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Dimitri

Tentei chegar lá da maneira mais normal possível, pra que o clima não pesasse e não ficasse estranho, já que não tinha nem uma semana que nós dois começamos a sair e já estávamos morando juntos, mesmo que por pouco tempo.

O caseiro já estava à minha espera e depois de se apresentar como Will, ele abriu a garagem subterrânea para que eu guardasse o meu carro.

Assim que saí do meu carro e observei aquela garagem, meu queixo caiu. Contei pelo menos 15 carros de luxo. Era estranho Rose ter tantos carros e só usar um.

Depois de pegar minhas malas, o caseiro me levou até a parte interna da casa, por uma escada que levava até uma porta da cozinha. Uma senhora estava terminando de cozinhar o jantar.

– Senhor Belikov, essa é a cozinheira, Selena. E Selena, esse é o amigo da senhorita Mazur que passará um tempo aqui. - Armando nos apresentou formalmente.

– É um prazer, senhor Belikov. Espero que goste de estrogonofe de cogumelos. - ela sorriu.

– Na verdade, eu nunca provei, mas o cheiro está excelente. - ela pareceu muito satisfeita com a minha aprovação, como se ansiasse por aquilo.

– Bom, a senhorita Mazur deve estar esperando na sala de jantar. - Will acenou para que eu continuasse o seguindo.

E lá estava ela, concentrada em seu laptop, usando óculos, vestindo uma calça de moletom e uma camiseta de pijama. Descalço, com o cabelo desgrenhado num coque e totalmente sem se importar com a postura que tinha ao estar sentada. Essa era a Rose que eu amava ver.

– Dimitri! Que bom que chegou. - ela sorriu e fez sinal para que eu sentasse ao seu lado. – Will, Rodolf já foi embora, será que você poderia levar as malas do Dimitri para o meu quarto?

– Sim, senhorita. - ele pegou as malas e se dirigiu até a sala de estar, onde ficava a escadaria.

– Rodolf é o meu mordomo. Você vai conhecê-lo amanhã, junto com os outros empregados.

–Quantos empregados você tem? - eu estava impressionado e curioso.

– Ah...ela pareceu pensar. – Contando com a empresa, uns trezentos. - riu. Mas aqui em casa são só nove.

– Meu Deus, por que uma mulher precisa de tanta gente cuidando da casa dela? Você mora sozinha. - falei como se fosse óbvio.

– Eu tenho um caseiro, uma cozinheira especialista em pratos veganos, uma governanta, um mordomo, três faxineiras, um jardineiro e um motorista que atualmente está de férias. - suspirou. – Pra mim parece necessário. Além disso, eles trabalham aqui desde que meus pais e meu irmão moravam comigo. Não tive coragem de demiti-los.

– Você sempre teve um bom coração, só o escondia embaixo de uma tonelada de pedras. - a abracei de lado e beijei sua bochecha, fazendo seus óculos entortarem um pouco. Não sabia que usava óculos. - eu disse os ajeitando.

– Só em casa. Na empresa eu uso lentes de contato.

– Você é uma caixinha de surpresas, senhorita Mazur.

– Pode me chamar só de Rose? - falou sem jeito. É que todo mundo me trata de maneira formal o tempo todo e eu quero que você me trate como alguém normal.

– Por que? - apoiei meu queixo em uma das mãos, ansiando que ela dissesse o que eu queria ouvir.

– Porque eu gosto muito de você. - sorriu sutilmente.

– Que tal Roza?

– Eu adoro desse apelido.

– E eu adoro você.

Dona De Mim | RomitriOnde histórias criam vida. Descubra agora