Capítulo 30

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"Me diga que você ainda é meu, me diga que ficaremos bem mesmo quando eu perder a cabeça" Afterglow (Taylor Swift).

Sophia

Houve duas batidas na porta do quarto logo pela manhã, quando a abri me deparei com a última pessoa que eu gostaria de ver naquele dia. Collin, não nos falávamos desde o dia que fui embora de sua casa vestida em suas roupas com seu cheiro impregnado por todas as partes do meu corpo.

Naquele dia eu realmente achei que as coisas entre nós poderiam ser diferentes, mas logo que cheguei ao meu quarto e me encontrei com Agatha de novo todas aquelas fantasias idiotas pareciam ser possíveis apenas na minha cabeça, nós não vivíamos um maldito contos de fadas e agora eu estava ignorando ele a mais de dois dias mantendo todos aquelas sentimentos aguardados dentro de mim como um segredo mais uma vez.

- Agatha não está aqui – falei, ela havia saído a poucos minutos para comprar algo.

- Nós dois sabemos que não estou aqui a procura da Agatha – ele disse com seus olhos voltados para mim.

- Então o que você quer? – questionei engolindo em seco.

- Conversar – ele respondeu.

- Se isso é sobre suas roupas eu ia devolver, na verdade você deveria entrar e levar todas elas – falei retornando para dentro do quarto e o deixando sozinho na entrada.

Abri a última gaveta do meu armário e peguei a calça que camiseta que tinha lavado e escondido por debaixo de todas as minhas outras roupas com medo de que minha colega de quarto as visse e soubesse a quem elas pertenciam.

- Eu não posso acreditar que você vai tentar fazer isso de novo – ele comentou chamando minha atenção ao ter me acompanhado para dentro do quarto.

- Isso o que? – questionei desentendida.

- Me ignorar – ele me encarou do outro lado sério – Fingir que nada está acontecendo entre nós e não falar sobre isso.

- E o que você quer que eu faça? – indaguei sem saber o certo o que dizer – Você realmente acha que poderíamos ficar juntos? Sair por ai de mãos dadas como um casal real... Por Deus Collin, isso é apenas uma fantasia que existe nas nossas cabeça e que nunca teria alguma chance de acontecer e você sabe disso.

- A dois dias atrás você disse que gostava de mim – ele relembrou.

- E eu gosto – respirei fundo cansada de toda aquela história – Eu não estava mentindo quando disse isso – encarei ele tentando controlar minha vontade quase instantânea de chorar – Acredite, eu daria tudo para poder acordar outro manhã ao seu lado e ter o melhor sexo da minha vida, invadir o vestuário masculino mais uma vez e beijar você depois de um jogo ou até mesmo dançar com você de novo, mas eu não posso fazer isso... Nós não podemos fazer isso com a Agatha...

- Vocês não precisavam se preocupar porque vocês já fizeram – uma voz que não pertencia a Collin chamou minha atenção logo atrás dele.

- Agatha – minha voz saiu falhada enquanto uma lagrima escapava dos meus olhos – ela havia voltado para o quarto sem que notássemos, merda – Eu posso explicar.

- Não, você não precisa explicar – ela disse com os olhos cerrados e cheios de raiva – Eu só não consigo acreditar que vocês andavam fazendo todas essas coisas pelas minhas costas em todo esse tempo, porra.

- Desculpe, mas as coisas não aconteceram exatamente dessa forma... – Collin tentou argumentar se voltando contra ela.

- Vai se foder Collin... Na verdade que se fodam vocês dois – ela praticamente gritou raivosa.

Eu estava pronta para correr atrás de Agatha se fosse preciso, mas Collin me impediu colocando seu corpo contra o meu e me segurando enquanto ela simplesmente deixava o quarto.

- Eu preciso falar com ela – tentei me desvencilhar de seus braços.

- Ela não vai querer falar com você agora – ele disse com uma calma irritante.

- Mas eu preciso...

- Não – ele insistiu me segurando com mais força até que eu parecesse de tentar me soltar – Você vai ficar aqui, eu vou falar com ela e resolver toda essa história entre nós três de uma vez por todas.

- Sabe, não é o momento certo para você tentar ser o maldito de um super-herói – o encarei com raiva.

- E eu não estou tentando ser – ele me encarou sério – Eu estou apenas cansado de toda essa merda.

Suas mãos se soltaram de mim em meio a uma respiração profunda.

- Todos nós estamos, não é? – dei de ombro levando os dedos aos meus olhos na intenção de controlar as minhas lagrimas – Merda, o que há de errado comigo? Eu não deveria ter feito isso.

Ela nunca me perdoaria.

- Feito o que? Me conhecido? Fodido comigo? Se apaixonado? – Collin questionou com seus olhos voltados para mim – Acredite não a nada de errado com isso, não é nada que um ser humano normal já não tenha feito.

- Você deve achar que eu sou louca – minhas lagrimas deslizaram sobre o meu rosto e eu nem ao menos sabia mais o porquê estava chorando.

Collin ficou em silencio por segundos que pareceram horas, um sorriso fraco se formou no canto de seus lábios. Ele se aproximou de mim se agachando a minha frente na cama.

- Não – ele balançou a cabeça em negativa – Você não é louca Sophia, você está apenas com medo, com medo dos seus próprios sentimentos e do que eles dizem sobre você. Eu estaria mentindo se dissesse que nem por um segundo me senti assim também – nos encaramos – Mas diferente de mim você está sempre a procura de uma desculpa para poder fugir, não é?

- Eu estou apenas tentando ser uma boa pessoa – suspirei.

- Nós todos estamos – ele sorriu dando de ombros e levou sua mão até meu rosto – Mas as vezes temos que aceitar que não somos perfeitos, nunca seremos.

- Você daria um ótimo psicólogo sabia? – contive meu sorriso porque eu não estava no clima para sorrir ou rir ou qualquer coisa assim – De qualquer modo, você deveria ir embora agora e achar Agatha, falar com ela se ela quiser...

- Certo – ele assentiu – Mas antes disso preciso saber se você vai ficar bem? – havia preocupação de verdade em sua voz.

- Irei tentar, prometo – respirei fundo com um sorriso triste.

Collin trouxe meu rosto até o seu apertando seus lábios contra minha testa em um breve beijo e se afastou de mim e foi embora. Eu precisava de um tempo sozinha para pensar em todas as coisas estupidas que tinha feito até ali e todas que ainda faria ao longo de toda a minha vida sem perceber que não importava o quanto eu fugisse estaria sempre voltando para o mesmo lugar.

OXYTOCIN *LANÇAMENTO*Onde histórias criam vida. Descubra agora