17- Prometo

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Amy:

A revelação de Ruby havia me chocado um pouco. Era a primeira vez que alguém me dizia coisas do tipo, quer dizer, não é como se ninguém tivesse me dito coisas do tipo antes, mas era a primeira vez que eu sentia algo enquanto alguém dizia, das outras vezes eu só olhei com cara de paisagem pra pessoa enquanto pensava em uma maneira de rejeita-la sem magua-la.

Depois dessa noite, ficamos mais três dias na casa do meu tio e tava tudo tão legal que eu nem queria voltar a Los Angeles.

Ruby e eu fomos a praia um dia antes de votarmos para casa, e sinceramente, foi demais. Enquanto ela corria atrás de mim porque eu roubei o pedaço de melancia dela, encontramos um cachorro que era a coisa mais linda do mundo. O cachorro era um são-bernardo e pensa em um cachorro amigável, pensou? Agora multiplica por três que aí vai dar o Duke, nome do cachorro. Duke estava acompanhado de duas garotas que depois descobrimos que eram namoradas e se conheceram em uma adoção beneficente de animais. Junto com o Duke e as duas garotas, também estava a Mey, uma cachorrinha sem raça definida, mas que parecia ser uma mistura de poodle com pugh.

Quando voltamos para a casa do meu tio naquele dia, assistimos alguns filmes durante a noite, ou pelo menos tentamos, já que Ruby dormiu na metade do segundo filme. Ela era tão lindinha enquanto dormia, parecia uma criança, nem parece que me fez ter um susto quando ela deitou a cabeça no meu ombro sem querer.

No dia seguinte, não saímos para lugar nenhum, a não ser uma cafeteria que havia na frente da praia. Só fomos comer algo e nos despedir desse lugar incrível chamado Santa Mônica.

- Promete que ano que vem me traz de novo?- Perguntou Ruby enquanto andávamos devagarosamente pela areia da praia.

- Só se você me prometer que vai me pagar um sorvete daqueles que tem perto da praça quando voltarmos.- Respondo.

- Prometo.- Demos as mãos como se fossemos parceira de negócios.- Espera, aquelas não são as donas do Duke e da Mey?

- São elas mesmo, quer ir lá falar com elas?

- Pode ser, vamos lá.- Ela diz e nós fomos em direção às duas moças.

Após isso, fomos falar com as garotas que havíamos encontrado no dia anterior, e elas se lembraram de nós. Tivemos uma conversa muito agradável, até que em um momento uma das garotas fala algo que dava a entender que eu e Ruby namorávamos, mas Ruby disse que éramos apenas amigas. Isso me magoou por dentro de alguma forma, mas ela falava a verdade, éramos só amigas, mas aquilo não deveria magoar, né?

Enfim, o casal que conversamos disse que não moravam em Santa Mônica, porém estavam de viagem, assim como nós.

{...}

No dia seguinte, acordamos e começamos a arrumar as coisas para voltarmos pra casa, mas só saímos durante a tarde.

O fim de semana após a viajem foi uma completa bagunça. Eu ainda estava com aquela história de "apenas amigas" na mente e, sinceramente, eu não tava gostando da dor de cabeça que aquilo estava me dando. Meu pai ficou até preocupado já que mal dormia a noite e comecei a acordar com olheiras.

Na segunda, na escola, Hailey achou estranho as olheiras, mas a curiosidade pra saber como havia sido a viagem era maior. Eu falei que foi incrível e que Ruby tinha sido muito legal nos últimos dias.

Hailey ficou com um pouco de ciúme enquanto eu falava o quanto eu e Ruby nos divertimos naquele dia da roda gigante, ou no dia da praia, ou na volta pra casa que ficamos ouvindo e cantamos músicas da Taylor Swiftie em alto e bom som.

- Vai lá com a sua nova melhor amiga então!- Hailey disse emburrada e eu vejo Olivia e Violet chegando.

- Quem é a nova melhor amiga de quem?- Perguntou Olivia, bichinha curiosa.

- Ninguém é nova melhor amiga de ninguém, é só Hailey que tá com ciúmes porque agora eu também sou amiga de Ruby.- Respondo.

- Não é ciúmes! Eu só quero prevenir que você sofra nas mãos daquela menina de novo.

- Ela tá certa, amiga. Ruby não era nenhuma santa e a gente não sabe o que ela é hoje em dia.- Disse Violet.

- Eu sei oque ela é hoje em dia, mas fiquem tanquilas, se alguma coisa acontecer, o que é extremamente pouco provável, eu vou contar pra vocês.- Eu falo.

- Ok, vou confiar em você, mas já fica o aviso que se algo acontecer, eu acabo com ela ou só cancelo ela no Twitter.- Fala Hailey autoritária.

- Tá bom, mãe.- Eu falo fazendo todas rirem. Ruby passou por mim naquele momento, mas não falou nada, só acenou e deu um sorriso de canto, eu acenei e sorri de volta.

Eu consegui esquecer um pouco daquela bagunça que estava na minha cabeça durante o dia, mas quando voltei para casa, tudo voltou ao normal. Eu lembrei do sentimento estranho na barriga quando eu vi Ruby no corredor durante o intervalo da segunda aula pra terceira; do meu transe quando eu vi Ruby rindo com Flora, Marco e Adrian durante o almoço; da expectativa que eu fiquei de Ruby aparecer ao meu lado na volta para casa... Aquilo tudo estava me matando por dentro.

Eu estava gostando de Ruby? Eu podia gostar de Ruby? O que aconteceria se eu gostasse de Ruby? Ruby ainda gosta de mim? Não, eu não estava gostando de Ruby, ou será que estava?

Eu precisava falar com alguém sobre tudo aquilo, mas quem? Não acho que meu pais, Hailey, Olivia ou Violet sejam as pessoas certas... Já sei!

- Alô? Quem é?

- Adrian? Sou eu, Amy! Eu peguei seu número com a Ruby.

- Ah! Oi, Amy! Sua voz parece aflita, está chorando? Aconteceu alguma coisa?

- Eu tenho que te perguntar uma coisa.

- Claro, pode perguntar.

- Como você descobriu que gostava de meninos?

𝐒𝐡𝐞'𝐬 𝐉𝐮𝐬𝐭 𝐀 𝐅𝐫𝐢𝐞𝐧𝐝 Onde histórias criam vida. Descubra agora