15

102 12 3
                                    

Rose

Os acontecimentos do dia invadiam minha mente enquanto eu tentava me concentrar na série que eu assistia em meu quarto.

Dimitri era a segunda pessoa a dizer que eu precisava de um psicólogo. Na opinião dele, eu precisava me tratar, na opinião da minha mãe, um psicólogo era um amigo comprado.

Bem, eu não tinha ninguém com quem desabafar sobre a exaustão que era fingir estar bem quando no fundo, eu estava aos cacos.

Ainda incerta sobre o que deveria fazer, eu peguei meu celular e liguei para a Lissa.

- Alô? - ela parecia sonolenta.

- Te acordei?

- Sim, mas não tem problema. Aconteceu alguma coisa?

- Eu quero uma opinião sincera da sua parte.

- Ah... ok. - respondeu com confusão.

- Acha que eu preciso de um psicólogo?

- Hum... psicólogo? Bem... - Lissa ficou em total silêncio.

- Responde! - ordenei impaciente.

- Todo mundo precisa de um psicólogo, não? Mesmo que não esteja com muitos problemas. E bem... a senhorita trabalha demais, tem uma vida cheia. Um psicólogo ajudaria a descarregar tudo.

- Ok. Sendo assim, eu quero que você procure o melhor psicólogo da região e marque uma consulta o quanto antes.

- Como quiser.

- Boa noite, Lissa.

-Boa noite, senhorita Mazur.

Desliguei a televisão e tentei pegar no sono sem precisar tomar um dos meus remédios. Já faziam alguns anos que dormir havia se tornado uma dificuldade para mim. Sempre achei que isso fosse algum problema de saúde, mas depois de uma bateria de exames, me convenci de que era estresse. E talvez, depois de ir ao psicólogo, eu conseguisse voltar a dormir bem como antes.

{...}

Eu era uma das primeiras a chegar na empresa e era comum ir até a minha sala sem encontrar ninguém. Mas naquele dia, assim que saí no elevador, esbarrei tão fortemente em alguém que eu poderia ter ido ao chão, se meu corpo não fosse segurado por braços fortes.

Estava prestes a dar um chilique quando meus olhos encontraram os dele e eu perdi a fala. Dimitri também me encarava sem dizer nada. enquanto me segurava.

Era loucura sentir uma espécie de atração física toda vez que estávamos próximos? Perdia o controle do meu corpo e só me concentrava nele e em como seus olhos me atormentavam de diferentes formas.

Me libertei do transe quando vi ele aproximar seu rosto do meu. Dei dois passos para trás, certificando-me de que ficaria longe o suficiente dele..

- O que faz aqui tão cedo? - perguntei ainda nervosa, tentando disfarçar todo o clima que havia sido gerado.

- A senhorita esqueceu que me encheu de trabalho? Preciso terminar o quanto antes.- alfinetou.

- Sendo assim, que ótimo que está aqui tão cedo. Não faz mais que a sua obrigação! - falei firme.

- Claro. - revirou os olhos.

- Agora, se me der licença, eu tenho mais o que fazer do que ficar batendo papo com um funcionário.

Ele estendeu as mãos como forma de rendição e abriu espaço para eu passar. Cada mínimo gesto dele me irritava, porque tudo parecia ser uma cartada pra me enfurecer. Podia ver em seus olhos o quanto ele queria que eu sentisse que nele não havia medo algum. Segui até a minha sala tentando afastá-lo dos meus pensamentos. Dimitri não merecia o meu esforço mental e muito menos a minha raiva.

Dona De Mim | RomitriOnde histórias criam vida. Descubra agora