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"O amor é um cão dos infernos."
– Charles Bukowski.#IndigenteEnxerido
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— Tem certeza que não vai dar merda? — pergunto enquanto continuo a mexer a mistura que me foi dada no potinho. Foi dada a Yoongi a missão de pintar o cabelo do Taehyung. — Essa cor tá estranha pra porra.
— Caralho, confia no pai. — Yoongi falou, pegando o pote das minhas mãos e checando a mistura uma última vez. — Tá pronto, Tae?
— E adianta eu falar que não tô? Anda logo com isso! E não estraga nada. Essa tinta foi muito cara. — Tae diz, inquieto na cadeira do meu quarto.
— Essa merda foi dez reais cada uma. Você literalmente comprou da mais vagabunda, Taehyung. — o Min retruca, começando a passar a tal pasta nos fios alheios.
— Com esse dinheiro eu poderia comprar vários miojos, ir ao cinema, comprar uma cueca, começar uma poupança, fazer um investimento. Min Yoongi, pense como um empresário. — Acabei rindo, mas era verdade. Daria para comprar muitas coisas. Meu lado pobre gritou.
— Afinal, por que você tá pintando o cabelo mesmo? — pergunto, sem entender o desespero desde o momento em que Taehyung chegou com Yoongi na frente de minha casa, horas depois do término da aula com duas tintas baratas na mão.
— Porque eu sinto que não sou mais o mesmo de antes e preciso mudar pra recomeçar esse novo ciclo e...
— Isso é uma maneira legal e sofisticada de dizer que levou um pé na bunda. — o mais baixo cortou. — Toda vez que isso acontece ou alguma coisa dá muito errado, ele mexe no cabelo.
— Levar um pé na bunda é tão ruim assim? — poderia parecer besteira, mas eu realmente estava curioso quanto aquilo. Para mim, nunca pareceu ser algo tão grave.
Mas considerando que as emoções de Taehyung eram duplamente mais profundas do que a de qualquer pessoa normal...
— Se ao menos fosse um tapa na bunda... — Taehyung pôs as mãos no rosto em lamentação. Ele era doido, agora tenho certeza.
— Vem de chicote, algema, corda de alpinista. — Yoongi cantou junto com uma dança estranha, manchando parte do rosto de Tae. — Eita.
— Mancha meu rosto ou meu cabelo e eu vou usar a corda pra te enforcar, Min!
E assim começou mais uma série de provocações entre os dois naquela tarde. Apostava o dinheiro que eu tinha no bolso direito que o rosto de Taehyung ficaria manchado do lado, e provavelmente ele meteria a porrada no mais baixo por isso. Mas depois inventaria algum tipo de moda para que aquela mancha parecesse completamente normal.
— Seulgi e Hoseok disseram que queriam pintar o cabelo do Ji também. Acha que eles poderiam vir pra cá, Jungkook? — a pergunta de Tae me deixa inquieto por um momento, me trazendo confusão. Isso seria um problema?
— Acho que tudo bem.
Me dei conta de que aquela era a primeira vez que eu levava amigos para casa. Arrisco a dizer até que era a primeira vez que fazia amigos. E a sensação de tê-los ali trouxe um tipo novo de conforto dentro de mim. Comecei a entender sobre o que a amizade significava.
Sentei na cama, observando a cena dos dois sujeitos discutindo em minha frente, e por mais que soasse estranho, vê-los quase derrubando aquela tinta estranha em todo o chão do meu quarto, me causava felicidade, fazia com que eu me sentisse bem. A última vez que senti uma pontada desse conforto no peito, foi quando conheci Chanyeol e ele me fez esquecer ao menos dez por cento de toda a merda na qual meu próprio pai enfiou não somente eu, mas minha irmã e minha mãe também.
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Decalcomanie / •jikook
Fiksi Penggemar[CONCLUÍDA] Dizem que quando os corações se pertencem, até mesmo as melodias mais distintas se tornam sobre o amor. É o que Jeon Jungkook mais desacredita aos seus dezoito anos, afogado em uma maré de decepções e desastres, seu reflexo é se esconde...