Capítulo 33

83 9 0
                                    

"Começo a imaginar um mundo onde não colidimos, está me deixando doente, mas iremos nos curar e o sol nascerá. Se você me disser que está indo embora eu facilitarei, vai ficar tudo bem. Se não podemos parar o sangramento não temos que repará-lo, não temos que ficar. Eu te amarei de qualquer forma." – It'll be okay (Shawn Mendes).

Collin

Aquele seria meu último jogo pela universidade e eu não sabe ao certo o que estava sentindo, eu sentira falta daquele lugar, mas também estava ansioso para o que viria pela frente. Tinha recebido uma proposta irrecusável aquela semana e meu contrato com o Charges tinha sido assinado mesmo antes do final da temporada, eu estava finalmente vivendo o início do meu sonho de jogar profissionalmente e não fazia a mínima ideia de como seria me mudar para Los Angeles nos próximos meses, ainda assim estava empolgado de certa forma.

Toda minha família estava empolgada, minha mãe diz que eu sempre tinha sido um garoto de sorte, mas eu não me sentia daquela maneira. O futuro parecia promissor, o dinheiro na minha conta era incrível, mas no meu coração havia uma ferida que levaria mais tempo para ser curada do que eu esperava porque a má notícia em meio a tantas boas era que eu tinha me apaixonado, verdadeiramente, loucamente e profundamente por uma garota que não podia ter.

Não seria fácil esquecer Sophia Meyer, todos esses meses e ela continuava em um lugar que eu nem ao menos sabia que tinha reservado exclusivamente para ela e mesmo que as coisas andassem complicadas entre nós eu disse que amava.

Porra, eu nem ao menos sabia de onde tinha tirado aquela ideia estupida de ligar para ela depois de ela ter deixado claro que precisava de um tempo longe de mim.

Eu não sei, talvez eu estivesse apenas sendo embalado pela emoção do meu último jogo e provavelmente pelo fato de que não veria ela nunca mais na minha vida quando tudo aquilo acabasse e eu fosse embora.

De qualquer maneira aquela noite eu tinha um compromisso com meus amigos e todo o time que vinha dando tudo de si para que aquele jogo acontecesse, meu último dever como capitão era derrotar o time da universidade rival e conquistar a taça junto ao meu time custe o que custasse.

O estádio estava lotado, provavelmente todos os alunos da universidade estavam presentes para a final e nossa vantagem era que iriamos jogar em casa o que me fazia sentir muito mais confortável e confiante.

Pude avistar minha família ao longe na arquibancada enquanto observava de onde estava parado em uma das saídas dos vestuários as luzes em volta do campo serem acesas e líderes de torcida de ambos os times tomarem conta do gramado.

- Preparado para perder hoje capitão? – a voz de Griffin chamou minha atenção.

Ele vinha caminhando na direção de onde eu estava vestido em seu traje azul marinho com um sorriso debochado, Griffin era provavelmente o jogador mais sujo que eu já tinha conhecido em toda minha vida o que fazia com eu odiasse ele naturalmente quando estávamos em campo e as vezes fora dele. Ele era o mestre das provocações e eu amaria poder me vingar apropriadamente pela nossa última partida que me fez ser expulso, mas ele não iria conseguir me tirar do sério aquela noite.

- Eu não vou cair nas suas provocações hoje Griffin então acho melhor você ir desistindo – sorri para ele casualmente.

Eu tinha uma meta e estava focado nela, nada poderia me distrair nem mesmo a falta que eu estava sentindo de um certo alguém nas arquibancadas.

- Isso é o que veremos em campo Ross – ele sorriu ainda mais abertamente e confiante me fazendo conter minha própria risada – Hoje é tudo ou nada e eu realmente não me importaria em ver você sendo expulso de novo.

- Pare com isso Griffin não precisamos fazer Connelly borrar as calças antes mesmo do jogo começar – a voz do capitão do time adversário soou calorosa logo atrás de mim me fazendo questionar se em algum momento ele poderia parar de me chamar pelo nome errado – Além do mais ele sabe que não tem chance alguma contra mim hoje, não é?

- Se você diz – dei de ombros despreocupado.

Tucker Bradley era um excelente jogador e eu podia admitir isso, costumávamos ser amigos quando jogávamos juntos, mas não era do tipo que me abalava são facilmente assim e sabia que podia fazer melhor que ele aquela noite.

- Alias meus parabéns – Bradley disse para mim chamando atenção de seu colega de time – Meu treinador me contou sobre o Chargers, eu apenas não esperava que você estaria dentro antes mesmo do último jogo dessa temporada.

- Sorte de principiante – Griffin sorriu com certo escarnio.

- Talento eles disseram – O'donnel disse passando por nós com um sorriso que dizia que ele vinha ouvindo as escondidas toda aquela conversa a tempos – A propósito boa sorte para vocês essa noite, vocês vão precisar – ele disse por fim debochado adentrando o campo e me fazendo conter uma risada com a cara fechada de Griffin para ele.

- De qualquer maneira talvez nos encontremos em um futuro próximo – falei para Bradley, sabia que ele também estava sendo cotado para alguns times até mesmo o Chargers embora aparentemente não tivesse entrado em nenhum acordo.

- Isso é o que vamos descobrir essa noite – ele sorriu – O que significa que não vou facilitar o seu trabalho Connelly.

- Eu não estava a espera que você o fizesse – olhei para ele animado com o desafio.

- Ótimo – ele assentiu enquanto os demais jogadores passavam por nós adentrando o campo.

Nos preparamos para fazer o mesmo, mas eu fui interrompido quando notei a chegada de alguém não muito longe de onde eu estava na parte das arquibancadas em que apenas algumas pessoas como o treinador tinham permissão para ficar, senti como se estivesse vendo algum tipo de miragem e instantaneamente os batimentos dentro do meu peito pareciam reagir de forma diferente.

Eu não estava esperando que ela viria e de repente ali estava ela abraçando o treinador, sorrindo para melhor amiga e voltando seus olhos a procura de algo em meio ao campo até se encontrarem com os meus, nos encaramos de longe por longos segundos sem motivo algum.

Um sorriso desapontou em seu rosto levemente como se ela não soubesse exatamente o que fazer. Sophia sorriu na minha direção antes de se sentar ao lado de Nina com um breve aceno de mão que me fez sorrir de volta ao franzir o cenho sem saber ao certo o que estava acontecendo. Ela estava usando a minha jaqueta do time? Ou estava apenas criando algum tipo de fantasia maluca na minha cabeça? Como aquilo seria possível? Tinha certeza de que tinha deixado ela no meu armário do vestiário depois de me trocar minhas roupas para a partir.

- Vamos capitão temos um jogo para ganhar essa noite – Mark chamou minha atenção ao pousar sua mão sobre o meu ombro com seus olhos seguindo a mesma direção que os meus – Alias, ela praticamente me obrigou a roubar a jaqueta do seu armário então realmente espero que você não se importe ou me mate – ele sorriu como se estivesse preocupado me fazendo rir sem querer.

- Tudo bem – contive a risada voltando meu olhar para onde ela estava.

Não fazia a mínima ideia do que aquilo poderia significar, mas eu estava feliz.

Eu estava feliz apenas pelo fato de ela estar ali e nada mais, não importava se ela estivesse usando a minha jaqueta ou a do time adversário ou se nem ao menos falássemos um com outro no final do jogo, sua presença já era o bastante.

OXYTOCIN *LANÇAMENTO*Onde histórias criam vida. Descubra agora