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"Quanto vale o poder de uma mulher?"

Rose

Desafiar os novos publicitários era o meu hobby favorito. O que posso fazer? Não há muito com o que se distrair em um empresa. Vê-los correndo de um lado para o outro como baratas tontas pra me satisfazer era gratificante.

Eu tinha um luxo muito maior do que qualquer riqueza desse mundo. As pessoas sempre faziam o que eu queria, seja por respeito ou medo, não tinha importância. Saber que eu tenho poder sobre tanta gente me deixava contente e de certo modo, suprimia o vazio que eu sentia desde que meu pai faleceu.

Aquele homem sempre me deu tudo o que eu queria, eu era a princesinha dele e ele era o meu herói. Depois que o meu pai se foi, toda a familia se dispersou. Meu irmão e minha mãe resolveram seguir com suas vidas e colocar toda a administração da fortuna em minhas mãos.

Christian deveria se envergonhar por ser chamado de "vice-presidente". Tinha tanto tempo que ele não dava as caras que eu até disponibilizei a sala que era dele para um dos diretores da empresa.

Já a minha querida mãe, apesar de estar à quilômetros de distância de mim, fazia questão de me ligar regularmete pedindo que eu lhe enviasse quantias exageradas de dinheiro. Eu a amava, mas admitia que não era um ser humano tão admirável. O amor pelos filhos ficava abaixo das suas necessidades pessoais.

Estava distraída analisando alguns projetos importantes quando o telefone tocou.

– Sim, Liss? 

– Senhoria Mazur, sua mãe está na linha e deseja falar urgentemente com a senhorita. - revirei os olhos e soltei um suspiro tedioso. – Devo dizer que está ocupada?

– Não, pode passar.

– Só um minuto. - em poucos segundos a ligação foi passada.

– Meu amor! - senti meu ouvido latejar com tamanha animação do outro lado da linha.

– Bom dia pra você também, Janine.

– Não sabe o que aconteceu! Preciso urgentemente que me envie trinta mil dólares.

– O que foi agora? - provavelmente seria pra algum mimo pessoal.

– A minha estilista alemã preferida acaba de lançar uma nova coleção de casacos de pele e claro que eu não posso ficar sem ter um.

– É pele de verdade?

– Não seria bom se não fosse de verdade.

– Sabe o que penso sobre essas coisas, mamãe.

– Ai, que bobagem! Por que Deus criaria os animais se não fosse pra nos servir?

– Você não precisa de um casaco de pele verdadeira.

– Quem disse que não? Filha, eu tenho necessidades!

– E eu tenho princípios! - fui firme.

– Principios? - riu. – É muito irônico que você se preocupe com o bem estar dos animais enquanto trata seres humanos como escravos.

A essa altura, ela havia começado a me irritar. Fiquei em silêncio deixando que ela ouvisse apenas a minha respiração pesada.

– Não adianta ficar bravinha, você sabe que é verdade.

– Seu conceito de escravidão está totalmente errado. Sugiro que pesquise antes de me ligar pra falar besteiras! E só por isso, pode esquecer o casaco de pele! E nem pense em tirar dinheiro do aluguel como você fez da última vez! Juro que te deixo ser despejada!

Dona De Mim | RomitriOnde histórias criam vida. Descubra agora