15.2 • Por outros olhos

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— Só não gosto do fato de ter que continuar mentindo.

A respiração profunda não pode ser identificada como raiva ou não.

No fundo, esperava que não fosse.

— Vai dar tudo certo, sim? Estamos arrumando tudo, confie em mim.

Um concordar de cabeça é suficiente para que o assunto se encerre mais uma vez, sem chegar a lugar algum.

O apartamento pequeno parecia um pouco sufocante, seu corpo cansado de guardar mentiras, de manter tudo escondido de quem, no fim, iria se destruir mais.

— P, você precisa continuar perto. Lembre-se do seu trabalho.

A sombra no fundo da sala também concorda, era como um abaixar de cabeças infinito, presos em um jogo incessante, sem lembrar quando aceitaram entrar.

—Você sabe que eu amo você, não é? – a voz, agora virada de frente para o corpo de sua pequena caixinha de segredos, esquecendo que ali, era alguém. — Faça tudo direito, logo ele vai saber.

Os viu deixarem a sala quase sem móveis, mantendo sua palavra e cedendo ao que sua mente chamava de amor, pondo em risco quem, verdadeiramente, amava.

— Eu espero que você me perdoe por isso...

Mas perdões são difíceis de se dar.

Decalcomanie / •jikookOnde histórias criam vida. Descubra agora