XXXI

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Desculpem o atraso, a gay aqui precisa cuidar dos dentes

Quem aí gosta de uma referência?? Boa leitura!!!


Algum tempo depois


Lina estava ansiosa. Ela já havia tentado de tudo para fazer os ponteiros do relógio da parede da sala se mexerem logo, mas aparentemente nada adiantava o tempo. Suspirando, ela colocou as mãos acima dos olhos e depois na janela, como se estivesse observando algo à distância. Como se o simples gesto pudesse fazer a convidada aparecer repentinamente. Mas tudo o que ela via além do vidro eram as pequenas gotas de chuva caindo preguiçosamente ao chão. Ela bateu o pé no chão e virou-se impaciente para suas mães.

– Tá levando uma eternidade! – Ela reclamou para Sheilla e Gabriela que estavam sentadas no sofá, abraçadas uma na outra com canecas de chocolate quente nas mãos.

– Lina, querida... Se você se distrair, o tempo passa mais rápido. É uma questão de relatividade – Sheilla começou mas Gabriela a cortou.

– Tartaruga, vamos assistir um filme? – Ela convidou a menina com as mãos.

[...]

Lina tinha finalmente dormido. O dia tinha sido longo e cansativo, e agora a menina tinha a cabeça apoiada no colo de Sheilla. A morena deslizava seus dedos entre o cabelo escuro da criança, lenta e carinhosamente, observando enquanto mechas se desprendiam do conjunto para caírem separadas em seu joelho. Henrique era um bom tio, e Lina se divertia tanto com ele. Sheilla se sentia abençoada por ter o rapaz em sua vida, e ela esperava que Lina se sentisse tão feliz quanto ela. Em dias que o irmão da detetive aparecia pela casa, Sheilla tinha certeza de que aquelas seriam as mais doces e felizes memórias da menina. Lina brincando de baseball com o tio e Gabriela. Lina apresentando seus bichinhos de pelúcia para o tio, e Henrique pacientemente servindo o chá para todos eles. Era adorável e a lembrança colocava um sorriso inconsciente nos lábios de Sheilla, e seus olhos estavam perdidos na distância assim como seus pensamentos.

– Sheilla? – A detetive a chamou quando percebeu que a morena estava prestando atenção em qualquer coisa, menos nela.

– Perdão? – Ela virou o rosto para encarar Sheilla.

– Eu perguntei se você quer uma taça de vinho agora. – Ela mudou o peso dos pés enquanto esperava pela resposta.

– Eu... Não. – A morena chacoalhou a cabeça.

Isso surpreendeu Gabriela. – Okay...? – Ela se sentou no sofá ao lado da mulher e franziu o cenho em pensamento. – Hoje foi um dia ótimo. – Ela acrescentou enquanto descansava as costas no sofá e olhava de relance para a morena. Se Sheilla estava pensativa, ela estava disposta a escutar o que tanto prendia sua atenção.

– Foi. Lina está exausta, mas eu acho que são esses dias que ela gosta mais. – Ela virou o rosto e sorriu para Gabriela, e como se quisesse participar da conversa também, a menina suspirou em seus sonhos, fazendo-se notar ao se virar e esconder o rosto na barriga da mãe.

– A gente deveria considerar contratar Henrique como babá. – Gabriela riu divertida e Sheilla revirou os olhos.

– Eu tenho pensado em outra coisa. – Ela admitiu.

– Ilumine-me com seus pensamentos, Dra. Sheilla. – Gabriela a provocou e escapou de um beliscão.

– É só que... Eu vejo você e seu irmão, amor, e tudo o que eu consigo pensar é o quão sortuda você é por tê-lo. – Ela balançou quando a morena bufou em sarcasmo. – Vida, você precisa admitir. Vocês são diferentes de várias maneiras, mas vocês se amam assim mesmo, e vocês estão sempre unidos não importa o quê.

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