Prólogo

208 14 0
                                    

''You don't like me. I'm trying to be okay with that.'' - desconhecido.

As aulas estavam voltando, alguns estudantes estavam mais empolgados do que os outros e eu apenas não conseguia parar de pensar que eu tinha ficado com Matthew Becker durante uma festa de ano novo, tudo aquilo me parecia um sonho louco que tinha acontecido apenas na minha cabeça, mas as mensagens que tínhamos trocado pela aquela manhã estavam ali para provar que eu não estava ficando louca.

Eu estava começando a considerar que acabaríamos nos encontrando de novo, na verdade eu estava torcendo para que aquilo acontecesse. Ele era incrível e eu amava suas músicas. Caramba, eu amava caras de banda mesmo que em maioria eles fossem uns grandes filhos da puta.

De qualquer maneira queria poder convidar ele para sair aquela noite, mas tinha que me arrumar para ir a uma festa do pessoal da universidade. Mais especificamente uma festa de jogadores de futebol que eu nem ao menos estava interessada em comparecer, não costumava frequentar aquelas festas e só estava indo porque tinha prometido para minha melhor amiga, Nina que estava começando a se envolver com um dos jogadores ao qual eu tinha tomado a liberdade de investigar todo o histórico para ter certeza de que minha amiga não estava se metendo em uma roubada com mais um babaca sem cérebro e muitos músculos de atleta.

Eu estava indo aquela festa com o único objetivo de manter todos sobre controle porque não me leve a mal, mas, eu não gostava muito de conviver com atletas em especial jogadores de futebol americano o que de certa forma poderia ser considerado algum tipo de trauma levando em conta que meu pai era o treinador do time principal da universidade e eu tinha passado praticamente a minha vida inteira cerca por eles. Definitivamente odiava cada segundo dos jantares de família onde os assuntos se voltavam para campeonatos e times de futebol.

Nina chegou ao meu quarto no horário combinado, mas nossa amiga e minha colega de quarto Agatha ainda estavam à procura do que vestir. Quando chegamos a festa a casa já estava repleta de pessoas, em sua maioria calouros que tinha acabado de chegar à universidade e buscavam se enturmar com o pessoal mais velho, comecei a me perguntar quantos daqueles caras tinham idade de verdade para beber todas aquelas bebidas.

- Sophia Meyer – a música estava tão alta e o local tão lotado que mal pude ouvir ou notar quem tinha acabado de pronunciar meu nome – Eu estava esperando ver você por aqui – virei meu corpo em direção a voz e me deparei com um dos jogadores do meu pai.

Dean O'donnel, ele estava no time desde que ingressou na universidade e era um dos melhores jogadores. Eu o tinha conhecido em um dos inúmeros jogos que meu pai me fazia frequentar e desde então tinha certeza de que O'donnel nunca me deixaria em paz depois que me recusei a sair com ele. O que eu poderia fazer? A cara era gato, mas eu tinha minhas próprias regras e todas elas não me permitiam sair com jogadores de futebol americano em especial os do time do meu próprio pai. Além do mais O'donnel conseguia ser bastante irritante quando queria e eu não gostava dele.

- Bem, nem eu – como disse não frequentava as festas deles.

- Por acaso isso é algum tipo de espionagem? – ele me encarou com seus olhos verdes incisivos me fazendo rir em desdém.

- Acredite eu tenho mais o que fazer do que vir até aqui para espionar você e seus amigos jogadores idiotas, então não se preocupe não vou contar para o meu pai que você anda usando maconha antes de jogos importantes – sorri cruzando os braços a minha frente notando pela primeira vez que ele não estava sozinho.

- Desculpe me intrometer, mas essa é sua irmã? – perguntou o cara alto ao lado de cabelo castanho e olhos escuros com cílios incrivelmente perfeitos.

- Pelo amor de Deus não! – O'donnel bufou me fazendo conter uma risada – O pai dela é o nosso treinador.

Eu já tinha o visto jogar uma vez pela universidade vizinha a nossa e sabia quem ele era porque meu pai não parava de falar sobre aquilo na última semana. Collin Ross, a estrela em ascensão do futebol americano da California, rápido como um relâmpago e mais bonito de perto do que eu esperava. E eu não era a única a ter reparado já que minha amiga Agatha que ainda permanecia ao meu lado não conseguia nem ao menos disfarçar que estava com seus olhos perdidos nele.

Aparamente ele havia se transferido de universidade porque recebeu uma proposta após nosso capitão ter se acidentado durante as férias, além do mais segundo meu pai jogando por nós as chances dele se destacar entre os demais e receber uma proposta para um time profissional naquele seu último ano seriam muito maiores, os principais times do estado estavam de olho nele e meu pai estava empolgado para a nova temporada com o seu novo garoto prodígio.

- Então você é a famosa princesa intocável – Collin Ross chamou minha atenção.

Eu o encarei voltando meus olhos para O'donnel porque ele provavelmente era o único responsável por aquele apelido ridículo. Intocável? Deixei escapar uma risada sarcástica enquanto Agatha ao meu lado se contia.

- E você é o novo capitão do time, parabéns. – comentei deixando escapar uma informação que ainda não tinha se tornado oficial para todos os jogadores do time a julgar pelos olhos de O'donnel se estreitando.

- Bem, eu não recebi esse título ainda – comentou Collin me encarando claramente desconfortável o lado do novo amigo.

- Mas você vai – sorri casualmente – O que significa que você perdeu todas suas chances, não é O'donnel? Você deve estar muito feliz – voltei meus olhos para ele notando sua mandíbula enrijecer, ele sonhava com aquele posto no time e eu não teria acabado com suas esperanças naquele momento se ele não tivesse inventado apelidos tão carinhosos para mim – De qualquer maneira eu não sou famosa ainda, mas quando isso acontecer pode ter certeza de que vocês serão os primeiros a receber a notícia, agora se me dão licença eu preciso de uma bebida.

Me adiantei a frente esbarrando sem querer meu ombro do novo cara, Collin que apenas sorriu com a minha reação.

Respirei fundo, mentalizando todos os motivos pelos quais eu não frequentava aquelas festas. Peguei um copo de refrigerante e me juntei a Nina e Mark do outro lado da sala enquanto Agatha comentava no meu ouvido o quanto tinha achado o novo jogador bonito e atraente, queria poder discordar, mas infelizmente ela tinha razão e ele estava nos observando do outro lado da festa.

OXYTOCIN *LANÇAMENTO*Onde histórias criam vida. Descubra agora