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— Droga! — exclamei quando meu corpo se chocou com o da mesa no meu caminho

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— Droga! — exclamei quando meu corpo se chocou com o da mesa no meu caminho.

Eu caminhava até o balcão para fazer o encerramento do caixa enquanto Safe e Louis terminavam de limpar as mesas. Meu senso de espaço tinha resolvido me abandonar, porque já era a terceira vez que batia na mesma mesa em menos de duas horas.

— O que vocês estão cochichando? — perguntei ao ver meus dois amigos falando algo inaudível.

— Nada, só estava falando pro Louis que tenho que ir — Safe respondeu vindo na minha direção com um olhar desconfiado, como uma criança que é pega fazendo travessura e tenta a todo custo disfarçar.

— Você não vai beber conosco? — esse filho da mãe sempre foge quando preciso dele.

— Vai ficar para próxima — falou se distanciando, sem dar chance de ser contestado, sumindo da minha vista assim que cruzou a porta que fechou atrás de si.

Voltei minha atenção pro caixa, quando senti um par de olhos queimar sobre mim e ouvi passos lentos se aproximando, parando bem na minha frente.

— Você está chateado — Louis afirmou colocando os braços cruzados sobre o balcão procurando meus olhos.

Ele às vezes parecia uma criança boba e inocente, mas, na verdade, era um lobo em pele de cordeiro.

— Só tenho dúvidas se é por sua namorada ter terminado com você ou pelo Korn — maldito Louis, eu queria dizer que era pelo término, mas seria inútil já que esse bastardo me conhecia tão bem — Mas acho que você não gostava tanto assim da sua ex — concluiu recebendo minha atenção.

— O que você quer Louis? — perguntei sem paciência.

— Cerveja, por favor — respondeu de maneira irônica.

— Idiota — resmunguei me virando para pegar dois copos e a cerveja, saindo de trás do balcão e seguindo até a mesa que ele havia se acomodado.

— Será que é destino nosso grupo se apaixonar pelos inimigos? — ele perguntou assim que sentei na cadeira a sua frente — Primeiro foi o Pran, agora você e... — ele fez uma pausa me encarando e pareceu reconsiderar o que ia dizer, arrumando a postura e levando a bebida até a boca — Você é tão transparente que às vezes eu acho que o Korn tem sérios problemas.

— Fala logo o que você quer — falei chutando sua perna por debaixo da mesa, escutando um singelo "ai" vindo de sua boca.

— Por que você não tenta seduzir ele? — esse cara com certeza tem problemas — Eu estou falando sério — talvez a bebida tivesse feito efeito antes mesmo de entrar em sua corrente sanguínea porque ele estava sugerindo algo sem nexo.

— Sem chance — não poderia dar em cima de um cara comprometido, preste a casar.

— Você vai envelhecer sem saber se ele sente algo por você? — esse desgraçado estava falando realmente sério? — Você tem que ser sútil para não assustar ele — tinha que lembrar de não oferecer mais bebida para esse idiota, ele com certeza estava desenvolvendo intolerância a álcool — Você pode tocar de leve a mão dele — disse tocando minha mão levemente e sorrindo ladino — Ou, colocar uma mexa do cabelo dele atrás da orelha — ri com sua audácia enquanto levava o copo de cerveja até a boca — Você não é mais criança porque estou te ensinando isso? — completou se afastando e recostando o corpo na cadeira, levando mais uma vez o copo a boca.

Antes que pudesse responder alguma coisa, vi um rosto abatido e um tanto surpreso passar pela porta, seguindo até o balcão em silêncio se servindo de whisky.

— É a sua chance, ele parece está mal, nesse caso você deve consolar ele — Louis sussurrou, antes de Korn fazer o caminho de volta e sentar ao nosso lado ainda em silêncio, fazendo apenas um cumprimento com a cabeça.

O silêncio no ambiente foi cortado com o som de uma nova mensagem chegando no celular de Louis que fez ele sorrir de orelha a orelha se levantando de um pulo me assustando.

— Minha carona chegou — falou para justificar seu ato repentino — Não esquece o que falei — sussurrou no meu ouvido antes de sair.

Korn permaneceu em silêncio, apenas entornando o whisky de seu copo com o olhar vago. Me levantei e fui até o balcão trazendo a garrafa que já estava pela metade e por alguma razão pensei em considerar a ideia maluca de Louis. Como posso pensar nisso?

— Você quer conversar? — seja lá o que incomodava ele, parecia ser algo realmente muito ruim.

— O Louis é um bom amigo, certo? — ele olhou pro gelo em seu copo, como se tivesse feito a pergunta pro vento — Digo, ele está sempre do seu lado.

Não sabia que rumo aquela conversa estava tomando e muito menos o que responder, então apenas emite um grunhido positivo com a garganta, tomando o último gole da cerveja em meu copo.

Fechei as portas do bar após constatar que Korn queria beber até amanhecer e fiquei em silêncio ao seu lado, se ele queria ficar assim e só beber, eu seria sua companhia.

— Wai — começou a falar chamando minha atenção para si, arrumando minha postura para encarar seus olhos ébrios — Posso te fazer uma pergunta? — concordei com um menear de cabeça — Você promete que não vai me julgar? — não respondi, apenas ergui meu mindinho como resposta ao que ele cruzou o seu com o meu e tocou nossos polegares.

Ele parou no ar por alguns segundos, como se ordenasse o que tinha a dizer e sem me encarar perguntou:

— Você acha que seria burrice cancelar o noivado?

Uma Da Manhã↬KornWai ◈Bad Buddy The Series◈Onde histórias criam vida. Descubra agora