Ruby:
Flora pediu para encontrá-la em uma lanchonete barra cafeteira que fica perto da casa dela.
Chegando lá, ainda não havia sinal algum de Flora, então decido ficar desenhando em uma guardanapo. Saíram borboletas, planetas, estrelas, uma lua e uma aranha de palitinho.
Eu estava entretida demais desenhando quando senti um baque da mão da loira nas costas do meu pescoço. Odeio quando ela faz isso...
- Ai! Isso dói, sabia?
- Sim, por isso fiz.
- Eu te odeio.
- Ah, para! Sei que "cê" me ama.
Logo decidimos o que queríamos e fomos até a atendente fazer nossos pedidos e depois voltamos aos nosso lugares. Não demorou muito para que dois cafés chegassem em nossa mesa.
- Então Ruby, você anda muito estranha esses últimos dias.
- Estranha? Como assim?
- Você quase não tem tempo e demora uma eternidade pra responder minhas mensagens. Sério, eu te mando mensagem de manhã e você só me responde a noite. Quem é?
- Eu não demoro uma eternidade.
- Para de tentar fugir do assunto, Ruby!
- Eu não estou fugindo do assunto.
- Ok, então quem é?
- Quem é o que?
- Fala sério! Eu te conheço, sei que você está afim de alguém.
- Eu não estou "afim" de ninguém- Eu digo e a vejo fazer uma cara desconfiada.- É sério!
- Beleza, depois não vem me chamar de vidente, mas saiba que eu não quero se machuque. É a primeira pessoa depois da Cadence, e você sabe muito bem o quanto você ficou mal depois daquilo.
O resto do dia foi tranquilo, Flora foi para minha casa depois do café e só foi embora quando estava quase escurecendo. Kat e River não a deixaram em paz um segundo sequer.
Era por volta das 21 horas, quando minha mãe entra no meu quarto de uma vez, me dando um baita de um susto. Ela tem que parar com isso de entrar no meu quarto sem avisar.
- River me disse que você trouxe uma amiga aqui pra casa ontem. Posso saber quem é?- Ela diz parecendo aquelas mães conservadoras. Pra falar a real, minha mãe nunca foi assim, ela sempre foi muito liberal, acho que porque ficou grávida de mim muito cedo, aos 19, então ela sempre foi muito tranquila em relação a qualquer coisa que outros pais ficariam malucos.
- Foi a Amy. Ela veio pra me ajudar com os gêmeos.
- Espera, a Amy dos Sinclair!?
- Sim, a gente virou bastante amigas depois de um trabalho de literatura que fizemos juntas.
- Só amigas? Tem certeza?
- Sim, mãe. Eu tenho certeza, e nem se eu quisesse nós seríamos mais que amigas.
- Por que? Ela tem tanta cara de hétero assim?
- Na verdade, não. Mas é quase certeza que sim. Mas você veio no meu quarto só ora saber que eu trouxe pra casa ontem?
- Não, preciso que você busque seus irmãos na escola amanhã, eu tenho hora extra no trabalho amanhã.
- De novo?
- De novo. Ter três filhos pra bancar não é moleza não, viu.
Ela sai, me deixando com as minhas próprias palavras ecoando na minha cabeça. A Amy parecia hétero, pelo menos uns 95%. Mas pessoas não-hêtero, tbm se parecem com héteros. Porque raios eu tô pensando nisso!?
Era estranho pensar em Amy e não lembrar de seus cabelos cor de Nutella, da sua pele bronzeada, dos seus olhos avelã, da sua covinha que aparece toda vez que ela sorri, das suas bochechas rosadas... Tudo sobre ela era tão marcante.
Quando percebo, estava desenhando a linda moça que a momentos atrás estava na minha mente. Ela olhava para as nuvens em uma céu azul, seu cabelo parecia uma pena ao vento e suas covinha apareciam bem sutilmente. Essa era uma lembrança que não saia da minha cabeça à um tempo, foi um dia em que nós duas fomos a uma pracinha que ficava bem perto de uma sorveteria.
Cada momento estava gravado em minha memória e ficava rodando várias e várias vezes. A risada alta dela, o sorvete de chocolate, eu chamando ela de criança por pedir sorvete de chocolate e ela me chamando de adulto sem graça por pedir de baunilha, sua saia vermelha, seu perfume que cheirava loja de doces... Parecia tudo tão mágico.
Meu celular toca e adivinhem, o nome da garota que não sai da minha mente aparece na tela. Atendo e ouço a voz alta e animada do outro lado da ligação.
- Ruby, tenho um convite pra te fazer!- Ela diz.
- Se for pra mim passar a atividade de química, você perdeu seu tempo.
- Não é isso, meus pais sempre vão a Santa Mônica em Novembro e falaram que dessa vez eu posso levar uma amiga comigo. Aí eu queria saber se você quer ir.
- É claro que eu quero, mas tenho que ver com minha mãe antes e porque não chamou Hailey, ou Olivia ou Violet?
- Se eu chamasse só uma, ficaria estranho e você foi a primeira pessoa que me veio em mente; mas fala com sua mãe e me avisa, a gente vai daqui duas semanas.
- Ok...
E assim a ligação é desligada, mas não me lembro por quem no momento.
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𝐒𝐡𝐞'𝐬 𝐉𝐮𝐬𝐭 𝐀 𝐅𝐫𝐢𝐞𝐧𝐝
RomanceAmy Sinclair e Ruby Greenhild eram inimigas de infância, porém com o tempo, Amy se mudou e as duas foram esquecendo uma da outra. Com uma promoção de trabalho de seu pai, Amy volta para sua cidade natal e é claro para sua casa e escola antiga. Amy a...