Athena Nike

527 43 7
                                    


Notas do Autor


Fala meus semidivos, tudo bem com vocês? Acho que a galera estava meio desanimada nesse último capitulo ou foi só impressão minha? Estou fazendo o possível para manter as atualizações em dia então sinto muito devido os últimos atrasos. Estou dando meu melhor, para manter pelo menos as minhas três "Claribeth" em dia, mas entre postar rápido e tentar manter a qualidade do trabalho que estamos desenvolvendo eu prefiro optar pela qualidade.

Boa leitura a todos!!!


~***~

Capítulo 31 - Athena Nike


Assim que deixou seus devaneios sobre os acontecimentos antes e durante sua visita a Delfos de lado, o general ateniense mal notara que se encontrava aos pés do maior e mais importante monumento de Atenas. A acrópole localizava-se no ponto mais alto da pólis, assim como acontecia na maioria das outras cidades-estado, porém seu significado não se comparava a nenhuma outra.

Segundo as antigas lendas aquele fora o local onde os deuses rivais, Athena e Poseidon, disputaram para saber quem seria o patrono da modesta cidade até então conhecida como Cecrópia. Dois deuses distintos, ambos a procura de uma cidade para si, de um lado o deus dos mares oferecendo como presente aos cidadãos uma fonte de água salgada, onde os pescadores poderiam consultar quando seria menos arriscado sair para o seu ofício; do outro a deusa da sabedoria, dizendo que a cidade teria grande desenvolvimento e seus homens seriam bons guerreiros e inteligentes, deixou como presente uma oliveira, onde poderiam viver da terra por meio do azeite e das azeitonas... Desde então aquele local era considerado como o coração religioso de Atenas e ninguém poderia negar que possuía uma aura sagrada. Não era apenas um ponto de devoção, mas também uma cidadela de proteção em tempos de guerra.

Ele não queria ser pretensioso, mas se estivesse certo - e seus instintos nunca estiveram tão latentes como agora - se suas visões realmente fossem concretizadas, sabia que seria ali. Subiu a passos tão rápidos que teve de fazer uma breve pausa ao final da rampa principal, mesmo que fosse detentor de um vigor invejável e fosse muito bem preparado para tal. Os olhos azuis se fixaram no propileu - o portal monumental da acrópole - havia pétalas de rosas em tons variados espalhadas pelo caminho trilhado e indivíduos de diferentes partes da Ática em duplas ou pequenos grupos, conversavam sobre aleatoriedades do cotidiano, ou vinham especialmente para dedicar suas orações a deusa... Entretanto, ali entre os mortais que viviam suas vidas sem grande significância, ele pode notar uma figura imponente e inconfundível, os longos cabelos negros dançavam sutilmente ao vento, parecia ser o único a perceber a presença daquela que não deveria ser menos que uma divindade, trajando uma armadura de batalha que para o ateniense era inequívoca.

Mais um sussurro, sentiu-se encorajado imediatamente, mesmo que seu corpo ainda não tivesse em plena condição de corresponder naquele mesmo instante... Quando conseguiu mover-se novamente a mulher de cabelos negros não estava mais lá, mas sabia onde deveria ir agora ele não apresentava qualquer dúvida. Dirigiu-se ao templo mais antigo e o mais próximo de onde estava, aquele que era dedicado a Athena Nike, a sudoeste da acrópole e a direita da entrada principal. Era um templo antigo em estilo jônico e de proporções modestas se comparado aos novos projetos que estavam sendo elaborados, mas mesmo assim possuía sua beleza e importância inigualável, era lá que os cidadãos adoravam a deusa com esperanças de que a mesma ajudasse em suas campanhas de guerra, principalmente na primeira investida persa.

Tentou adentrar o local sagrado com o mesmo respeito de sempre, porém sua vontade de obter respostas era tão evidente, que mesmo mentalmente, ele pediu para que aquela que era sempre justa perdoasse modos tão atípicos de sua personalidade. Seus olhos se voltaram para a estátua central de Athena Nike - a deusa alada da vitória, porém a representação da deusa fora construída sem suas asas, para que a mesma nunca deixasse a cidade da qual era patrona - na mão esquerda havia uma romã e o seu escudo e na direita sua impiedosa lança. A sacerdotisa que cuidava do templo estava imóvel, ajoelhada próxima ao monumento, deveria ter sido acometida pelo mesmo torpor que ele experimentara pouco tempo antes, até mesmo o sábio guerreiro sequer possuía alguma capacidade de falar, apenas ficou sobre um dos joelhos e baixou a cabeça em respeito.

Fios do DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora