O medo ainda reina

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  - Pelo visto a sua conversa foi cansativa – Dália riu, vendo-o sair do quarto. Eros fez sua melhor expressão de cansaço e se aproximou da mais nova, a abraçando pela cintura e apoiando sua cabeça no ombro alheio. A humana riu mais alto com o drama e fez carinho nos fios negros do namorado.

- Foi difícil ele entender, acho que ainda é, na verdade, e ele desconta em mim!

- Você é muito dramático, amor. Afrodix só está confuso, dá um tempo para ele. Sei que o entende melhor que qualquer um, e ele sabe disso.

- Me consola, princesa - Eros murmurou e a mais nova negou, sorrindo.

- Não precisa usar uma desculpa, só pedir para te beijar - Dália selou os lábios do semideus, que sorriu. Toda vez ficava surpreso com a sintonia que possuíam, de forma que pudessem transmitir qualquer sentimento um para o outro. Esse era o poder das almas gêmeas.

- Fica comigo no jardim? Ou ainda não terminou sua mala?

- Falta pouco agora. Temos tempo ainda - Dália segurou a mão do mais velho, o guiando até o lado de fora - Gosta mesmo daqui, não é?

- Sim... Me faz lembrar o Olimpo. Garanto que vai gostar de lá.

- Certamente vou - o sorriso não saia da face de ambos, que agradeciam por não precisarem se separar agora que a humana iria para o outro mundo também.

- Que foi?

- O quê?

- Você, começou a rir do nada – o mais velho sentou na grama, e a humana sentou ao seu lado.

- Nada, lembrei de você chorando no hospital – ela riu novamente, mas porque o namorado fez cócegas em sua barriga.

- Eu fico preocupado e você faz é rir, né.

- É porque foi fofo. Você tem uma aura poderosa ao seu redor, te ver chorando é bonitinho.

- É impressionante como você desestrutura minha moral. Nunca diga isso na frente dos meus amigos, ouviu, mocinha?

- Claro que não – Dália negou ironicamente e sorriu – Você realmente é um dos mais fortes?

- Dos semideuses sim. Os anjos são muito mais fortes que nós.

- Anjos? – Eros afirmou.

- Filhos de dois deuses são chamados de anjos. Eles só morrem se arrancarem a cabeça ou o coração – a mais nova o olhou, surpresa.

- Existem seres assim?

- No meu mundo sim.

- Nossa, é estranho e interessante ao mesmo tempo. Deve ser horrível a sensação de estar totalmente machucado e ainda assim saber que não vai morrer. Nem se fosse possível eu escolheria isso.

- Nem se a nossa vida dependesse disso? – a menor se encolheu com o tom de voz frio do namorado.

- N-Não, amor... Você sabe que eu com certeza ajudaria, foi só... modo de dizer – o cheiro forte foi sumindo aos poucos e Dália pôde ficar mais calma – Desculpa, não queria te deixar irritado...

- Não deixou, princesa, eu lembrei de... outra coisa – Eros beijou a bochecha dela e a abraçou.

- Outra coisa?

- Vamos... Vamos mudar de assunto? – o mais velho sorriu forçado e Dália assentiu, ainda pensando no que tinha acontecido. Era muito estranho o humor do semideus ter mudado tão de repente - Então, quando você vai fazer dezoito anos?

- Não esperava essa pergunta, mas, então... Em quinze dias.

- O quê? - Eros arregalou os olhos, não imaginou que fosse tão perto assim - Por que não me falou?

A força das almas gêmeas: Mundos LibertosOnde histórias criam vida. Descubra agora