12- Meu nome é Marco

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Ruby:

Eu iria a festa, era certeza, mas não queria ir, queria ficar em casa lendo um livro e tomando um chocolate quente (e é óbvio que com "Novo Amor" tocando dentro dos fones de ouvido).

Minha irmã me ajudava a escolher os últimos detalhes do look, vai por mim, essa garota tem muito senso de moda. Eu iria com uma calça jeans mais larga, uma camiseta cinza meio desbotada, o all star vermelho e o cabelo solto. Coloquei um negócio pra amarrar o cabelo no pulso e passei um perfume da minha irmã com um cheiro incrivelmente delicioso, embora infantil.

Quando fiquei pronta, mandei mensagem para Amy pra perguntar se ela já estava pronta. Ela respondeu que estava quase, mas que eu poderia ir pra casa dela porque não levaria mais de 15 minutos. Foi o que eu fiz, peguei meu celular que estava carregando e 20 dólares, caso precisasse, e saí em rumo a casa de Amy Sinclair.

Chegando lá, a mãe de Amy que atendeu a campainha. Com um sorriso largo, cabelos grisalhos e um vestindo azul escuro, a quase-senhora abriu a porta.

- Você deve ser a Ruby, prazer! Amy me disse sobre a festa.- A moça disse me abraçando.

- O prazer é todo meu, senhora Sinclair.- Eu disse amigavelmente enquanto retribuía o abraço.

- Que isso, querida? Pra que tanta formalidade? Pode me chamar de Melv.

- Me desculpe, senho- Melv. Me desculpe, Melv.

- Não tem do que se desculpar, pode entrar. Amy está te esperando lá encima, você sabe é onde é?

- Sei sim, e obrigada.

Fui em direção ao quarto de Amy, pelo que eu me lembre é a 3° porta a direita. Bati na porta e ouvi um "pode entrar", quando entrei não vi ninguém, mas logo vejo a garota saindo do banheiro.

Amy estava com um vestido nem muito curto e nem muito longo da cor azul acinzentado, nós pés havia um coturno preto e o cabelo estava solto com apenas duas mechas da frente sendo presas para trás. Ela estava se maquinando provavelmente, pois apenas um olho estava com sombra.

- Oi Ruby!- Ela fala animada quando me vê

- Oi Amy.

- Pode sentar aí na cama, já estou acabando de me arrumar. Aliás, vc arrasou no look.

- Valeu, foi minha irmã que escolheu.- Eu disse me sentando na cama.

- Sua irmã não tem 7 anos?- Ela pergunta e eu balanço a cabeça fazendo um sim- Então aquela garota tem muito senso de estilo.

- Eu também acho.

Quando Amy terminou de se arrumar, nós duas descemos para a sala e ela avisou aos seus pais que já estava saindo, eles avisaram que não era pra ela chegar muito tarde e logo depois saímos de sua casa.

- Quer guardar seu celular na minha bolsa?- Ela pergunta quando estávamos andando pela calçada da nossa rua.

- Pode ser.

Não demoramos muito para chegar a casa Matthew, em uns 30 minutos já havíamos chegado e ido pegar algo para beber. Nós duas tomávamos um refrigerante de uva quando Hailey chegou puxando a garota ao meu lado para algum canto onde também estavam Olivia e Violet.

Parece estranho você saber o nome de quase todo mundo da sua escola, mas pra mim sempre foi tranquilo pois tenho uma audição muito boa e olhos observadores.

Flora chegou ao meu lado enquanto eu estava na fila do banheiro, ela estava com aquele sorriso de lado que ela fica quando vai aprontar alguma coisa.

- Me fala, já deu sua ronda pela festa?- Eu perguntei. Flora tem essa mania de rondar qualquer lugar que a gente vai pra saber se tem alguém que ela pegaria.

- Já, e encontrei umas 5 pessoas por enquanto, só vou dar uma pausa pra ir no banheiro e depois entrar em ação. Mas e você? Não quer pegar ninguém hoje não?

- Não, valeu. Vou deixar essa parte da pegação com você.

- Qual é, Ruby!? Você nunca pega ninguém nas festas, quando foi a última vez que você beijou alguém?

- A um ano, por quê?

- E eu sei exatamente quem foi, você pelo menos já superou a Riley?

- Olha só, eu vou pegar mais refrigerante e depois a gente fala sobre isso. Tchauzinho!- Eu disse por fim assenando com a mão enquanto saia de lá e ia em direção ao lado de fora da casa gigantesca de Matthew.

Riley foi a última pessoa que eu me apaixonei, ela era da minha turma na escola antiga e minha melhor amiga depois de Flora. Ela tinha um senso de humor incrível e ria de tudo com aquela risada suave e escandalosa ao mesmo tempo. Quando eu disse que gostava dela, ela disse que não sabia se gostava de garotas, mas mesmo assim me beijou, só que o zelador da escola viu nós duas nos beijando e mandou a gente para a diretoria. Depois disso eu fui expulsa e nunca mais vi ela, só sei que ela continua na escola porque ela se fez de coitadinha e tacou a culpa pra cima de mim.

Quando estava saindo da casa, avistei a varanda lateral com 2 cadeiras tipo sofá e um menino sentado em uma delas.

- Oi, tem alguém sentado aqui?- Perguntei chegando vagarosamente.

- Não, fique a vontade.- Ele respondeu de maneira gentil.

- Qual é o seu nome?

- Meu nome é Marco, Prazer.- Ele diz estendendo sua mão.

- Ruby, Prazer.- Eu digo apertando a mesma.- Seu nome é de origem latina né?

- Sim, meu pai é mexicano.

E assim começamos a conversar até o namorado de Marco, Adrian, chegar e a conversa ficar melhor ainda. No meio da conversa sobre "como nossas famílias eram quando éramos crianças", Amy chegou com os braços envolta dos ombros de Hailey e mancando.

- O que ouve?- Perguntei me levantando rapidamente e dando uma avaliada rápida na situação.

- Ela torceu o tornozelo e não tá conseguindo andar direito.- Respondeu Hailey.

- Você quer ir pra sua casa?- Pergunto para Amy.

- Relaxa, acho que dá pra aguentar um pouco e você nem quer ir embora agora.- Amy fala e tenta se sentar na cadeira, mas acaba indo de mal jeito e resmunga alto quando a perna machucada encosta no chão.

- Não, você não vai aguentar e eu só tava conversando com os meninos mesmo.

- Vocês querem que eu leve vocês?- Perguntou Adrian.- Já está quase na hora de eu ir embora mesmo.

- Se não for incomomodo, pode ser.- Respondo.

Levamos Amy para o carro de Adrian e fomos para casa, chegando lá ajudei ela a subir até seu quarto e a deitei em sua cama. Fui até a mãe da garota que estava na cozinha e perguntei se havia uma compressa de gelo, ela me entregou uma que havia dentro da geladeira, levei-a até Amy e coloquei em seu tornozelo.

- Valeu mesmo, viu Ruby. Não sei o que eu seria sem você nesse momento.- Amy agradece

- Não tem de quer, é só uma ajudinha.

- Você quer dormir aqui? Aí a gente vê um filme.

- Eu só tenho que avisar minha mãe, mas tudo bem.

𝐒𝐡𝐞'𝐬 𝐉𝐮𝐬𝐭 𝐀 𝐅𝐫𝐢𝐞𝐧𝐝 Onde histórias criam vida. Descubra agora