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Rose

Meu coração batia apressadamente dentro do meu peito. As mãos suavam como se aquele fosse um grande acontecimento. Mas de fato, era.

A última vez que me lembro de ter tido um encontro com alguém eu ainda estava na faculdade. Talvez tivesse perdido o jeito e estragasse tudo, ou talvez eu só estivesse me auto sabotando com esses pensamentos negativos.

Como o jantar ia ser em casa, eu vesti algo que vestia no meu dia a dia, deixei meu rosto sem nenhuma maquiagem e não me preocupei muito com meu cabelo. Apenas o lavei, penteei e deixei secar naturalmente.

Dispensei meus empregados pelo resto do fim de semana, assim me sentiria mais à vontade em casa. Sentei no sofá enquanto aguardava a chegada dele. E como sempre muito pontual, a campainha tocou às 19:00 em ponto.

Dei uma olhada no espelho antes de ir abrir a porta e depois de respirar fundo, eu destranquei e lá estava ele, com algumas sacolas de compras, um buquê de rosas e um sorriso singelo no rosto.

— Olá. - eu disse sorrindo.

— Olá.

— Pode entrar. - dei espaço e ele entrou na sala. — Vamos até a cozinha colocar essas coisas lá. E aí você vai poder começar a cozinhar, porque eu to famintaa! - cantarolei.

— Também tô! - riu. — Vai ser a primeira vez que eu vou experimentar um prato totalmente vegano.

— Não vou prometer nada, afinal, quem vai cozinhar é você. - deixamos as coisas sobre o balcão.

— E isso é pra você. - ele me entregou o buquê.

— Obrigada. - respirei fundo com as flores contra o meu nariz. — Eu adorei.

— Ótimo. Estava morrendo de medo que você pudesse ser alérgica.

— Não tenho nenhuma alergia. Bom, que eu saiba! - adicionei rindo. — E então, o que você vai preparar?

— Isso, minha cara, é uma surpresa. Onde você deixa as panelas?

— Não faço ideia.

— Como não? - ele riu.

— Dimitri, eu não sei nem fritar um ovo! - meio dramático, mas era verdade.

— Sendo assim, hoje você me ajudará e aprenderá como sobreviver sozinha. - brincou.

— Isso vai ser desastroso.

— Bom... - ele ficou atrás de mim, abraçou minha cintura e aproximou seus lábios da minha orelha. — Desastroso, mas muito divertido. - sussurrou me causando arrepios.

— Então me ensine. - fiquei de frente pra ele e enlacei meus braços em seu pescoço.

— Mãos à obra, senhorita Mazur! - me deu um selinho rápido e logo se afastou até os armários.

Fiquei ali em pé, o observando enquanto ele pegava as panelas que iria precisar e depois desembrulhava os ingredientes. Cada gesto dele prendia a minha atenção e eu não conseguia desviar o olhar nem pensar em mais nada. Era quase angelical.

Me libertei dos meus pensamentos quando ele me ofereceu algumas verduras e uma faca, para que eu picasse tudo.

Desengonçada e sentindo uma dificuldade tremenda, eu consegui, mesmo que devagar, cortar as verduras em cubinhos.

Enquanto cozinhávamos, a gente conversava sobre os hobby's que tínhamos, incluindo o único em comum, o videogame. Foi a conversa mais leve e mais sincera que eu já tive com alguém e eu simplesmente não queria parar de falar sobre como eu adorava o fato de não precisar ser tão formal com ele.

Dona De Mim | RomitriOnde histórias criam vida. Descubra agora