XIV

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Antes de mais nada, DESCULPEM O ATRASO! Prometo que vou recompensar!!

Agora, quem é que estava com saudade de uma certa tartaruga? Boa leitura!


– Acorda, acorda, acorda. – Sheilla beijava a bochecha de Gabriela entre as palavras. A morena resmungou e rolou para o lado, empurrando de leve Sheilla com a mão.

– Muito. Cedo. – Ela resmungou.

– Muita. Preguiça. – Sheilla devolveu no mesmo tom e agora beliscava a barriga da morena – ainda de leve, ela conhecia Gabriela o suficiente para saber até que linha cruzar na parte da manhã – e dava risada. – Muito chocolate ontem. – Ela disse, fazendo alusão a gordura inexistente ali.

– Vida, eu juro por Deus que se você não parar com isso vou empurrar você com meus próprios pés! – Ela resmungou no já conhecido mau humor matinal.

A morena afastou a mão da barriga da outra e suspirou. – Eu juro por Deus que se você me atrasar para o trabalho você vai ficar sem café.

Sheilla imitou Gabriela no mesmo tom, mais uma vez. A morena abriu os olhos e incrédula, a encarou. Por que Sheilla estava fazendo isso com ela? Por que estava imitando-a? E a ameaça do café? Nada legal.

– O que há com você hoje? – Ela perguntou horrorizada.

Sheilla deu de ombros. – Só quero que você saiba como é lidar com você na parte da manhã. – Ela disse em tom sério, observando a morena enquanto colocava a blusa de seda azul.

Gabriela arregalou os olhos. Quer dizer, não é como se a morena não a conhecesse. Ela sempre foi mau humorada assim, pelo menos nos quinze minutos depois de acordar. E então passava. Sheilla estava brava com ela por causa disso depois de tanto tempo dormindo e acordando na mesma cama? De verdade? Ou ela tinha feito algo de errado e não estava sabendo?

E então a risada que ela estava segurando escapou pelos lábios para zombar de Gabriela.

– Muito engraçado, Sheilla. Mesmo. – Gabriela jogou o travesseiro nela e a morena desviou. Rapidamente a detetive se esticou alcançando os dois braços da mulher, puxando-a de volta para a cama.

Sheilla riu enquanto caia nos braços da morena.

– Talvez você queria saber como você é de manhã. – Gabriela beijou várias vezes o rosto dela enquanto dizia "se apressa" repetidas vezes. Sheilla riu até a barriga doer, e toda vez que tentava levantar a morena a segurava de volta, beijando mais o seu rosto e pescoço, arrancando novas risadas dela.

– Se você... – Ela precisou pegar ar. – Se você não me soltar, não tenho como me apressar.

– Vê? Isso que tá te segurando na cama...

– Você!

– Exatamente. É do mesmo jeito que a preguiça me segura. Viu como é difícil se livrar disso?

– Horrível. – Sheilla riu de novo e a detetive sentiu a esperança de voltar à normalidade se renovar.

Um dia começando bem tinha chances de terminar bem também. Não tinha?

[...]

Gabriela parou no último semáforo antes de chegar ao trabalho. Ela colocou sua mão sobre a mão de Sheilla que estava em sua coxa – um costume que a morena tinha adquirido nos últimos anos – e a apertou carinhosamente. O céu estava azul, bonito. O ar estava fresco, frio. O sol tímido iluminava a cidade que começava a ficar barulhenta, viva demais. Os olhos de Sheilla estavam mais brilhantes do que o habitual e Gabriela se perguntou se ela estava se sentindo um pouco mais em paz, mais vazia, do mesmo jeito que ela estava se sentindo agora, depois de dois dias tão turbulentos como os passados.

Sobre Amor, Tartarugas e Novas ChancesOnde histórias criam vida. Descubra agora