A Missão

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Notas do Autor


Olá meus queridos tudo bem com vocês?

Boa leitura a todos!


~***~

Capítulo 28 - A Missão


A semideusa fez o que era preciso, ascendeu o braseiro e destinou ao mesmo um dracma de prata para sua patrona, ajoelhou-se próximo ao altar bonito, detalhadamente ornamentado e impecável - como sempre procurava deixar -, concentrou-se em esvaziar sua mente, precisava da atenção da deusa.

-Eu lhe rogo... - insistiu, após longos minutos sem nenhum sinal por parte da Olimpiana. - preciso de sua ajuda. Sei que não posso prosseguir sem respostas que apenas você possui minha senhora.

Por que ela não lhe dava algum sinal, o mínimo que fosse?! Ela nunca lhe deixava sem alento. Não desistiria, concentrou-se novamente, ela não sairia daquele templo até conseguir o que queria, nem que para isso tivesse de passar a noite ali ajoelhada.

-Levante-se! - a ordem não saiu em tom ríspido, mesmo assim ainda eram presente as notas de leve desaprovação.

Annabeth conhecia muito bem de quem era aquela voz, sentiu o toque em seu ombro, atendeu a ordem quase que no segundo seguinte. Ao se virar ela encontrou uma mulher alta, os cabelos negros presos em um rabo de cavalo perfeito e um vestido branco sem mangas. Os olhos eram iguais aos seus, mas traziam resquícios severos que Annabeth jamais presenciara, mesmo que as lembranças de sua mãe fossem restritas.

-É verdade... Você e a filha de Ares? - indagou a deusa apenas para ter o desprazer de escutar a verdade pela boca de sua própria cria.

Então aquele era o motivo pelo brilho diferente no olhar, Athena sabia, contudo a deusa deveria ter motivos bem mais concretos do que o simples fato de Clarisse ser filha do deus da guerra para poder agir daquela forma.

-Sim, não negarei meu envolvimento com Clarisse. - respondeu com convicção, sem medo do julgamento que já estava recebendo. - bem como o motivo por ter rogado por sua ajuda, minha senhora.

Athena fechou os olhos brevemente, as sobrancelhas ainda franzidas, lembrou-se das palavras de Afrodite, ela deveria deixar que aquilo prosseguisse mesmo que não lhe agradasse, ou as consequências poderiam ser bem piores.

-Mãe, por favor... - insistiu Annabeth, mesmo que o preço fosse lidar com o desprezo e desapontamento daquela que possuía sua devoção.

Aquele tom suplicante, aquele mesmo tom que escutara há tanto tempo, mas nunca conseguiu esquecer, as últimas palavras jamais atendidas de sua outra filha.

-Todo esse sacrifício realmente vale a pena? - conteve a irritação ao tocar o pescoço de Annabeth, havia uma pequena marca ali e ela sabia muito bem o que aquilo significava. - ela vale a pena? - sua voz saiu menos ríspida, dando ênfase ao "ela", os dedos longos acariciaram a linha do maxilar delicado até o queixo.

-Sim... Eu não posso fugir, não mais. - confessou colocando a mão sobre a da sua mãe, sentia uma aflição e um alívio que não conseguiria explicar, nem mesmo se ela tivesse a mesma sabedoria que a Olimpiana.

Athena estalou os dedos e algo surgiu em sua mão, fazia muito tempo que não olhava para aquilo, lhe trazia lembranças longínquas e dolorosas, lembrava-se dos seus erros, do seu egoísmo. Logo ela, a deusa da sabedoria, cometendo erros... Era uma piada de muito mau gosto.

-Que seja feita a sua vontade. - deu-se por vencida ao colocar o item no pescoço de sua filha.

Annabeth tocou a única conta que havia nele, era de um tom cinza prateado muito bonito, como se naquela pequena conta estivesse aprisionada uma nuvem tempestuosa. Sentiu os lábios de Athena tocar sua fronte antes que a mesma deixasse o templo sem mais palavras.

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