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❝eu disse que não vou perder o controle, que não quero que isso aconteça. eu disse que não vou me aproximar demais. mas eu não consigo parar. oh não, lá vai você, me tornando uma mentirosa.❞ - Camila Cabello | Liar

"O amor e o ódio são dois excessos que caminham lado a lado."

Rose

Minha cabeça latejou como se tivesse um martelo esmagando os meus miolos. Abri meus olhos devagar, sentindo a luz do sol invadir e incomodar a minha retina. Eu estava em casa e meu estômago embrulhava me deixando com uma agonia interna.

Deslizei minhas pernas para a lateral da cama e sentei colocando a mão sobre o estômago. Eu não devia ter bebido tanto champanhe.

Outras lembranças chegaram até a minha cabeça e então eu revivi os momentos que apesar de estarem um pouco confusos agora, eram completamente reais.

Dimitri me beijou e eu o beijei de volta, com muita vontade. Lembro-me bem da sensação de desejo que percorreu meu corpo e de como eu não quis parar de sentir os lábios dele.

Odiava o fato de que a bebida me fazia não parar pra pensar em meus atos. Com que cara eu olharia para ele nessa manhã? O que deveria fazer? Fingir que nada aconteceu? Parar pra conversar?

Se fosse pra pensar nisso, que eu pensasse debaixo do chuveiro. Já estava mega atrasada.

A água gelada iria me aliviar e esclarecer mais os meus pensamentos. Não interessava o que senti em relação ao beijo, não importava o tamanho do meu desejo. Era apenas momentâneo, fruto de uma quantidade de álcool que eu não costumava ingerir. Apenas não podia correr o risco de que Dimitri pudesse se gabar por aí, ou até mesmo alimentar uma chance que ele nunca teria. Eu era mulher demais pra ele.

{...}

Borboletas saltaram no meu estômago quando eu entrei no elevador. Mentalizei uma forma de conseguir passar por Dimitri com desdém e total desinteresse.

As portas do elevador se abriram e eu saí de cabeça erguida com o meu ar superior de sempre. Dei graças a Deus por chegar à minha sala sem ter me encontrando com ele.

– Bom dia, senhorita Mazur. - Liss disse ao meu ver.

– Bom dia, Lissa.

– Sente-se bem? Precisa de um café? Talvez um comprimido? - parei bruscamente e me perguntei se talvez ela sabia de algo.

– Por que eu precisaria dessas coisas?

– É que o Dimitri me contou que teve que levá-la pra casa e que estava um pouco... "alta". - fez sinal de aspas com os dedos.

– Sei... e ele disse mais alguma coisa?

– Não. Aconteceu mais alguma coisa?

– Não. Claro que não. - desviei o olhar nervosa. No momento, eu quero que você chame o Belikov na minha sala. Quero agradecê-lo por ter me ajudado ontem.

– Sim, senhorita.

Entrei em minha sala e suspirei aliviando o pânico. Jurei a mim mesma que se ele tivesse contato para alguém, eu o mataria.

Não demorou muito até que eu ouvisse algumas batidas em minha porta.

– Entre! - falei.

Primeiro, ele colocou apenas a cabeça e me olhou com incerteza, depois entrou devagar, como se estivesse na defensiva. Parou em minha frente com os braços para trás e com uma expressão de nervosismo, desviando o olhar para qualquer lugar que não estivesse na minha direção.

Dona De Mim | RomitriOnde histórias criam vida. Descubra agora