OXYTOCIN *LANÇAMENTO*

Capítulo 1

''I'm 99.9% sure he doens't like me, but it's the 0.1% that keeps me going'' - desconhecido.

Collin

Mark me arrastou para o café próximo a academia logo após o nosso treino pela manhã apenas porque ele queria ver namorada que tinha acabado de lhe enviar uma mensagem.

O campus estava praticamente vazio, a maioria das pessoas haviam saído de férias e eu estava começando a me questionar se tinha sido uma boa ideia não ter aceitado a oferta de viagem com meu pai e sua namorada. Aquela hora da manhã eles provavelmente estariam em um belo café da manhã de hotel em meio a alguma cidadezinha da Itália enquanto eu estava ali acordando todas as manhãs para me exercitar e me preparar para a próxima temporada de jogos completamente ansioso com todas as possibilidades que tinha pela frente no futebol americano. De qualquer maneira minha mãe tinha me feito prometer que eu a visitaria junto aos meus irmãos no último final de semana das minhas férias e eu não estava afim de desapontar ela estando do outro lado do país.

Quando adentramos o café meu amigo foi direto até a mesa onde estava sua namorada Nina enquanto me deixou responsável por comprar um café para ele e um suco para mim.

- Bom dia garotas – pude ouvir ele dizer dando um beijo no rosto da namorada que estava acompanhada pela melhor amiga Sophia Meyer, a princesa intocável ou princesa de gelo.

O'donnel tinha várias apelidos carinhosos para se referir a ela e eu tinha quase certeza de que todos eles haviam sidos criados depois ele levar um fora dela, mas sempre que me lembrava daquilo acabava me recordando do dia em que a conheci pela primeira vez e meio que estava começando a concordar com aquele apelido. Ela não tinha olhos claros, mas seus olhos podiam transmitir todo o gelo que ela tinha por dentro.

Sophia Meyer, era linda, mas seu temperamento não parecia ser dos melhores. Eu não sei, nunca tínhamos trocado muitas palavras, nos víamos raramente quando ela estava acompanhando algum jogo por conta do pai ou porque ela simplesmente aparecia com Nina quando estava com Mark e eu não acho que tínhamos causado uma boa primeira impressão um ao outro. E a primeira impressão é sempre a que fica.

- Então o que vai querer? – o atendente da cafeteria do outro lado do balcão chamou minha atenção para si me fazendo perceber que estava olhando demais na direção dela.

- Um café simples com um pouco de leite e um daqueles sucos naturais de melancia por favor – fiz meu pedido desviando minha atenção para a vitrine e seus trocentos tipos de bolos e pães – E você poderia embalar dois croissants para viagem?

Ele assentiu ao pegar um copo e preparar o café na máquina enquanto retirava uma embalagem do seu canto esquerdo e caminhava até a vitrine para pegar os croissants.

- Você por algum acaso não tem nenhum amigo que poderia nos ajudar? – ouvi a voz de Nina suplicar ao namorado na mesa de onde estavam.

- Bem, talvez o Collin – Mark pronunciou meu nome no exato momento em que o atendente do café minhas compras e eu digitava a senha do meu cartão sobre a máquina de pagamento.

- Desde quando ele entende algo de programação? – questionou Sophia e quando voltei minha atenção para eles seus olhos haviam se voltado para mim.

- Sabe jogadores de futebol americano não são grandes idiotas e burros como você pensa Sophia Meyer – respondi antes que Mark desse outra resposta ao me aproximar de onde eles estavam.

- Ele é um ótimo nerd quando quer na verdade – Mark comentou por fim.

- E eu nunca disse que jogadores são grandes idiotas e burros – Sophia me encarou se recostando na cadeira que estava sentada e cruzando os braços.

Ela nunca havia dito, mas eu sabia que pensava daquela maneira era nítido no seu rostinho bonito.

- De qualquer maneira ela precisa fazer a montagem de um portfólio online e nós não conhecemos ninguém no campus que conheça o mínimo de programação e esteja disponível para ajudar então talvez você pudesse nos fazer esse favor? – Nina chamou minha atenção.

- E quem disse que eu estou disponível? – indaguei.

- Bem, você não anda fazendo nada além de treinar e se preparar para nossa próxima temporada – Mark bufou levando o café que eu tinha lhe entregado a boca.

- Sabe eu não preciso da sua ajuda – disse Sophia por fim com um sorriso um tanto quanto esquisito no lábios.

- Claro que você precisa – Nina ergueu as sobrancelhas exasperadas para a amiga – Isso é sobre o estágio dos seus sonhos, é uma grande chance não podemos desistir assim tão fácil.

- Me desculpe, mas eu estou desistindo – Sophia deu de ombros em meio a um suspiro frustrado, aparamente aquilo era realmente importante para ela.

- Não, você não está. Nina tem razão você não pode desistir – Mark encarou Sophia como se estivesse tentando a incentivar – Por favor Ross, para de ser um completo babaca e faça alguma coisa.

- Eu já disse que não quero a ajuda dele – ela bufou claramente irritada com toda a situação.

- Mas você precisa – chamei sua atenção para mim.

- Você praticamente acabou de dizer que não estava disponível.

- Quanto tempo isso vai levar? – perguntei avaliando a situação.

- Três semanas eu acho – ela respondeu – A bastante coisa que preciso no portifólio e esse é praticamente o prazo máximo que tenho para a inscrição na vaga.

- Tudo bem – dei de ombros ainda com meus olhos direcionados aos seus – Mas eu tenho uma condição.

- Que seria? – sua sobrancelhas se ergueram a espera.

- Você vai ter que acordar todos os dias cedo para se encontrar comigo e ir até a academia – eu não sabia de onde tinha tirado aquela ideia, mas agora ela soava incrivelmente perfeita para mim ao ver a feição de indignação estampada no rosto dela.

- Por acaso isso é algum tipo de piada? – ela indagou contendo uma risada.

- Não, na verdade é pegar ou largar – dei de ombros levando o último gole do suco gelado a minha garganta.

- Por que quer que eu faça isso? Você já não tem Mark como seu companheiro? – ela questionou.

- Ele já está acostumado e eu meio que ando enjoado de ver a cara dele todos os dias desde a hora em que acordo até a hora em que vou dormir, sem ofensas – dei um tampinha no ombro do meu amigo – O que foi? Por acaso a filha do treinador tem medo de exercícios físicos?

- Claro que não, eu apenas acho que prefiro malhar o meu cérebro – ela respondeu com um ar de sacarmos o tanto quanto engraçado que quase me fez rir.

- Eu também – sorri para ela que apenas fechou a cara para mim – De qualquer maneira vou esperar por você amanhã as sete não se atrase, agora eu tenho que ir.

Caminhei até a porta de saída da cafeteria e joguei o copo de plástico do meu suco na lixeira ao lado da porta.

- Eu odeio seu amigo – pude ouvir a voz de Sophia mesmo que baixo ao longe.

- Não se preocupe, eu odeio você também – não resisti virar meu rosto em sua direção em resposta e notar um sorrisinho irritante em seus lábios.

Empurrei a porta e sai da cafeteria me perguntando onde diabos eu estava com a cabeça quando decidi ajudar ela. Três semanas das minhas férias que poderiam ser de paz estavam prestes a se tornar um maldito pesadelo.