Quarta-feira;
Oi diário!
Faz mais de uma semana que não escrevo nada. Na verdade, nem aconteceu nada de diferente nessa semana para que eu pudesse escrever aqui.
Acontece que tem dias que me dá preguiça de escrever, ou que fico enrolando e deixando para mais tarde, mas acabo dormindo. Eu sabia que alguma hora ia esquecer de escrever sobre meu dia.
Enfim. Todos da nossa turma estão animados com o último ano do Ensino Médio e só o que sabem falar é sobre a festa de formatura e sobre a faculdade. A ansiedade tá a mil.
No fim de semana fui em uma festa na casa do David. Todo sábado o David faz festa na casa dele, já que tem piscina e uma área externa grande. A gente chama a galera e geralmente pedimos pizza.
Sempre tem bebidas e narguile, mas eu não sou muito fã dessas coisas. Gosto de curtir uma música boa e conversar com meu amigos. Não preciso beber ou fumar para me divertir. Alguns me chamam de babaca, mas é apenas uma opção minha.
Eu já convidei a Amanda para essas festas várias vezes, mas ela não gosta muito de se misturar com meus amigos, já que eles não se dão muito bem com ela. A Emily diz que a Amanda na verdade é muito frescurenta e não gosta de ficar no meio dos pobres.
Ás vezes acho que a Emily tá certa, mas não vou obrigar a Amanda a gostar dos meus amigos. Também me sentiria mal se ela me convidasse para uma festa com um monte de pessoas ricas que seguem à risca aquelas normas chatas de etiqueta.
Na escola, começamos a organizar o comitê da formatura e a Amanda foi a primeira a se candidatar. Sei que ela tem muito bom gosto e que vai organizar uma festa muito chique.
Sabe quem também se candidatou? A Emily. Aposto que vai dar briga. As duas têm gostos muito diferentes e só espero que mantenham o autocontrole. Principalmente a Emily, que costuma ser muito impulsiva.
Hoje nossa professora de história, a Sra. Brown, passou um trabalho sobre a independência dos Estados Unidos para fazer em dupla, então a Emily veio rapidamente pedir para fazer comigo e eu aceitei, mas a Amanda não ficou muito feliz com isso e foi fazer dupla com uma das suas amigas.
Depois da aula fui almoçar da casa da Emily e já fiquei por lá para que a gente fizesse o trabalho e comentei com ela sobre os ciúmes da Amanda. Não sei porquê fui falar isso se já sabia o que a Emily ia responder.
Ela disse que eu tô sendo muito trouxa com a Amanda e que ela só está namorando comigo porque não queria ser a única do grupo de amigas sem namorado. Isso parece fazer sentido, ainda mais se levar em conta que ela só começou a falar comigo um dia depois de terminar o namoro com o Nathan Ross.
Eu ás vezes tenho medo de estar sendo enganado, mas sinto algo por ela e sinto que ela também gosta de mim. As pessoas só precisam aprender a lidar com ela e seu temperamento forte.
Passamos a tarde tentando focar no trabalho de história, mas era difícil, já que a cada cinco minutos um dos dois puxavam algum assunto aleatório que gerava gargalhadas por mais meia hora.
A gente tinha que fazer uma pesquisa sobre os pais fundadores dos Estados Unidos e sobre as batalhas da independência, mas não é algo que atrai muito a minha atenção. Já a Emily, só sabia falar sobre um musical de palco que falava sobre a independência e a história do nosso país. Eu nem sabia que isso existia.
Eu não gosto de musicais, nem de filmes. Prefiro livros. Os filmes que gosto são aqueles de mistério ou ficção científica onde falam sobre experimentos e criações malucas, com dinossauros e viagem no tempo.
Pelo que a Emily me disse, o sonho dela é se tornar uma atriz e participar de filmes, novelas, musicais de palco e outras coisas que ela falou, mas não lembro direito.
Hoje conversei com a Juniper Collins, mãe da Emily, e disse que queria fazer meu terno para a formatura com ela. A Sra. Collins é a melhor costureira que já vi e tenho certeza que vai fazer um bom trabalho.
Gosto muito da Sra. Collins e ela é como uma segunda mãe para mim. Sinto que posso confiar nela para tudo e eu percebo que ela ainda carrega muita tristeza depois de ter perdido o marido.
Não cheguei a conhecer o Sr. Collins, mas a Emily diz que ele era um excelente pai que fazia de tudo pelo bem-estar de sua família, mas infelizmente morreu em um acidente de carro há uns cinco anos.
Ainda no quarto da Emily, a gente conversou sobre a faculdade e sobre precisar arranjar algum emprego, já que a formatura não vai se pagar sozinha. Meu pai disse que quer pagar os custos da minha formatura, mas eu não quero que ele gaste o dinheiro dele comigo.
Por outro lado, eu não queria gastar o dinheiro que tenho guardado no banco, então preciso de um emprego. Já entreguei currículos em vários lugares, mas ainda não consegui nada.
Fui até mesmo na empresa do pai da Amanda, o Sr. Hawkins, onde meus pais trabalham. Mandei meu currículo, mas não recebi resposta ainda. Já fazem três meses. Pedi pra Amanda falar com o pai dela, mas não sei se ela fez alguma coisa. Acho que ele não quer me contratar de propósito.
Embora meus pais gostem dele e achem que ele é bondoso, eu acredito que ele não gosta de mim, já que não sou o tipo de pretendente ideal para a filha dele, já que sou apenas o filho de um assistente e de uma secretária.
Ou seja, não sou ninguém de muita importância.
O jeito é continuar na entrega de currículos ou esperar até o inverno chegar pra ganhar dinheiro removendo neve das garagens dos vizinhos.
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O Diário de Anthony Cooper
RomanceO tão aguardado último ano escolar finalmente começou, e junto com ele também começam os preparativos para a festa de formatura, os planejamentos para a faculdade e os anseios da carreira profissional. Anthony Cooper, um garoto de dezoito anos, pre...