Ruby:
Ainda não acreditava no que havia acontecido, eu e Amy tínhamos nos beijado. Isso definitivamente foi um ponto alto de toda minha vida!Sinceramente, nesse momento o que estiver reservado pra mim, estarei aceitando de braços abertos.
- De Liv para Ruby.
Como é que é a história aí?
- Então senhorita Ruby, pergunta leve.- não vai ser leve, tô sentindo.- O que tem entre você e a Amyzinha, hein?- É normal adolescente fazer tanto barulho com uma simples pergunta? Certeza que ninguém fica assim durante uma aula.
- Como assim? A gente não tem nada ainda. - Respondi no impulso, travando entre as palavras, nem reparei no erro que cometi.
- Peraí! Como assim "ainda"?!- Perguntou Flora.
- Não foi só eu que escutei isso? Achei que tinha ficado doido.- Falou Marco.
- Que? Eu não falei nada, vocês que estão escutando coisas.- Eu disse enquanto gaguejava na maioria das palavras.
- Nós não estamos ficando doidos, escutamos muito bem o que você disse. - Foi a vez de Violet.
- Olha só galera, já enrolamos demais, vamos pra próxima?- Amy retrucou, sem graça e vermelha.
- Tá bom, tá bom, mas vamos voltar nesse assunto depois, viu.- Hailey falou. Coitada de mim pra escapar disso, viu.
O tempo passou e não teve nada de muito interessante. De pouquinho em pouquinho, a galera foi saindo, até ficar só eu, os gêmeos, Amy e seus pais na casa.
Enquanto arrumávamos tudo, meus irmãos falaram que estavam com sono e minha mãe foi buscar eles. Eu disse que iria depois de arrumar as coisas, mas a senhora Sinclair me chamou para dormir ali.
Eu aceitei, depois de dar alguns passos para trás como forma de educação mesmo, mas depois aceitei. Já havia dormido lá, não era nenhuma segredo, e tinha sido muito legal, por que não repetir a dose? mas naquele momento eu me esqueci do que aconteceu mais cedo.
Quando lembrei, eu já estava com um pijama de Amy, procurando alguma coisa para comermos. Não estávamos com fome, mas queríamos comer algo. Felizmente, achamos alguns salgadinhos no armário da cozinha e fomos para o quarto dela.
Ela parecia calma, como sempre. Ela sorria, seus olhos brilhavam, e qualquer coisa era a razão da melhor risada que eu já poderia escutar, seus cabelos estavam com vários fios soltos que juntos ficavam perfeitos. Era estranho como sua essência me encantava, quando aquilo começou que nem eu me lembro?
Ela se sentou em sua cama, fazendo a cabeceira como apoio para suas costas, abriu um dos salgadinhos que ela pegou e olhou para mim, foi naquele momento que o último resquício de calma que existia em mim, se foi.
- Vem! Só não suja o lençol, esses salgadinhos mancham que só.- Ela chamou batendo a mão no colchão ao lado dela. - Sabe, eu acho que você é a primeira pessoa que minha mãe chama por conta própria pra dormir aqui, ela gosta de você.
- Sério? É bom saber que ela gosta de mim, assim eu não preciso me preocupar com o que eu faço de errado.
- Você não faz nada de errado, juro, continue do jeito que tá e meus pais daqui algum tempo vão te adotar, ou pelo menos só gostar mais de você do que de mim.
- Impossível, você é incrível demais pra isso acontecer.
- Então eles podem gostar de nós duas do mesmo jeito.- Ela estendeu a mão para mim.
- Fechado.- Eu apertei, parecíamos duas empresárias fechando negócios.
- E não é por nada, mas eu acho que sua mãe também gosta de mim.
- Nem me fala, pode ter certeza que não é só ela, os pirralhos vivem me perguntando quando você vai lá em casa pra brincar com eles.
- Fala pra eles que assim que eu tiver o mínimo de tempo e coragem.
- Não vou falar, não suportaria vocês três juntos.
- Fazer o quê? Eu tenho esse dom com crianças.- Ela ri, mas daquele jeito maravilhoso.
- Eu sei desse seu dom, acho que é uma das minhas coisas preferidas em você.- Eu não falei isso, ou falei?
- Espera, se é uma das, quais são as outras?
- Nada, deixa isso quieto, vamos mudar de assunto.
- Que bonitinho, eu te deixei com vergonha.- Ai meu Deus, ela tá se aproximando.
- Eu não tô com vergonha!
- Tá sim, você está virando o rosto que tá mais vermelho que seu cabelo.
- Não tô, pode parar.
- Olha, eu acho muito bonitinho quando você fica com vergonha, e quando você fica sem o que dizer em qualquer mínima situação, e quando você é toda marrenta com todo mundo, menos comigo.
- Eu não sou marrenta, e mesmo se fosse, você não seria um exceção.
- Quer uma prova?- Isso foi uma ameaça?
- Quero.
Eu já tinha me acalmado, aquilo tinha virado uma competição, mas aí meus lábios ganharam uma companhia repentina. Aqueles fogos internos fez com que minha barriga parecesse o 4 de julho. Eu adorava aquela sensação que foi arruinada pela mãe de Amy que bateu na porta, abrindo-a logo depois.
- Meninas, já está um pouco tarde, acho melhor vocês irem dormir.
- Tá bom, mãe, boa noite.- Amy despediu de sua mãe e assim que a porta foi fechada, o quarto se preencheu de risadas.
- Acho melhor a gente ir dormir.
- Também acho.- Eu falei colocando uma mecha do cabelo para trás da orelha.
- Viu? Você fica menos marrentinha quando tá comigo, mais uma habilidade pro meu currículo.
- Vai dormir, vai!- Resmunguei jogando um travesseiro na cara dela. Era verdade o que ela dizia, mas eu não iria concordar.
Logo dormimos, assim como logo amanheceu. Acordei com o Sol invadindo meus olhos, me forçando a acordar. Fui no banheiro escovar os dentes e recebi uma ligação da minha mãe pedindo pra que eu fosse para casa para ajudá-la com a faxina. Por um momento, tinha até me esquecido que não estaria em casa, mas falei para ela que estaria em casa logo. Então troquei de roupa e voltei para o quarto, mas Amy ainda estava dormindo.
Seus rosto amassado e cabelo bagunçado me fez querer ficar. Eu não quero ir, quero te ver dormir...
Infelizmente, eu era obrigada, mas com sorte, Senhorita Sinclair já tinha acordado. Avisei a situação pra ela e ela disse que explicaria para Amy, me fez ficar mais tranquila.
Quando passei pela porta, me veio uma breve saudade daqueles olhinhos brilhantes. Incrível o que aquela coisinha me faz sentir...
VOCÊ ESTÁ LENDO
𝐒𝐡𝐞'𝐬 𝐉𝐮𝐬𝐭 𝐀 𝐅𝐫𝐢𝐞𝐧𝐝
RomanceAmy Sinclair e Ruby Greenhild eram inimigas de infância, porém com o tempo, Amy se mudou e as duas foram esquecendo uma da outra. Com uma promoção de trabalho de seu pai, Amy volta para sua cidade natal e é claro para sua casa e escola antiga. Amy a...