Por que você complica?💘 [sope/yoonseok]

14 - Véspera de Natal

Vou publicar aos poucos, conforme vai ficando pronto, porque esse dia é enorme, acontecem muitas coisas

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HOSEOK ✳ON✳

É manhã de véspera de Natal. Acordo fraco e arrombado de ressaca, arrependido de não ter  parado na segunda taça. Bebi para criar coragem de revelar meus sentimentos, mas no fim, o álcool acabou atrapalhando tudo.

Embora o sentimento de amor e união entre nós dois sempre se intensifique na época do Natal, nas últimas semanas, passei a sentir uma apreciação intensa por Min Suga e me flagrei várias vezes olhando furtivamente para a sua barriguinha quando ele levantava a blusa para se coçar, ou me detendo tempo demais observando seu traseiro pequeno, redondinho e arrebitado. 

Nada que vivi antes com garotas se comparava aos meus novos sentimentos. Perto do Min, a libido sempre subia à superfície, como um vulcão em erupção. 

Dominado por um desejo avassalador de abraçar o Suga e cheirar seu cangote de menta, rolo preguiçosamente na cama em busca do seu corpo, mas meus braços encontram apenas o vazio. Esfrego o nariz no travesseiro dele, inspirando com força seu perfume suave. 

Levado por um sobressalto de desespero, eu afasto as cobertas para o lado, levanto e ando até a porta de vidro deslizante que dá acesso à varanda do quarto.  

"Será que ele cansou da minha infantilidade e fugiu durante a noite? 

Abro as cortinas e faço correr a porta. Alívio varre minha alma quando vejo Suga  fumando com ar ausente, apreciando a melancolia das primeiras horas de uma manhã de inverno. 

Dou uma tossidinha, chamando sua atenção.

O que eu tenho vontade de dizer: "Oi, hyung. Senti sua falta na cama" 

Entretanto, o que sai da minha boca é: -- Você trouxe aspirina, Suga-hyung? - eu pergunto baixinho. 

Suga se vira e afasta do rosto a névoa de fumaça que tinha acabado de exalar: -- Tem uma cartela no banheiro. 

Eu entro, fecho a porta e me aproximo dele: -- Dá um cigarro?  

Ele sacode a cabeça dá uma última tragada antes de apagar a guimba no parapeito.

-- Fumar é uma das maiores idiotices possíveis - murmura ele, guardando a fumaça dentro de si. 

Estendo a mão com a palma para cima, num gesto insistente: -- Quero fazer idiotices com você.

Inesperadamente, Suga me segura pela gola do pijama e me empurra contra a porta, prensando o meu corpo. 

Eu não reajo, hipnotizado por seu olhar amendoado como o de um gato. Um rubor lento se espalha através do meu rosto e me deixo levar, desconfiando que se trata de um sonho pervertido que parece absurdamente real. 

Ele segura o meu rosto e aproxima sua boca dos meus lábios que estão entreabertos devido à deliciosa surpresa… E, então, sopra a fumaça para dentro da minha boca. 

Acho sexy, mas a minha garganta arde depois de inalar com força. 

-- Que merda foi essa? - eu engasgo e começo a tossir, soltando fumaça pelo nariz e pela boca como um cano de escapamento furado. 

Ele me solta e se dobra de rir: 
-- Uma idiotice. Não tente fazer isso em casa. 

Não consigo ficar bravo com ele me olhando como uma criança travessa, satisfeita por ter pregado uma peça em seu melhor amigo. 

"Melhor amigo". A realidade me acerta como um tapa na cara. Parece uma missão tão impossível mudar as coisas. 

-- O que é impossível mudar? Huh? - ele aperta o cenho por esclarecimentos.

Ah, droga. Eu tinha falado aquilo em voz alta? Quero ser bem mais do que o seu melhor amigo.

Dou um sorriso apagado: -- Nada. Até que foi engraçado, mas me dá logo um cigarro.

Mesmo que Suga não possa retribuir o meu amor,  estou decidido a abrir o coração para ele naquela noite. E para não deixar dúvidas sobre os meus sentimentos, eu não vou beber nada e assim, me expressar na mais absoluta sobriedade. 

-- Odeio que você fume - resmunga o Min, retirando um cigarro do maço e me entregando a embalagem para que eu mesmo decida. 

-- Se eu quiser fumar, dane-se, "papai" - replico soando rebelde e pego o maço e o isqueiro que me são entregues de má vontade.

-- Me chame de papai de novo e irá ganhar umas palmadas - ele retruca, encostando as pontas dos nossos cigarros até acender.  

Nós nos debruçamos sobre o parapeito para contemplar os tímidos raios de sol que despontavam no horizonte e tocavam as montanhas nevadas, criando um efeito rosado espectacular sobre os picos. 

Eu suspiro apaixonado, pensando que Suga é a montanha e eu o sol.  

Não gosto de fumar, mas traguei aquela merda até o filtro. Não dizem que o cigarro mata? Pois então eu quero matar tudo dentro de mim que me aprisiona e me oprime.