Entrelinhas

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Olá, meus queridos, tudo bem com vocês? Sentiram minha falta nesses últimos três meses. Nossa... tanto trabalho nesse final de ano para o lançamento do primeiro livro que cheguei a um esgotamento quase total.

Mas enfim, um sonho realizado, vocês fizeram parte de cada pequena etapa e eu não poderia estar mais agradecida por todo o apoio até então.

Obrigada por todos que estão aqui depois de tanto tempo... E vamos a leitura! 


~***~


Após a emocionante abertura dos jogos, os mais influentes participantes foram conduzidos até a residência do anfitrião Temístocles. O general era bem conhecido por sua hospitalidade e gentileza, além de sua genialidade, claro... E a ocasião, obviamente, demandava ainda mais de seus sorrisos, palavras de encorajamento e o que mais fosse necessário para manter o povo grego unido.

Athena sempre possuía um plano e não seria naquele momento de extrema delicadeza que a deusa abandonaria os seus fiéis devotos. A Panateneia viera em um bom momento apesar das circunstâncias, com a ameaça persa já marchando em território heleno, era cada vez mais comum ver pequenas e até mesmo grandes pólis se curvando ao suntuoso império; os gregos eram bem conhecidos por suas individualidades e particularidades, porém, a festividade ligada a uma das deusas mais cultuadas serviria não apenas como um momento de paz entre as evidentes diferenças e disputas.

Seus olhos azuis e astutos correram pela área comum, a música tranquila embalava as conversas descontraídas e também aquelas já um pouco mais alteradas, seja pelo fulgor da troca de discursos ou pelos generosos goles de vinho, porém, nada fora do comum para os eloquentes atenienses.

Ali estavam os mais distintos jovens de toda a hélade; príncipes, guerreiros e atletas de grandes feitos, regentes; procuravam por honrarias e glórias capazes de talhar os seus nomes na eternidade. Disputavam entre si a merecida coroa de louros antes lutarem em prol de um bem comum entre os gregos... A sobrevivência.

Sua atenção foi tomada por um pequeno grupo peculiar, era incrível como a tão pouco tempo eram apenas crianças sob seus cuidados e proteção e agora estavam prontos para desfrutarem de suas próprias provações. Annabeth, Percy e Silena circulavam pelas dependências, cumprimentando velhos conhecidos, reforçando laços que para terceiros eram invisíveis, porém não para ele - e principalmente para sua pupila, filha de Athena.

Annabeth poderia não ser sua filha legítima, mas definitivamente nascera para ser uma notável líder. A semideusa não possuía apenas uma beleza causadora de muita inveja, também era dotada de um intelecto privilegiado e seu instinto para a guerra era tão afiado quanto a espada do lendário Aquiles. A loira, sempre muito reservada, se valia neste momento de seu lado político; se havia algo que aprendera tão bem quanto quais os pontos vitais para melhor eliminar os adversários, fora o quão importante era designar sua atenção em momentos cruciais como aqueles. Muitas vezes o pré-guerra era essencial para as definições do campo de batalha.

— Desta forma espantará os demais convidados. — comentou a semideusa de olhos tempestuosos ao aproximar-se da guerreira que optara por ficar mais afastada. Bem sabia que a espartana não era adepta a convenções sociais, vivera a vida até então em prol dos ideais de sua pólis, festas e banquetes estavam fora de sua realidade.

O sorriso ao canto surgiu nos lábios bem desenhados, Clarisse não precisou se virar para saber que era a filha da deusa Athena. Seus olhos correram de forma discreta por toda a figura que agora se apresentava aos seus olhos, estava formidável como sempre.

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