Eu, eu quero me perder
Incendiar, nadar além do mar
Me deixa sentir medo, tocar tudo que eu vejo
Não me sorri porque eu venci
Esses seus olhos vermelhos– Jão.
(votem e comentem no capítulo.)
#IndigenteEnxerido
🎐
JIMIN
— Jungkook, você precisa se deixar levar. Sente a música, entendeu? – eu falava, pela quarta ou quinta vez enquanto o moreno à minha frente parecia a um ponto de cair duro no chão.
— Eu sinto a música, Jimin-ssi, é ela que não me sente quando o assunto é movimentos com o corpo.
Como pode alguém ser tão teimoso?
— Se você não se soltar, eu vou ter que segurar na sua cintura de novo na próxima vez e você vai ficar todo desconsertado e vermelho.
Observem a rápida mudança de atitude.
— Tá bom, tá bom! Não precisa... Você gosta de me provocar, isso sim. – A última parte saiu quase como um sussurro. Consigo ouvir mas me faço de idiota, porque sei que se rebatesse Jungkook iria simplesmente querer se enterrar.
Agora já faz algum tempo desde que começamos os ensaios e não consigo concordar com ele quando disse, no começo, que não sabia dançar absolutamente nada.
O vagabundo é um completo autodidata. Ele aprende e consegue reproduzir da melhor forma. Mas tem dias, como hoje, que a sua vergonha simplesmente atinge um nível novo e ele endurece todo o corpo.
No ensaio anterior, eu fiz o que disse: passei a música toda com as minhas mãos o guiando. Ele ficou com tanta vergonha que agora, toda vez que eu toco no assunto, é como um bom remédio para ele fazer certinho.
Não posso dizer que odiei fazer aquilo, porque eu não odiei, nem um pouquinho.
O telefone dele toca e vejo seus olhos brilharem quando ele corre para ver as mensagens. Alguém o salvou dos trinta minutos restantes de ensaio.
— É a minha mãe, ela disse que precisa que eu pegue Yuna no trabalho dela e deixe na nossa vizinha.
Eu concordo com a cabeça. Faz tempo que não vejo Yuna, realmente sinto falta daquela criaturinha falante.
— Tudo bem, depois de amanhã a gente continua. Já tá em mais da metade da coreografia, não tem problema. – digo.
Ele sorri e pega a mochila com o aparelho em uma das mãos, provavelmente respondendo a senhora Jeon, a quem eu queria chamar de sogra.
— Me manda a sua localização assim que sair daqui. Fiz uma playlist nova e queria que você ouvisse comigo... – a sua insegurança e nervosismo toda vez que me chama para sair me faz dar um sorriso enorme internamente. Ele era extremamente - muito, de uma forma indescritível - fofo. – Aí eu te encontro onde você estiver, depois que eu deixar Yuna em casa, tá bom?
— Tudo bem, enxerido.
Com os olhinhos de jabuticaba fechados por causa do sorriso, ele sai da sala de dança, desajeitado do seu jeito único e particular, que me fazia cair de amores toda vez que o via.
Achava que não iria mais me sentir assim depois de tudo, mas eu tinha uma queda absurda por Jeon Jungkook, pela forma como ele é lindo, como o cabelo grande e às vezes preso em um coque o deixa com a expressão mais sexy possível sem nem mesmo ser intencional, como o seu corpo era de soltar suspiros e seu abraço era tão bom; pela personalidade que fazia com que todas essas coisas que eu acabei de falar se tornassem melhores ainda, porque ele era engraçado, meio mal humorado, com um gosto duvidoso pela vida. Além do ótimo gosto musical e amor por tênis grandes e diferentes.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Decalcomanie / •jikook
Fanfic[CONCLUÍDA] Dizem que quando os corações se pertencem, até mesmo as melodias mais distintas se tornam sobre o amor. É o que Jeon Jungkook mais desacredita aos seus dezoito anos, afogado em uma maré de decepções e desastres, seu reflexo é se esconde...