentiu.

- Por isso vamos dormir. Se o médico me ver aqui ele me mata? Sim. Mas ficar aqui com você é muito mais confortável do que dormir naquele sofá – apontou, fazendo careta e a mais nova riu fraco – A não ser que você esteja desconfortável.

- Nunca. Ai de você se dormir... no sofá e não aqui comigo – resmungou. Eros riu, cobrindo a mais nova com o cobertor leve – Boa noite, amor.

- Boa noite, princesa – o mais velho sussurrou e Dália se entregou aos sonhos, esperando poder voltar logo para casa. 

                                                                                         ###

  Oiee!! ^-^ Tarde, mas cheguei rsrsrs

  O próximo cap promete...!! 

  Boa leituraa <3 <3 <3

A força das almas gêmeas: Mundos LibertosOnde histórias criam vida. Descubra agora