Fazia quase um mês desde a tal ameaça que recebi pelo celular, desde então tenho recebido mais algumas. Meus pais estão mais protetores do que nunca, e eu temendo pela minha vida.
A polícia afirmou que estava fazendo o possível para descobrir quem é o maluco neurótico que tem como passa tempo, se divertir com a minha sanidade.
Parece que a qualquer momento irei surtar com tudo isso. Ao menos algo bom me aconteceu, me esforço cada dia mais para me tornar uma pessoa melhor, nada de humilhar e me sentir superior.
Talvez Benjamin tenha grande participação nisso. O mesmo cumpriu de fato a sua promessa de me ajudar em ser alguém melhor.
Sempre que eu saía um pouco das regras, ele estava lá para me lembrar do meu objetivo. Tenho que admitir que minha súbita mudança foi a única coisa boa em tudo isso, pois tirando o fato de ter alguém que quer me matar e ainda não ter descoberto quem são meus pais biológicos me sinto uma pessoa bem mais feliz.
— E então, o quê ele queria? —questiono, curiosa assim que Benjamin encerra a ligação.
Ele se vira para mim, e me olha um pouco apreensivo. O delegado responsável pelo o meu caso acabara de ligar para Benjamin, estamos no mesmo quarto em que aconteceu o nosso primeiro e único beijo e por mais que eu tente esquecer simplesmente não consigo.
— Ele tem novidades sobre o caso. —responde deixando-me nitidamente nervosa. — Parece que encontraram uma testemunha que presenciou o ocorrido, e só agora a testemunha resolveu se pronunciar.
— E o quê estamos esperando? —levanto rapidamente do sofá. — Vamos de uma vez, preciso descobrir de uma vez quem me odeia tanto ao ponto de querer me matar.
— Calma, antes precisamos falar com os seus pais.
— Esqueceu que eles estão fazendo uma cirurgia importante? —questiono e o arrasto pelas mãos para fora do quarto. — Precisamos ir agora, e não esqueça que você me prometeu que assim que visse o delegado pediria a ajuda dele para encontrar os meus pais.
— Está bem, Madison, se eu prometi não irei decepcioná-la.
Um sorriso involuntário surgiu em meus lábios enquanto seguiamos para o carro. Benjamin como sempre se preocupa e cuida de mim de uma meneira tão bonita.
Nunca em toda a minha vida conheci uma pessoa assim. Sem dúvidas qualquer um que conhecê-lo reconhecerá o seu valor.
Observei a manhã de sábado através do vidro do carro. O sol estava brilhante lá fora.
Confesso que estou completamente nervosa, esperei tanto para descobrir quem é a pessoa que no último mês tem se tornado o meu pior e mais sombrio pesadelo.
— Vai ficar tudo bem. —olhei para o lado ao ouvir a voz calma de Benjamin que estava com olhos fixos na estrada. — Eu estou do seu lado.
É por esse motivo que tenho cada vez mais certeza dos meus sentimentos pelo Benjamin, por mais que no início eu tenha negado, depois daquele beijo algo mudou dentro de mim. Sim, eu estou completamente apaixonada por ele. Não consigo mais fugir desse sentindo, afinal contra fatos não há argumentos.
Acredito que o quê eu sentia por Matthew havia sido apenas um capricho bobo da minha parte, mas nada se compara ao sentimento que sinto por esse homem ao meu lado.
— Obrigada, Benjamin. —olho agradecida para ele. — Obrigada, por não ter desistido de mim.
— Não precisa me agradecer, não fiz nada demais.
De repente, Benjamin estacionou o carro em frente a delegacia. Senti o meu coração pulsar acelerado em meu peito. Benjamin abriu a porta do meu lado, saí me sentindo completamente nervosa.
Seguimos até a delegacia, após conversamos com um policial a nossa entrada foi liberada, entramos na sala do delegado. Franzi a testa confusa quando avistei Matthew sentado em frente a mesa do delegado.
— Matthew?
Ele se virou, e me encarou com a feição séria.
— Bom dia. —o delegado nos cumprimenta. — Que bom que chegaram, esse aqui é a testemunha, ele anotou a placa do carro. Os policiais já estão trabalhando na localização do dono do veículo.
— Espera. —olhei para Matthew que agora estava em pé. — Quer dizer que você sempre soube dessa informação e não disse nada?!
— Na noite do ocorrido eu acabei vendo tudo, anotei a placa. Pensei em vir a delegacia para testemunhar, mas antes que eu pudesse vir, descobri o quê você fez para me separar da Melissa. —explica, sériamente. — Eu fiquei com tanta raiva de você, Clarkson.
Pensei em argumentar, mas eu não tirava a sua razão. Eu destruí o seu relacionamento.
— Então, por quê resolveu vir agora?
— Eu acompanhei sua mudança, Clarkson. —deu de ombros. — Você até falou com a mãe da Melissa semana passada, graças a isso ela permitiu nosso namoro.
Isso era verdade, por mais que a culpa fosse toda minha tê-lo ajudado me ajudou de certa forma.
— Obrigada, Matthew e me desculpe.
O mesmo assentiu e virou a sua atenção para o delegado.
— Posso ir? —perguntou, o delegado assentiu.
Matthew balançou a cabeça em cumprimento ao passar por Benjamin.
— Em quanto tempo irão localizar o dono do carro que tentou atropelar a Madison? —Benjamin o pergunta.
Olho para o delegado à espera da sua resposta.
— Acredito que daqui à pouco. Seus pais não vieram senhorita?
— Eles não sabem que estou aqui. —confesso. — Meus pais estão ocupados em uma cirugia complicada, resolvi não atrapalhar.
Naquele momento, lembrei do que Benjamin me prometeu. Olhei para ele com a sobrancelha erguida, o mesmo pareceu compreender a minha expressão.
— Hum, delegado eu tenho um favor para lhe pedir.
— Estou ouvindo.
— A Madison descobriu à pouco tempo que foi adotada. —explica, o delegado parece surpreso com a informação. — Ela foi abandonada pelos pais, e queremos encontrá-los.
— Nossa estou realmente surpreso. —declarou. — Irei ajudar no que eu puder, vocês tem alguma informação sobre eles?
— Na verdade a única coisa que sei é o meu antigo nome, estava na manta a qual os meus pais me encontraram. Eu tenho uma foto no meu celular. —pego o celular no meu bolso e estendo em sua direção. — Lilith, esse era o meu nome.
O delegado empalideceu.
— Não pode ser... —sussurrou, levantando-se da cadeira e pegou o celular da minha mão.
Pude notar suas mãos trêmulas. Estranhei a sua reação.
Assim que o mesmo viu a foto da manta, sua expressão chocada me preocupou. Parecendo perder a força nas pernas o mesmo caiu sentado na cadeira.
O delegado estava pálido, respirava com dificuldade enquanto continuava a olhar a imagem.
— O senhor está bem? —questiono, preocupada.
Benjamin parece notar a sua reação estranha.
— E-eu... —gaguejou com lágrimas nos olhos me olhando. — Eu conheço essa manta.
Olhei para Benjamin que estava tão surpreso quanto eu e voltei a encarar o delegado.
— Conhece?
Colocou o celular na mesa e levantou, aproximando-se de mim, com o rosto molhado pelas lágrimas.
Seus olhos me encaravam com diversas sentimentos, dor, ternura, amor. Eu não conseguia compreender aquilo.
— Conheço. —repetiu sorrindo emocionado. — Conheço porque fui eu quem te deu.
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Por Você [COMPLETO]
RomanceMadison desconhece o passado que tem, ainda bebê fora abandonada pela a sua mãe e foi adotada por uma boa família, no entanto, não faz idéia que não é filha de sangue do casal, entretanto, até quando duraria um segredo? Quando a vida de Madison é po...